Um velho hábito dos nossos políticos é trocar obrigações por remedeios.
Se ainda se recordam, no Governo de Passos Coelho, os jovens foram aconselhados a emigrar pois em Portugal não tinham empregos compatíveis. Cumprindo tais diretrizes, emigraram e verificaram que aqui ganhavam entre duas e cinco vezes menos do que nos outros países.
Agora, alguns dos elementos desse mesmo Governo que presentemente são deste, pretendem oferecer aos jovens a isenção do IRS, para os convencerem ingenuamente, a ficar ou regressar ao país.
Poderíamos considerar isto uma brincadeira se não se tratasse de assunto tão sério para todos nós.
Não esqueçam que desta vez estão a lidar com jovens mais letrados e com bastante destreza nas redes sociais, não têm qualquer problema em descobrir emprego num local com futuro, carreira, bom vencimento e sobretudo quem os respeite.
Apenas é triste verificar-se mais uma vez que os nossos governantes continuam a preferir dar migalhas para esconder o verdadeiro valor de quem nasceu noutra época e com outra liberdade.
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Estamos novamente a desperdiçar o investimento de todos os cidadãos com fantasias desequilibradas da realidade.
Por favor esqueçam o “politicamente correto”, está perfeitamente incorreto.
A nossa Democracia evoluiu, tornou-se mais adulta e as pessoas, quer queiram ou não, têm mais capacidade para aferir um bom ou mau Governo.
Pode parecer mesquinho, mas o que ainda vai mantendo tantos jovens por aí, é o apego ao país, à família e aos amigos. Mas isso, quando toma proporções de sobrevivência, é vulgarmente esquecido por alguns anos.
Mais grave ainda é o facto de muitos deles ficarem por lá pois acabam por se sentir bem naqueles lugares, fora da “santa terrinha”, até porque aí lhes oferecem outro futuro quase sempre bem melhor do que usufruíram até ao momento e mesmo do que verificaram nas camadas de portugueses mais idosos.
Depois, com os anos, vão sentindo que já são mais de lá do que de cá.
É a triste realidade que muita da nossa gente sempre viveu e que os políticos não sabem ou não conseguem resolver.
Outro grande problema é a redução da natalidade dos portugueses genuínos.
A nossa sorte é a migração que vai contribuindo para o equilíbrio da economia e da mão-de-obra recusada por alguns portugueses. Quando não, estaríamos entregues a situações ainda mais gravosas.
Certamente, servimos de cobaia para mais uma nova experiência sem estudos nem qualquer tipo de provas que demonstrem claramente seguirmos no bom caminho para se evitar tanta emigração.
Ainda não estudaram verdadeiramente quais as razões que levaram o país a ter falta de professores, médicos, enfermeiros, engenheiros e de muitas outras profissões fundamentais para a correta subsistência da assistência à saúde, à indústria, ao ensino, aos tribunais e a todas as restantes instituições basicamente importantes para uma vida normal de qualquer cidadão.
Procurem indagar porque razão temos um índice de pobreza tão elevado, 18º lugar em 27 países em setembro de 2024 no ranking da EU e divulgado pela PORDATA. Porque temos uma classe média tão desequilibrada economicamente da média europeia, 17º lugar em 2022, entre 26 países (20.483,00 euros por ano)!…
Não estará aí o busílis da questão?