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Vai uma Trukka artesanal?

Entrevista com Elias Presa

Além da Trukka, também fabricam queijo artesanal

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A cerveja artesanal TRUKKA é fabricada em Afife, Viana do Castelo. Trata-se de um projecto que teve a sua origem há cerca de 2 anos, embora tivessem iniciado o fabrico de cerveja há cerca de 8 anos, por brincadeira, apenas para a família e amigos, o que «lhes permitiu conhecer e melhorar o processo produtivo». Fomos falar com Elias Presa que, juntamente com o seu irmão Paulo, partiram para este projecto.

GOSTA DESTE CONTEÚDO?

Minho Digital (MD) – Porquê Truka?

O nome TRUKKA surgiu naturalmente, na altura em que estávamos a provar várias cervejas. Na linguagem popular, “truca” é a acção de engolir um líquido, pelo que  o nome nos soou muito bem, sendo ainda muito fácil de memorizar.

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MD – O que a sua cerveja tem que as comerciais não têm?

A cerveja artesanal caracteriza-se por ser fabricada apenas a partir de produtos naturais (água, malte em grão, lúpulo, e leveduras). Não contem conservantes nem quaisquer outros produtos de síntese. Trata-se de cervejas especiais, personalizadas, ricas em  aromas e sabores diferenciados. A sua produção em pequena escala permite-nos experimentar vários sabores e aromas, o que se torna praticamente impossível nas cervejas industriais, devido à sua dimensão. O seu gás é exclusivamente resultante da fermentação.

MD – É complicado produzir cerveja? Fale-me um pouco sobre o processo.

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A  produção de cerveja não é complicada, no entanto requer conhecimento e domínio do processo e cuidados higiénicos bastante apertados. Inicia-se todo o processo com a escolha dos maltes e dos lúpulos mais adequados a cada tipo de cerveja. Procede-se então à moedura do malte, ao qual se vai adicionar água a temperatura controlada a fim de extrair o amido, que vai ser convertido em açúcares fermentáveis. Seguidamente o mosto obtido será lavado e fervido, e é durante a fervura que é adicionado o lúpulo, que vai dar o amargor, sabor e aroma da cerveja. O mosto é seguidamente arrefecido à temperatura de fermentação, colocado em fermentadores e adicionado de levedura, iniciando-se a fermentação. A cerveja é então engarrafada ou posta em barris, sofrendo uma segunda fermentação em garrafa e maturação. Todo este processo, desde o início do fabrico até que a cerveja possa ir para o mercado demora cerca de 1 mês, podendo ser mais longo, dependendo do tipo de cerveja.

MD – Dedica muito do seu tempo à produção de cerveja?

Neste momento dedico cerca de 30% do meu tempo ao fabrico de cerveja, repartindo com o fabrico de queijo artesanal e a  minha actividade profissional como técnico de segurança.

MD – Quantos litros produz em média por ano?

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Estando ainda numa fase inicial, a nossa produção de cerveja é relativamente pequena, contamos este ano produzir cerca de 1500 l, sendo nossa intenção aumentar gradualmente este volume.

MD – É um hobbie? Tem outra profissão e/ou ocupação?

Como referi anteriormente, a minha actividade reparte-se nesta altura pelo fabrico de cerveja, fabrico de queijo artesanal e técnico de segurança contra incêndio.

MD – Em que locais é possível actualmente beber a sua cerveja?

De momento a comercialização é feita directamente por nós, quer por entrega directa ao consumidor final, quer em feiras ou mostras do ramo. Posteriormente será colocada em alguns restaurantes e bares da região, decorrendo já negociações para o efeito.

MD – Como promove a Truka?

A Trukka é promovida nestas feiras e pela via que nós consideramos ser a mais eficaz, que é a via do “amigo que diz ao amigo”.

MD – Neste momento já exporta?

Não, não exportamos, nem é nossa prioridade a exportação.

MD – O que aconselha para acompanhar uma Trukka?

A Trukka tem 4 tipos de cerveja, desde as cervejas mais leves e refrescantes como a Pilsner ou a Weiss (cerveja de trigo) até às mais encorpadas e mais amargas, a Bitter e a Stout.

Uma Pilsner ou uma Weiss acompanham bem os mariscos, peixes e comidas mais leves.

A  Bitter é boa para acompanhar um assado, carnes e enchidos.

A Stout acompanha muito bem pizzas, massas ou doces.

MD – Qual é o panorama cervejeiro em Portugal? E do Minho?

Nestes últimos 3 anos, temos vindo a assistir a um crescimento das cervejarias artesanais e microcervejarias. Este crescimento deveu-se em grande parte à explosão de feiras e festivais de cervejas artesanais, como foi o caso da ArtBeerFest em Caminha. Parece-me que muitas cervejarias artesanais vão ainda surgir no País e particularmente no Minho nestes tempos mais próximos, pois ainda há muito espaço comercial. Penso que se justifica a criação de uma associação de cervejeiros artesanais para fortalecer o sector. Aguardemos para ver o que o futuro nos reserva.

MD – Que planos e projetos tem para o futuro?

Futuramente, queremos colocar a nossa TRUKKA na restauração e nalguns bares da zona, assim como desenvolver mais alguns tipos de cerveja para aumentar o nosso portfólio. Estamos ainda numa fase de investimento, a fim de melhorar o nosso processo produtivo e melhorar cada vez mais a qualidade dos nossos produtos.

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