A civilização ocidental está assente num conjunto de pilares: a filosofia grega, o direito romano, a moral judaica e, sobretudo, a pessoa de Cristo.
Estes pilares têm em comum a imagem do indivíduo (não o homem em abstrato) como um agente moral, isto é, livre e responsável, que vive a sua vida num mundo que não foi criado por ele, mas por algo maior e anterior a ele.
Os romanos deram-nos os princípios do sistema jurídico, os filósofos gregos deram-nos a razão, a ética e o amor aos valores mais nobres, os judeus deram-nos os mandamentos pelos quais podemos construir uma personalidade digna (e consequentemente uma sociedade digna), e Cristo deu-nos o Pai Divino, a irmandade dos homens, e o engrandecimento da alma humana.
Este conjunto de princípios suporta a liberdade do homem de escolher as suas acções e postulam que todas as acções têm consequências naturais e orgânicas. E mais, todos eles nos orientam para a forma correcta de viver em sociedade, permanecendo um indivíduo. Temos assim a definição ideal de homem para além das perspectivas colectivistas ou individualistas.
Dito isto, é fácil entender como tanto o individualismo quanto o colectivismo se apresentam como ataques à civilização ocidental. O individualismo desrespeita os preceitos da caridade cristã e a base da moral ocidental, enquanto o colectivismo destrói a pessoa para a tornar apenas parte de um grupo – na perspectiva colectivista, o grupo é sempre mais importante que o indivíduo. Deduz-se daqui que, se não importa o indivíduo, não há ligação pessoal com Deus, o que contraria a mensagem e o exemplo de Cristo.
Os fundamentos da nossa civilização formam indivíduos livres e fiéis aos valores mais nobres, e pessoas assim não se deixam dominar por qualquer grupo ou qualquer líder. Somos avisados sobre os falsos profetas e sobre a idolatria; estamos protegidos contra a tentação de “ser como deuses”; temos um código moral que nos obriga a pensar no bem estar do próximo e nos proíbe de fazer o mal deliberadamente. Homens assim não se convencem da falácia marxista, tampouco alinham em conspirações contra a humanidade, ou exaltam aqueles que o fazem. Estes homens reconhecem quando há uma tentativa de escravizar o espírito humano, e por isso podem combatê-la. Portanto, quem pretende dominar a humanidade deve primeiro envenenar o alimento que a sustenta. É por isto que a nossa «cultura» actual, baseada na ideologia revolucionária, é pautada por pessoas e conteúdos que se opõem à civilização ocidental como um todo, por vezes abertamente, por outras, dissimuladamente. E quando não há oposição declarada, há a tentativa de subversão.
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Antonio Gramsci, ideólogo marxista, explorou o conceito de “Revolução Passiva”: a ocupação ideológica das instituições que compõem a sociedade, subvertendo-a por dentro, com o objectivo de instaurar o marxismo como visão de mundo e, finalmente, o comunismo. Nos anos da Guerra Fria, a KGB espalhou agentes por todos os cantos com essa missão. Grande parte da nossa cultura, especialmente o entretenimento, é um produto directo dessa influência.
A defesa da civilização ocidental não é um mero clubismo. É uma questão vital de dimensão espiritual. E não se trata de ser reaccionário ou exigir a estagnação do progresso, mas sim, tomar o leme, e nunca perder de vista o ideal sobre o qual ela foi construída – o estabelecimento do Reino dos Céus.