Editorial

TUDO MUDOU E VAI MUDAR AINDA MAIS
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Jorge VER de Melo

Jorge VER de Melo

Professor Universitário

(Aposentado)

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GOSTA DESTE CONTEÚDO?

Depois desta pandemia muita coisa mudou e muita vai mudar definitivamente.

Se quisermos ser minimamente conscientes, podemos aperceber-nos que a liberdade anterior está reduzida para quem quiser passar imune sobre os problemas, ainda bem visíveis, provocados por esta pandemia.

Para já, mesmo com ou sem vacinas temos que permanecer atentos aos nossos comportamentos e aos de quem nos rodeia. Teremos que continuar a usar e abusar dos cuidados higiénicos impostos pela OMS, Organização Mundial de Saúde.

Bem sabemos que durante algum tempo os cientistas andaram desnorteados com todos os novos acontecimentos na saúde e por essa razão foram dando conselhos que de seguida eram alterados pois as investigações iam evoluindo e as descobertas acontecendo.

Em suma, foram concluindo soluções que já verificamos serem eficientes aqui em Portugal. Quanto a isso, alguns cidadãos já podem viver mais descansados embora outros continuem, ingénua e teimosamente, a não cumprir as regras impostas pelo governo. Isto reforça o egoísmo inconsciente que ainda perdura fundamentalmente na população mais jovem.

Foi simplesmente assustador o comportamento daqueles adeptos do SCP, (Sporting Clube de Portugal), que impulsionados pelo entusiasmos da conquista da Primeira Liga de Futebol, colocaram em perigo milhares, senão milhões de pessoas. Só daqui a cerca de quinze dias conheceremos os resultados reais daqueles ajuntamentos.

Se quisermos comparar esse comportamento com o que se passou nas comemorações de Fátima podemos ficar escandalizados com a diferença da boa postura em Fátima e a péssima em Alvalade.

Temos que nos convencer que quase tudo mudou e muito vai mudar após a pandemia:

– Devemos pensar em nós e nos outros. Se assim não for, sujeitamo-nos  a agravar a possibilidade de contaminação de todos;

– Será obrigatório futuramente, acautelar a saúde em primeiro lugar e depois pensar na economia. Até porque, como já anteriormente afirmamos, (sem Seres Humanos não existe economia);

– O Governo presente e os futuros, já podem dispensar a utilização do cidadão como cobaia nas suas experiências sociais alucinantes. É que certamente devem ter reparado que a arrogância e o atropelo das regras convencionais, no que diz respeito à pandemia ou a quaisquer outras doenças, eles não passam de simples Seres Humanos sujeitos a sofrer em qualquer momento, sem contemplações;

– O mesmo irá acontecer na justiça. Vão ter que resolver linearmente todos os processos pois as honras que possuem hoje, talvez amanhã não lhes sirvam de nada. São Humanos como nós, perante a natureza, não têm qualquer distinção;

– Os meninos habituados a ser presenteados permanentemente pelas suas exigências mesquinhas, passarão a dar mais valor à vida deles e à dos outros, quando não, serão arrastados para os problemas imediatos da saúde;

– A Natureza é realmente a dona disto tudo. É ela que sem qualquer distinção escolhe quem vai desaparecer da vida e quem cá fica por enquanto.

Depois das experiências dadas pelos confinamentos, tivemos a oportunidade de reflectir sobre tudo que anteriormente desperdiçámos incluindo o valor do nosso tempo e da liberdade que possuímos.

Todos aprendemos muito com esta pandemia e no futuro vamos querer gozar da melhor forma possível, (conscientemente), o tempo que nos resta desta passagem pela vida.

O espírito de solidariedade e fraternidade parece ter-se valorizado perante o egocentrismo e a vaidade que proliferava anteriormente. Sim, recordemos aquelas pessoas que penhoraram as suas vidas, desnecessariamente, em carros de luxo, habitações ou roupas que estão acima das suas capacidades financeiras e agora se encontram aflitos para solucionarem tais situações.

Recordemos também aqueles industriais ou comerciantes que forçaram uma imagem pessoal muito superior aos rendimentos das empresas em lugar de pensarem no seu futuro e no dos seus colaboradores. Agora, alguns já faliram e outros encontram-se perante uma luta titânica para salvar o seu ganha-pão.

Esta pandemia obrigou-nos a criar outra postura perante a vida.

Seremos mesmo o centro do mundo?

Às tantas não somos mais do que um minúsculo Ser Humano perante tantos milhões!…

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