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UMA FAMÍLIA ANGUSTIADA

Luís Cunha

Eis o famoso Luís Cunha, autor do processo no Tribunal Administrativo que está a impedir a resolução do problema das escolas de Monção, segundo o ministro Crato.

Luís Manuel Vaz da Cunha, foi candidato a presidente da Junta de Freguesia da Bela pelo CDS, é marido de professora da Escola de Monção que na CAP presidida por Amélia Novo foi assessora, elemento do Conselho Geral, Presidente da Assembleia Geral de pais/EE da Escola Secundária e encarregado de Educação de um aluno que é filho de um familiar. De registar que pese o seu surpreendente envolvimento na comunidade educativa, não tem qualquer filho na escola. É funcionário da autarquia de Monção, prestando serviço no ginásio Municipal, sendo também empresário no ramo da Construção Civil. O funcionário da autarquia é, curiosamente, cunhado de Anselmo Mendes que foi o cabeça de lista à Assembleia Municipal pelo CDS/PP quando o deputado Abel Baptista se candidatou ao Executivo Municipal onde almejava ser presidente.

O processo a decorrer no Tribunal Administrativo de Braga foi, supostamente, acionado por Cunha  junto de um escritório de advogados e que formalmente se apresenta como o queixoso, indicando como réu o Ministério da Educação e Ciência.

 O Minho Digital conseguiu apurar que a queixa não foi retirada dado que o ‘lesado’ alegou que teria de convocar uma Assembleia Geral de Pais e que, em termos práticos, atiraria a decisão para o período pós eleitoral o que é interpretado pelo Movimento em Defesa da Escola Pública e Câmara Municipal (PS e PSD juntos, com a oposição a esta ‘luta’ do vereador do CDS Abel Baptista) como uma «estratégia óbvia» do Ministro Crato e do Governo.

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Carlos Abreu Amorim ficou «agastado» na reunião-relâmpago nesta 4ªfeira em Monção

Aliás, o incómodo no seio da coligação PAF (PSD/CDS) é evidente dado que até ao momento os candidatos a deputados ainda não fizeram uma única incursão em  Monção, enquanto em todos os outros  concelhos já houve confraternizações, visitas a empresas e instituições, bem como acções de rua. Prova disso foi a repentina convocatória desta 4ªfeira do cabeça de lista Carlos Abreu Amorim a vereadores e deputados municipais de Monção para uma reunião no próprio dia, 3 horas depois, na sede local do PSD. Ali, segundo apurámos, o deputado que é natural do Porto tentou convencer os presentes a não votarem a proposta da Câmara Municipal que será apresentada hoje numa Assembleia Municipal que se prevê ‘quente’ pelo clima esmagadoramente generalizado de contestação às medidas do ministro Crato. Abreu Amorim, segundo a mesma fonte, terá ficado aparentemente «agastado» perante as críticas dos seus companheiros do PSD de Monção que desde há muito têm mantido uma posição coerente perante o agravamento crescente do clima no Agrupamento de Escolas que tem afectado não só alunos, como familiares, professores e funcionários. De recordar que o ambiente começou a degradar-se poucos meses antes das últimas eleições autárquicas quando a estratégia de alguns militantes com responsabilidades políticas em tempos no PSD se deixou ‘capturar’ e aliou-se à candidatura do CDS.

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Anselmo Mendes, candidato do CDS à Assembleia Municipal de Monção, ao lado de Abel Baptista. É irmão de professora da Escola Secundária e cunhado de Luís Manuel Vaz da Cunha.

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Apresentação da candidatura de Abel Baptista: do lado esquerdo Amélia Novo; do lado direito, Sameiro Paredes (esposa de Joaquim Lobo); atrás dela Cristina Ramadas, professora da Escola Secundária, nº 3 na lista à Assembleia de Freguesia de Monção/Troviscoso pelo CDS.

