Nos tempos actuais, o mundo conta com mais de 3 mil línguas, fora as que já não existem mais e não são faladas. Mas qual foi o primeiro idioma do mundo?

Para saber sobre isso, e se o tal idioma realmente existiu, os linguistas debruçam-se sobre estudos muito mais complexos do que a lenda bíblica da Torre de Babel, que diz que Deus teria dividido os idiomas dos homens como castigo.

Os hebreus não são o único povo que fala uma língua única, falada por todos os humanos antes de tudo.

Maias e persas também concordam sobre isso, mas o problema está em reconstruir essa língua primária. Para isso, a única opção é ir unindo as semelhanças entre os idiomas conhecidos, incluindo aqueles que já não são mais usados.

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Foi dessa forma que chegou-se ao proto-indo-europeu, a língua mãe de todas as línguas da família indo-europeia. Pertencem a essa família todas as línguas originadas na Europa, do inglês ao português, passando pelo russo, grego, latim, anglo-saxão e até o sânscrito, cuja versão mais moderna é o hindi.

O problema é que essa é apenas uma das proto-línguas, que seriam descendentes mais ou menos diretas do primeiro idioma.

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É preciso identificar outras famílias de línguas, que teriam origem em uma proto-língua e ir reconstruindo essa árvore genealógica até encontrar um ancestral comum. Esse é o trabalho de linguistas, arqueólogos e historiadores em todo o mundo.

Qualquer semelhança pode não ser mera coincidência

Nesse estudo comparativo entre línguas vivas e mortas, em busca do primeiro idioma, os linguistas deparam-se com algumas semelhanças improváveis, que podem ou não ser tratadas como coincidências.

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Exemplos não faltam, incluindo aí o português, que deixou sua marca no japonês, em palavras como biidoro (vidro) e kirishitan (cristão).

O português, por sua vez, também foi influenciado de forma improvável pelo árabe, em palavras como açúcar (al-suqqar em árabe, que pode significar “areia branca), alvará (de al- barã’a, que significa “carta” ou “documento) e laranja, que tem sua origem no persa, narang.