Uma vida na emigração e … quantos a recordarão?!!!

José Rego

Ao lado é sempre melhor?

 De qualquer maneira, ainda hoje, basta passar a ponte sobre o rio Minho em Cerveira, e logo entramos num mundo diferente. “Nuestros hermanos” trabalham os campos, tratam os vinhedos e reparam as estradas e, além disso, a língua Galega é muito equivalente à nossa, a mesma de onde deriva a de Camões.

          Em Nanterre, a Oeste de Paris, com António Monteiro, ex embaixador de Portugal em França

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Crise! Qual crise? 

GOSTA DESTE CONTEÚDO?

Lembram-se do tempo em que as nossas casas eram iluminadas à luz das candeias a petróleo?

O “carro” da nossa casa paterna circulava somente, graças a uma parelha de bois?

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Nas escolas não havia aquecimento central e andava-mos pelos caminhos mesmo no Inverno, a correr com os pés descalços?

Um raio para a roda da bicicleta custava 8 tostões! Um garrafão de vinho 4 ou 5 escudos. Um bilhete no cinema Palácio, em Viana, 4 escudos, na geral. Muitos automóveis tinham o acesso à manivela para arrancaram o motor a trabalhar.

O clero seleccionava como entendia os seminaristas ao ponto de se algum coxeasse mesmo um pouco, era enviado para casa dos pais, como ratado de farrapo. 

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Houve anos que, décadas mais tarde, o cidadão português, só podia sair do país com 7 contos no bolso, 35 euros.

 

É assim que fui e sou, ou somos, acolhidos em França.

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Neste momento por Monsieur le Maire, Richard Camou, numa festa medieval, em Villeneuve Loubet, depart 06 – Côte d’Azur

  

Que significa trabalhar ao fim de semana?

 Não se compreende porquê se ouve dizer tanta asneira à portuguesa.

No actual Sistema Nacional de Saúde em Portugal, o sistema privado de saúde não é convencional. Se nos aparece uma dor de barriga, de dentes ou qualquer enxaqueca, ninguém levanta a mão, para gritar BASTA?

A tarifa de um médico particular é mais de duas vezes superior ao praticado em França. Incrível mas é verdade.

Nos centros públicos como por exemplo nos bancos e muitas outras repartições Câmaras, Mairies, não existem caixas de correio, à porta, como acontece em países civilizados como no Canadá ou em qualquer país europeu além destas repartições ficarem abertas ao público até às 17;00 hora, e outras até às 18:00 horas. E aos sábados encerram às 13 horas.

 

Promovendo a Portugália Airlines, em Draguignan – dans le Var. 1999

 

Na radio FM Toulouse, programa em língua portuguesa com compatriotas. 2004

  

Mairie de Riom, Clermont Ferrand, na companhia de três chafenses que integravam o Grupo Estenográfico de Castelo do Neiva.

Riom – Vila geminada com Viana do Castelo. Maio 2005

 

Aeroporto de Nice, no “bureau” da companhia aérea Portugalia Airlines.

Aquele abraço ao Rui Barros, na época jogador no Mónaco.

  

Deparo-me com trabalhos nada Europeus.

Digam o que quiser, mas não me conformo com o modo de trabalho executado em empresas públicas em Portugal.

Por vezes dou-me ao trabalho de pensar por que é que os emigrantes portugueses são tão elogiados lá fora?

Será pelas qualidades naturais ou dedicação, competência e o alcançado profissionalismo? Raras excepções, por que será, que, a mesma forma de trabalhar isso não aconteça?

Quando por vezes reparo em certos trabalhos, será por que nunca se atreveram a sair deste país será que, como alguns esclarecem nas redes sociais, os piores ficaram por aqui?
Aparentemente a culpa não é deles, é claro, é sempre da chefia, ou seja, dos dirigentes das empresas que os empregam, sobretudo as que abusam da sua posição dominante no mercado.

Fotos: a decoração da fachada pelas companhias de telecomunicações e o corte da água à pobre senhora que não pagou atempadamente. Coitada, ainda vai ter limpeza

ado (águas, luz, telecomunicações…)
Segundo um estudo que vi recentemente, os dirigentes das empresas portuguesas (os tais doutores da mula ruça, engenheiros, arquitectos… títulos que o Daniel Ribeiro tanto gosta) estão entre os piores e mais incompetentes do mundo.
Só pode ser por isso!

Fotos: a decoração da fachada pelas companhias de telecomunicações e o corte da água à pobre senhora que não pagou atempadamente. Coitada, ainda vai ter limpeza!

 

A vida no trabalho como Attaché Commercial na PGA Portugalia, Aeroporto de Nice

 

Em passeio de férias no Corcovado, ao pé do Cristo Rei, Rio de Janeiro. 2000

 

Num Encontro das Comunidades Portugueses no Salão Nobre da Assembleia Nacional Francesa, na companhia de Carlos Pereira director do Luso Jornal, Norico Suzuki, delegada à Cultura japonesa e Branco Gil, Embaixada de Portugal em França. Novembro 2002 (Norico Suzuki, admitiu que, na lingua japonesa, existem 500 palavras de origem portuguesa. Exemplos, pan, pão, houpo, copo, …)

 

Saudades da pátria madrasta

 A fome a estender-se de Monção a Portimão ou do Faial ao Funchal, nos anos 60 do século passado, era um facto para a maioria dos portugueses.

Há seiscentos anos, os portugueses saíram ao mar alto.

Em 1415, os portugueses conquistaram Ceuta e em 1418 chegaram à Madeira. Significa, que, os portugueses de lavradores que eram transformaram-se em navegadores.

Há mais de 150 anos, o Brasil era a terra prometida para milhares de portugueses.

Há meio século, os portugueses emigraram para terras de França, a maioria clandestinamente, e para outros países da Europa central. Para África, Américas, Austrália, Canadá, também com grande afluência sobretudo, na década de 60, motivado pelas guerrilhas nas colónias portuguesas de África.

Hoje, a maioria desses clandestinos dos anos 60 e não só, encontram-se na merecida reforma, sobrevivendo como podem, até ao final de uma vida dolorosa terrestre!

 

O saudoso Mestre Manuel Matias, o timoneiro da motora em 1964, e filho num momento de férias em Chafé. 2010

 

Nas aldeias de Portugal, em meados do século XX uma grande parte da população, passou pela emigração.

Hoje vive graças às reformas alcançadas nos países de acolhimento.

Contudo, tanto para o país inteiro como para a nossa região minhota, sem sombra de dúvidas, com ou sem coração de Viana na mão, o logotipo vianense, os nossos compatriotas emigrantes são e serão sempre, os melhores embaixadores de Portugal no Mundo.

 (a 6ª parte desta epopeia, continua na próxima edição do Minho Digital)

geral@minhodigital.pt
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