Nesta foto, num jantar de mulheres de apoio à candidatura de Abel Baptista  vemos da esquerda para a direita, Ana Ivone da Cruz Felgueiras Ribeiro, Sócia gerente da empresa Intereixo, empresa contratada pela Escola de Monção para os cursos profissionais, atual e desde 2012 presidente da Associação de Pais/EE da Escola Secundária de Monção, candidata nas listas do CDS à Assembleia de Freguesia de Mazedo/Cortes; ao centro, funcionária na Intereixo e a da direita é Maria Isabel Gonçalves Martins Vilas Boas, Professora do agrupamento de Monção e elemento das listas à Câmara pelo CDS.

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Jantar das mulheres da candidatura do CDS. Três funcionárias do Agrupamento de Escolas. No centro, Catarina de Jesus Batista Dias, nº 4 na lista à Assembleia de Monção/Troviscoso, funcionária da Escola de Monção, promovida a encarregada de pessoal não docente na Escola Secundária por Amélia Pires. Do lado direito, Sónia Pereira Fernandes, nº 6 nas listas do CDS à Assembleia Municipal.

Em primeiro plano, João Manuel Felgueiras Alves, nº 5 na lista à Câmara Municipal pelo Cds, marido de professora do Agrupamento de Monção, (Natália Gonçalves), nomeada coordenadora da Escola Básica Deu-La-Deu Martins por Joaquim Lobo e que se mantém na função.

Boatos ou coincidências?

É voz corrente em Monção o boato que, por detrás destas estratégias políticas, poderá haver outros interesses eventualmente coincidentes que passam por fundos Comunitários para formação. E mesmo incompatibilidades de funções.

A Intereixo, Consultoria e Psicologia Lda.(ver anexos), empresa cuja sócia gerente é Ivone Felgueiras,  actual e desde há pelo menos quatro anos presidente da direção da Associação de Pais/EE da Escola Secundária, candidata nas listas do CDS nas últimas autárquicas, é que facturou substancialmente. Através de serviços prestados (ver anexos), primeiro à Escola Secundária e depois ao Agrupamento de Escolas (sempre sob a direção de Joaquim Lobo e depois de Amélia Novo), contabilizou o valor de  153.288€ (desde setembro de 2009 até setembro de 2014). Foram ‘n’ contratos pouco intervalados e em montantes limitados de cada vez, condição sine qua non que não exigia concursos públicos, podendo as decisões ser tomadas por ‘ajuste directo’ através de fundos  Comunitários do POPH que é a entidade oficial, dependente do Governo, que gere essas generosas atribuições.

Depois existe outra empresa chamada Tríade (ver anexo), que surgiu primeiro que a Intereixo. Tinha inicialmente como sócias Ivone Felgueiras (sócia gerente da Intereixo), Amélia Novo e Patrícia Bacelar.

O curioso disto tudo é a ligação nas duas empresas entre as pessoas, com o pormenor de na Intereixo apenas aparecer o nome da Ivone Felgueiras, enquanto na Tríade são as três sócias.

Mas, mais controverso, é o facto de poder eventualmente existir um conflito de interesses. É que a  Intereixo de que Ivone Felgueiras surge como gerente, facturou os tais  153.288€ (ver anexos comprovativos), sendo parte deste valor durante o seu mandato como presidente da Direção da Associação de Pais/EE da Escola Secundária, precisamente uma das que recebera formação e, como tal, os subsídios a fundo perdido.

Em tempos de crise com ‘ventos políticos’ favoráveis e um ascendente sobre determinadas instituições pelas posições ocupadas directa ou indirectamente, isso pode tornar-se fundamental para conseguir determinados objectivos. Nem que seja, aparentemente, sob uma ‘manta’ legal. Mesmo que, como acontece nalguns casos, haja uma reciprocidade de interesses de índole diversa.

E há quem, em tempos conturbados, recorde matreiramente uma ‘máxima’  popular: «uma mão lava a outra»!  

Links de notícias anteriores:

http://www.minhodigital.com/news/cr%C3%B3nica-de-uma-campanha-falhada-deu-sarilhos-em-fam%C3%ADlia

 

http://www.minhodigital.com/news/honra-dos-padrinhos

 

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