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Viana do Castelo recebe rastreio nacional da voz artística realizado pela GDA

Dirigido aos artistas do distrito, mas aberto a toda a população, o Rastreio Nacional da Voz Artística promovido pela GDA – Gestão dos Direitos dos Artistas passará, nos dias 30 e 31 de agosto, por Viana do Castelo, tendo lugar na Unidade de Saúde Familiar Gil Eanes.

 

Nos dias 30 e 31 de agosto, o Rastreio Nacional da Voz Artística concluirá mais uma etapa do seu circuito pelas capitais de distrito. Desta vez, a iniciativa da GDA – Gestão dos Direitos dos Artistas – a entidade que em Portugal gere os direitos de propriedade intelectual de músicos, atores e bailarinos – decorrerá na Unidade de Saúde Familiar (USF) Gil Eanes, em Viana do Castelo.

 

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O rastreio resulta de uma parceria entre a GDA, o Ministério da Saúde e o Centro Hospitalar Lisboa Ocidental, cuja Unidade de Voz do Hospital Egas Moniz se distingue como o principal ponto do Serviço Nacional de Saúde na prestação de cuidados de saúde diferenciados na área da voz a artistas portugueses. O objetivo do rastreio nacional é assegurar a possibilidade de diagnóstico precoce de doenças do aparelho vocal em regiões onde os artistas não têm acesso a exames específicos.

 

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Dirigido à comunidade artística do distrito de Viana do Castelo, mas aberto a toda a população, a sua próxima etapa terá lugar nos dias 30 e 31 de agosto, na Unidade de Saúde Familiar Gil Eanes (Largo Infante Dom Henrique, 36, 4900 – 369 Viana do Castelo)

 

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No primeiro dia (30), o rastreio decorrerá entre as 10 e as 13:00 e das 15:00 às 18:00. No dia seguinte, o rastreio começa às 9:00 e interrompe às 13:00, mantendo-se os horários da tarde iguais aos da véspera.

 

A população poderá inscrever-se nessa USF, ao passo que os artistas deverão fazê-lo diretamente através do site da Fundação GDA (www.fundacaogda.pt). Pessoas que compareçam sem marcação nas instalações da USF Gil Eanes também serão atendidas, caso haja vagas disponíveis.

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“Este rastreio nacional é uma forma de chamar a atenção dos cantores e dos atores portugueses para os cuidados regulares que devem ter com o seu aparelho vocal: a exigência permanente a que a voz profissional está sujeita desenvolve algumas patologias que, se não forem detetadas cedo e corrigidas, comprometem a prazo a qualidade do desempenho artístico”, explica Clara Capucho, a cirurgiã otorrinolaringologista responsável pelo rastreio da GDA.

 

“Para além de cantores e atores, é crucial para a saúde vocal dos portugueses que todas as pessoas, regularmente, façam um exame às suas cordas vocais. É isso que permite fazer o diagnóstico precoce de várias doenças, entre as quais o cancro da laringe”, afirma Clara Capucho. “Há muitos profissionais da voz como professores, jornalistas, advogados, políticos ou padres, entre muitos outros, que têm todo o interesse em verificar a saúde do seu aparelho vocal”.

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“A Fundação GDA tem sido uma das organizações que, em Portugal, mais consistentemente tem promovido uma cultura de saúde da voz”, afirma por seu turno Luís Sampaio, vice-presidente da GDA – Gestão dos Direitos dos Artistas, que acompanha o rastreio.

 

O Rastreio Nacional da Voz Artística – anunciado no Dia Mundial da Voz de 2017 e que fez o balanço do seu primeiro ano no Dia Mundial da Voz de 2018 – percorrerá todos os distritos e regiões autónomas, assegurando desta forma a possibilidade de se fazer o diagnóstico precoce de várias doenças típicas dos profissionais da voz. Serão muitas centenas de exames em cidades e regiões onde, até à data, os artistas lá residentes não tinham acesso a eles. Antes de Viana do Castelo, o rastreio já passou pelo Hospital Egas Moniz, em Lisboa, e por unidades de cuidados de saúde primários dos distritos de Vila Real, Bragança, Beja, Portalegre, Faro, Évora, Setúbal, Santarém e Leiria.

