Verão/2022.. veremos onde nos pode levar!

Quase tão certo como pagar impostos, aí está o Verão.

E não parece – como o tempo passa a correr – a estação do ano tem já metade do seu mês alto de calendário, Agosto, percorrido.

E se não é uma fatalidade, ler o que penso do tempo férias já consumido, este Verão de 2022, por graça, ou desgraça nossa, do indígena europeu e arredores, é um daqueles marcos na vida, mesmo dos que da vida têm memória selectiva. Um marco, um sinal gravado a ferro e fogo nas nossas vidas. Verão de 2022, vai ficar como uma marca, um ferrete, um tempo de passagem, que vai ser difícil de apagar, esquecer, contornar, na memória colectiva e pessoal futura. Para o bem, ou para nosso mal. Este deveria ser o tempo de esperança, de confraternização, de comunhão, de festa e, infelizmente, assim não o é.

À angústia e incerteza do Covid/19, seguiu-se monstruosidade da invasão/guerra da Ucrânia, e por estes dias um novo vírus, o dos macacos! Atordoados ou toldados, o bicho humano, de forma fulminante, foi confrontado e é obrigado a enfrentar a dureza de um modus-vivendi que de todo julgava improvável. Ás alterações climáticas, já de si incompreensíveis até para os que têm mais escolaridade, somou-se a desconfiança, a maioria das vezes travestida de egoísmo e ignorância. E se a tudo isto juntarmos o medo, montado está o cenário para os demagogos e os oportunistas.

O presente que vivemos é, pois, a primeira prestação da conta alta que vai ter de pagar por sancionar pelo voto o oportunismo e os oportunistas que enxamearam tudo o que desse uma oportunidade de assegurar um lugar à mesa do orçamento público, local ou central. Estes ‘servidores’ nunca o foram para servir o ‘Povo’. Serviram, servem-se do voto que o Povo lhes confere. Da Esquerda à Direita, dos mais ‘bonzinhos’ aos mais ‘radicais’, com a bênção dos chefes religiosos ou profanos, ou por via deles, Portugal, e a Europa, a partir da entrada no milénio, foram capturados nos postos de responsabilidade política, económica, finanças, e até na Justiça, por gente e agentes, como se tem nos últimos tempos comprovado, pouco honesta e incompetente. Daí chegarmos ao presente viver em permanente desconfiança e ansiedade. E ai do que, saindo fora desta bitola ouse querer diferenciar-se. O Povo não gosta, e a seita não consente.

E se os mais velhos andam baralhados, os mais novos, os ditos mais ‘modernos’, os novos saloios urbanos, ou coisa que o valha, como resultado da educação que (não) tiveram, perante tão eloquentes factos exemplares, habituados à invenção, das muitas que a internet é prodiga em servir, cultivam o egoísmo como arrogante defesa para o que não compreendem nem entendem.

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E entre ‘coisa do outro mundo’, de um mundo de coisas improváveis, a invasão da Ucrânia pela Rússia foi a fava no doce-amargo do repetir da história que os últimos 50 anos permitiu viver em paz na Europa. Uma paz nos faziam crer serem de duradoura continuidade. Mas, como nos ensina vida, só dá valor à Paz quem sentiu e viveu a guerra. Se, os que pela idade e testemunho vivido ainda tinham memória, e julgavam irrepetível a sucessão de acontecimentos que trazem a Europa desde Fevereiro passado qual barata tonta, os novos dirigentes políticos, económicos e da Justiça, que não sabiam o que foi a guerra, nem lutaram pela paz, pela lei da vida, na ânsia do mando e vã glória, viraram pequenos ditadores, como Hitler, também eles democraticamente eleitos. E dizem que a história não se repete! Repete-se sim. Infelizmente repete-se, com novos personagens, quiçá menos façanhudos, mais bem ataviados e melhores falantes, mas repete-se.

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E aí temos o Verão do nosso descontentamento. Coleccionando erros, arrastando indecisões e indefinições, acenando com o fim das férias, com um Outono, onde as folhas não caiam, esperando para ver onde tudo isto nos pode levar, chamados à realidade que os cerca, rodeia, onde se movem ou para onde nos arrastam. Depois de dois anos de confinamento, ou, sejamos bondosos, alguma restrição na liberdade de movimentos, sofrimento doloroso, internamento, perda de entes queridos e amigos, provavelmente não terá, ou será, a maior e mais marcante das consequências de tão profunda ‘viragem’ nas nossas vidas no tempo que se seguirá a este Verão de 2022. Não é uma questão de fé. É a realidade que por vezes não queremos ver e admitir.

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PS: A confirmar a desconfiança do comum dos mortais na Justiça, os principais jornais diários Público e JN) titulavam, na passada Segunda-feira:

“Um quarto dos juízes acredita que há corrupção na justiça mesmo que seja “muito raramente”.

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Num conjunto de quase 500 magistrados judiciais portugueses que responderam ao mais recente inquérito da Rede Europeia de Conselhos de Justiça, 26% dizem acreditar que alguns juízes receberam subornos nos últimos três anos. Também 27% acreditam em irregularidades na distribuição de processos judiciais.”

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