Editorial

Um Sorriso e um “Muito Obrigado”
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Joaquim Letria

Joaquim Letria

Professor Universitário

 

A semana passada agradeci a todos os profissionais de saúde a dívida que nunca lhe pagaremos.

Hoje, permitam-me que alargue o meu agradecimento a todos os profissionais da recolha do lixo, ao pessoal das limpezas, aos motoristas de camiões, sem os quais não comeríamos nem tomávamos os nossos medicamentos, aos condutores de autocarros e maquinistas dos comboios que restam e dos metropolitanos de profundidade ou de superfície em que nos deslocamos, neste país sem ferrovia nem infra-estruturas.

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Agradeçamos ainda aos agricultores que com prejuízos e dificuldades de toda a ordem nos asseguram a fruta, o leite, o queijo, as carnes e os enchidos, bem como a todos os pescadores que não deixaram de ir ao mar, aos balconistas e às serviçais, hoje conhecidas como mulheres a dias, nas residências, ou mulheres da limpeza, nos lares, nas creches, nos escritórios, nas lojas, nos serviços e nos centros comerciais.. A todas e a todos, muito, muito obrigado!

Que todos nos manifestemos gratos e reconhecidos a toda esta gente. É o mínimo das nossas obrigações para com todos aqueles que tão anonimamente nos servem e em quem raramente pensamos.

Há 50 anos, quando vivi no estrangeiro, convivia com muitos emigrantes portugueses que aqui e ali desempenhavam essas funções. Recordo-me de alguns universitários portugueses que  logravam um emprego nos camiões do lixo, nem todos como condutores. E ficavam contentíssimos porque era um trabalho que lhes deixava boa parte do dia livre e era muito bem pago para as funções que desempenhavam. Hoje, infelizmente, entre nós toda esta gente trabalha dezenas de horas, recebe uma miséria e ninguém os reconhece.

Não vamos atirar-lhes uma gorjeta. Deixemos-lhe antes um sorriso e duas palavras:”Muito obrigado”.

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