Com a análise do livro “O Retorno” de Dulce Maria Cardoso, chegou ao fim a série de 7 sessões do Clube de Leitura do Lions Clube de Vila Praia de Âncora, dinamizadas pela Dra. Maria Ângela Campos.
Como se previa, o assunto dos retornados que regressaram das ex-colónias portuguesas, nomeadamente de Angola e Moçambique, ainda está bem vivo na memória de quem o viveu, como foi o caso de duas participantes que, de forma emocionada, partilharam as suas memórias. Também dois Antigos Combatentes presentes que viveram essa fase conturbada da descolonização deram a conhecer a sua experiência nesse período.
Ficou claro que o processo de descolonização vivido em 1974 e 1975 foi caótico para os portugueses que lá viviam, já que o Estado Português não assegurou a salvaguarda dos bens e a segurança dos seus nacionais e ainda até hoje não se viram ressarcidos pela perda de bens e valores, tendo regressado à Pátria de mãos a abanar.
Também ficou claro que o novo regime resultante do 25 de abril de 1974, e os media ocultaram este processo, varrendo-o literalmente “para debaixo do tapete”.
Esta foi uma página negra da nossa História, que deveria merecer mais atenção dos historiadores.
Este livro é um excelente contributo para um contributo real dessa fase conturbada da nossa história. Ao debatê-la, o Lions Clube de Vila Praia de Âncora cumpre a sua missão de serviço à Comunidade.
Manuel Amial, o Presidente do Lions Clube de Vila Praia de Âncora, agradeceu no final à Dra. Maria Ângela Campos pela iniciativa e excelente dinamização do Clube de Leitura, que ocorreram ao longo de sete sessões mensais, de fevereiro a setembro de 2024, e pela sua criteriosa seleção de autores e livros, que mereceu superior interesse da Comunidade.
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1 comentário
São dois temas fracturantes no pós 25 de Abril.
Os retornados,que foram espoliados, carregavam com eles uma espécie de estigma e muita gente encheu os bolsos à sua custa.
Os políticos estão preocupados, porque segundo eles, temos que devolver X coisas ao ex- Ultramar…. quando deveria de ser ao contrário.
E os ex- combatentes, os que regressaram (?).
Sim, muitos ficaram por aquelas terras, que eram nossas, até ao processo político da independência.
Há uma certa classe política que se envergonha deles e que tarde e a más horas, foi reconhecendo algum mérito.
Mas não é suficiente.