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Vespas-asiáticas e incêndios reduzem rendimento dos apiários nos Arcos

As vespas-asiáticas não dão descanso aos apicultores no Alto Minho. A praga está a diminuir, consideravelmente, a produção de mel nesta região, mas os habitats naturais destruídos pelos incêndios no verão de 2016 também estão na origem do reduzido rendimento dos apiários.

Os apicultores assumem que os ninhos vespeiros são uma séria ameaça à fileira do mel. Predominam no meio rural em árvores e nas proximidades de casas. No concelho de Arcos de Valdevez, a sua sinalização pode ser feita através de plataforma informática – SOS Vespa –, mas a maioria dos casos é comunicada telefonicamente ou por endereço eletrónico. 

Paralelamente, como se não bastasse esta praga, em vastas áreas do Parque Nacional da Peneda-Gerês e do pré-Parque, foram consumidas, no ano transato, importantes manchas de espécies que as abelhas normalmente polinizam. Consequência disso, os produtores de mel contabilizam prejuízos com a destruição do coberto vegetal (quando é que o monte se vai cobrir de urzais outra vez?) e dos povoamentos florestais espalhados pelos milhares de hectares que as chamas varreram há pouco mais de um ano.

Voltando à praga que está a ameaçar o setor da apicultura, só no concelho de Arcos de Valdevez já foram exterminadas centenas de ninhos desde o arranque da campanha de combate. A destruição de cada ninho vespeiro é precedida de uma validação para confirmar se está ativo e qual a respetiva prioridade, pela proximidade de residências ou local de circulação de pessoas. As operações de destruição são feitas, sobretudo, de noite, quando todas as vespas se encontram no ninho, sendo fundamental não deixar “sementes” (a rainha, que põe os ovos, e as obreiras) para não darem origem a outras nidificações.

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“Os ninhos tanto podem estar em árvores como em casas devolutas ou barracões”, diz Bento Amorim, produtor que estima perdas significativas. “A produção de 2017 foi quase quatro vezes inferior em relação a um ano bom”, concretiza o apicultor sediado na União de S. Jorge e Ermelo.

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De resto, as associações de apicultores manifestam grandes preocupações e falam em prejuízos efetivos devido à praga da vespa-asiática (também conhecida por vespa velutina). Denunciam que há um grande número de enxames a desaparecer, ficando as colmeias sem as suas “inquilinas” naturais.

Sem certezas acerca da evolução positiva ou negativa dos ninhos, existe, no entanto, a perceção de que o combate intenso registado em anos recentes, o tempo muito seco até meados de outubro e as armadilhas para aniquilar as fundadoras estão a ajudar a, pelo menos, conter a praga que, desde 2012, tem eliminado imensas colónias de abelhas e, portanto, destruído inúmeras colmeias saudáveis.

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Além destes efeitos perniciosos, a presença da vespa-asiática está a aumentar os custos associados, designadamente em deslocações (aos apiários), tempo que se gasta e alimento para as colmeias bloqueadas, devido à presença por perto daquela espécie invasora.

De referir que alguns especialistas têm detetado, na região norte de Portugal, um período de hibernação precoce da vespa em árvores ocas e buracos.

 

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