A “Dra. Voz”

 

Premiada em 2016 nos Estados Unidos, Clara Capucho, coordenadora da Unidade de Voz do Hospital Egas Moniz, é a principal referência clínica dos cantores e atores portugueses: atende-os sempre, a qualquer hora do dia ou da noite. Tem mais de três mil cirurgias no seu curriculum. A sua tese de doutoramento sobre a avaliação multidimensional da voz profissional foi aprovada por unanimidade e distinção.

 

A otorrinolaringologista Clara Capucho tornou-se, nos últimos anos, na principal referência da saúde da voz em Portugal. É a “Dra. Voz” portuguesa – como lhe chamam muitos dos artistas, sobretudo cantores e atores, que recorrem às suas consultas ou a intervenções cirúrgicas conduzidas por si na Unidade de Voz do Hospital Egas Moniz, em Lisboa.

 

Em setembro de 2016, no último congresso da Academia Americana de Otorrinolaringologia em San Diego, nos Estados Unidos (Califórnia), o seu poster “Medialization Laryngoplasty with Hydroxylapatite Microspheres” mereceu uma “Best Rated” (Menção Honrosa). Este trabalho descreve a experiência inovadora da Unidade de Voz do Hospital Egas Moniz no tratamento de doentes com insuficiência gótica através de um produto com a designação comercial “Radiase”.

 

Segundo o diretor da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa, Jaime da Cunha Branco, “este prémio é certamente um motivo de orgulho para a investigação científica nacional, não só pela sua elevada qualidade, como também porque demonstra a aceitação do trabalho por pares com os mais altos padrões de exigência”, neste caso a Academia norte-americana. Clara Capucho conclui em 2018 o seu doutoramento nesta faculdade, tendo a sua tese versado sobre a avaliação multidimensional da voz profissional.

 

A intensa atividade cirúrgica de Clara Capucho é uma das suas marcas: participou em mais de três mil cirurgias, nas quais em mais de duas mil como cirurgiã principal. Pelo seu bisturi passaram, para além de artistas, governantes, políticos, administradores de empresas, muitos professores, jornalistas, profissionais da rádio e da televisão.

 

Ao mesmo tempo, tem-se notabilizado por uma intensa participação em programas e cursos no estrangeiro, sobretudo nos Estados Unidos, onde tem observado “in loco” as mais avançadas técnicas cirúrgicas que têm sido testadas na última década. Tem também um mestrado em Audiologia pelas Universidade do Kansas. Nas reuniões científicas, congressos e jornadas em que participa (sobretudo em Portugal e nos EUA, mas também no Canadá, Itália, França ou África do Sul, entre outros países) Clara Capucho apresentou 80 comunicações e “posters” científicos. Para além disso, teve dez trabalhos seus editados em revistas  europeias e norte-americanas de publicação médica periódica indexadas, para além de dezenas de outros em revistas não indexadas.

 

O que, no entanto, tornou Clara Capucho mais conhecida foi o acompanhamento permanente que faz a mais de uma centena de artistas, sobretudo cantores e atores, que usam a voz como principal instrumento de trabalho. Boa parte deles são acompanhados por ela há muitos anos, pelo que, na maioria dos casos, a relação que estabeleceram com esta cirurgiã excede em muito o que é normal entre um paciente e um médico.

 

Quando em 2005 funda a Unidade de Voz do Hospital Egas Moniz, Clara Capucho imprime-lhe logo uma originalidade em Portugal. Para além dos otorrinolaringologistas, a unidade passa a contar com uma terapeuta da fala vocacionada para a voz profissional e com um professor de Canto – nos primeiros anos Joana Machado Espadinha e, mais recentemente, o tenor Luís Madureira, professor de Canto na Escola Superior de Música de Lisboa.

 

“A voz é uma marca da identidade de cada pessoa tão importante, ou mais, do que a impressão digital”, afirma Clara Capucho. “E é-o ainda mais nos artistas, uma vez que são pessoas que não podem ter qualquer patologia na sua voz, mesmo que mínima, sem comprometer o seu desempenho profissional”.

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