Editorial

TANTOS AZARES DÃO PARA FICARMOS APREENSIVOS
Jorge VER de Melo

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Jorge VER de Melo

Consultor de Comunicação

 

Nos últimos dois anos têm acontecido vários azares que acabaram em tragédia, sempre pela existência de falhas no cumprimento da segurança prevista.

Ou seja, a Proteção Civil tem errado permanentemente sem aprender com as desgraças acontecidas, alegadamente denunciando falhas repetidas como: impreparação, inexperiência e até falta de presença quando solicitados. Não querem admitir os acontecimentos, mas desde a vigilância à coordenação, têm comprovado a falência dos métodos utilizados.

No mínimo, 112 vítimas humanas confirmadas nos incêndios de 2017. Arderam em povoamentos 260 mil hectares e em matos 177 mil. Estas tragédias surgiram de forma galopante, alegadamente por falta de proteção e da preparação de quem tem a obrigação de prever e resolver estas situações.

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Desde a ausência de aeronaves, de assistência médica, de coordenação e tudo mais que pudemos observar através das câmaras de televisão e que foi denunciado pelas populações.

Quando se deu a primeira tragédia de Pedrógão Grande foi notória a falta de comunicações que se repetiu durante todos os incêndios que lhe sucederam.

Nem com tantas vítimas mortais se aperceberam que existem muitas outras técnicas de comunicação, que resolveriam uma boa parte dos problemas de coordenação: do ataque ao fogo, da retirada das populações e até da assistência às vítimas.

Sem esquecermos a recente tragédia de Borba. (Um caso de bradar aos céus, verdadeiro Terceiro Mundo).

Estamos a recordar estes infelizes acontecimentos a propósito do acidente fatídico com o helicóptero do INEM que se despenhou há dias em Valongo, perto do Porto.

Mais uma vez, repetiram alegadamente de forma infeliz e dramática algumas das falhas anteriores, senão vejamos:

– Falha na eficiência dos contactos com o Rescue Cordination Center (RCC) da Força Aérea Portuguesa;

– Por parte da NAV Portugal;

– Por parte do CONOR (112) que também não alertou o CDOS do Porto nem a ANPC para proteger a área do acidente dando preferência às forças de segurança;

– Por isso, falta de coordenação;

– Comprometida a busca e salvamento da Proteção Civil por lapso das comunicações;

– Comprometida a investigação porque qualquer pessoa pôde levar uma recordação do acidente, (como tivemos oportunidade de ver na TV);

– Os civis indicaram qual a zona onde se encontravam as vítimas mas nem a GNR nem os Bombeiros tinham carros que conseguissem chegar ao local do acidente;

– Consta-se, alegadamente, que a aeronave não tinha GPS;

– Por isso, falta de ferramenta indispensável para o helicóptero e de meios de comunicação apropriados para a situação;

– Incumprimento da Diretiva nº 4 da ANPC que determina: “quando ocorrido um acidente com uma aeronave deve-se, em primeiro lugar e o mais rápido possível, informar o Centro de Busca e Salvamento da Força Aérea.

Agora vamos deduzir o que pode ter acontecido já que não existia “Caixa Negra”.

O helicóptero dirigia-se para Paços de Ferreira em busca de abastecimento de combustível. Não o deveria ter feito porque segundo a informação do Instituto do Mar e da Atmosfera, até às 24 horas desse dia a visibilidade iria ser muito reduzida com chuva miudinha muito persistente e rajadas de vento de Sudoeste que poderiam atingir os 40 km.

Por essa razão os pilotos deveriam ter recebido, de quem coordena as operações, ordens para aguardarem melhoria do tempo.

É caso para se perguntar por que razão viajavam a tão baixa altitude. Seria por falta de visibilidade? Seria que já o combustível estava a dar sinais de falência? Seria que a torre e os cabos de eletricidade não estariam bem sinalizados provocando o choque acidental? Seria que tudo isto se precipitou por falta de profissionais e de aeronaves suficientes para poderem continuar a salvar Seres Humanos?

Para nossa segurança, ou mudam a Proteção Civil ou temos que mudar de país.

Será que estes Senhores ainda não se aperceberam que com tantos erros não corrigidos já acidentaram demasiados prejuízos fatais em Seres Humanos?

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