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Jorge VER de Melo
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Pela prática dos acontecimentos políticos nós podemos adiantar “Quando a fartura é em demasia, o pobre desconfia.” Talvez esteja mais apropriado. Embora o ditado popular diga que “quando a esmola é grande o pobre desconfia.”
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É mesmo caso para desconfiar.
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Têm andado todos estes anos a tentar convencer os cidadãos de que a inflação é um mal necessário, o Governo não tem culpa, mas na verdade não saímos da pobreza, encoberta ou não, ela continua cada vez mais acentuada.
Estas benesses com que tentam encobrir a má governação, não vão resolver coisa nenhuma, simplesmente vão aumentar a dívida externa do país em mais uns milhares de milhões.
Mas o que é mais curioso no meio disto tudo é o facto de insistirem na impossibilidade de aumentar os ordenados ou simplesmente regula-los tendencialmente de acordo com os da média europeia.
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Não! Para tapar um buraco sem fundo organizam esta distribuição de capital, de um dia para o outro, como se de repente o país se transformasse num paraíso milionário.
Mais uma vez, gasta-se dinheiro disparatadamente sem apresentar soluções com sustentabilidade.
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Quando o pânico se apodera destas pessoas só sai asneira.
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Primeiro forçaram o cidadão português a ser um dos mais pobres da Europa sem qualquer justificação plausível.
Agora abrem-se os cofres à população como se tivessem encontrado a formula milagrosa para resolver os problemas da miséria em que o país se encontra.
Muitas das benesses oferecidas já deveriam estar em prática há muitos anos.
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Vejamos quais as medidas:
- Um cheque de 125 euros a cada cidadão que tenha rendimentos inferiores a 2700 euros mensais;
- Apoio de 50 euros por cada filho até aos 24 anos;
- Bónus de meia pensão para todos os pensionistas exceto quem receber mais de doze vezes o indexante dos apoios sociais;
- Aumentos mais limitados. Como contrapartida dos bónus aos pensionistas, os aumentos automáticos relativamente à inflação deixam de ser cumpridos a partir de 2023;
- Travão no aumento das rendas. Os senhorios não vão poder aplicar o coeficiente relacionado com a inflação para cumprir o teto máximo imposto pelo governo de 2%;
- Redução do IVA de 13 para 6% na eletricidade, a partir do mês de outubro e até dezembro de 2023;
- Descida de 10% na tarifa do gás;
- Nos transportes. Descida no gasóleo e na gasolina. Congelamento dos passes e dos bilhetes na CP.
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Como vêm dá para assustar os mais prevenidos.
Se analisarem bem estas benesses, elas não passam de presentes envenenados. Relativamente a ordenados e pensões, retiram-nos o direito de funcionar de acordo com o índice da inflação. Conclusões denunciadas pela maioria dos economistas.
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Qual o resultado imediato disto tudo?
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Descida brutal do EURO relativamente ao dólar. A maior desde há vinte anos.
Será que os nossos políticos têm andado todos a dormir?
Será mesmo apoio às famílias?
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Não!…