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Vida Selvagem no Alto Minho – Grande Reportagem

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O Minho Digital teve, desta vez, o privilégio de conhecer recentemente um grupo de entusiastas pela natureza, que se deixam guiar pelo prazer da descoberta e pela possibilidade de encontrar o inesperado. Com a oportunidade de acompanhar o grupo numa das saídas de campo, aqui fica descrito todo o processo necessário para uma autêntica sessão de vida selvagem ao estilo BBC, mas na versão Minhota, pese embora os nossos condicionalismos e limitações tecnológicas.

As saídas no terreno tem como objetivo final conseguir o máximo de registos possíveis da biodiversidade existente na Serra D’Arga. Para tal, são utilizadas câmaras de registo fotográfico e vídeo, colocadas estrategicamente em locais propensos à passagem de animais, como pequenos cursos de água ou zona de trilho. A câmara, dotada de sensor de movimento, dispara num curto intervalo de tempo, gravando em vídeo o animal que por ali passa, durante um período pré-definido (10-20 segundos normalmente).

Embora a ideia seja bastante simples e aparentemente fácil, a desenvoltura direta no local mostra a verdadeira realidade. Tudo começa logo pela própria meteorologia. Na montanha, é sabido que a temperatura é muito menos estável do que no litoral, atingindo grandes variações entre o dia e a noite. Os ventos frios inesperados que por vezes se fazem sentir, dificultam ainda mais a tarefa, e o pior de tudo é mesmo o nevoeiro, capaz de cobrir tudo à sua volta, tornando a visibilidade praticamente nula.

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A tudo isto, é preciso somar a irregularidade do terreno, intercalando as aflorações de granito com densa vegetação, por vezes, completamente encharcada, ou então, com tojo completamente cerrado. Em suma, escusado será dizer, para uma destas saídas é indispensável boa preparação física; conhecimento geral da montanha; sentido de orientação; roupa e calçado adequado às condições da montanha e acima de tudo, total empenho e interesse, ou seja, “amor à camisola”.

Na saída em que o Minho Digital acompanhou o grupo, o objetivo era localizar as câmaras dispostas no terreno, previamente colocadas há cerca de uma semana atrás, e recolher os possíveis registos nesse intervalo de tempo. De todos as câmaras apenas uma conseguiu registos. As restantes, devido ao mau tempo que se fez sentir, foram ativadas pela agitação da árvore/arbusto onde estavam presas, dando origem a uma série de vídeos sem qualquer conteúdo. Este é um dos contratempos que podem surgir, dificultando o processo de recolha e todo o trabalho.

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Como prova do seu trabalho a longo prazo, o grupo cedeu imagens e vídeos exclusivos ao Minho Digital de espécies presentes, não só na Serra D’Arga mas também na zona do Parque nacional da Peneda-Gerês.  

A Raposa, tem um aspeto clássico de canídeo, mas com patas mais curtas e uma cauda extraordinariamente comprida e grossa, sobretudo na ponta, que é branca. O focinho é aguçado, com orelhas proeminentes e olhos rasgados de expressão astuta. A pelagem tem tons variáveis entre o inverno e verão. Nenhum outro carnívoro da fauna europeia está tão bem adaptado a todos os biomas como a raposa. 

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O Gato-Bravo, mais corpulento que o gato doméstico. A principal diferença está na cauda: a do bravo é mais grossa e tem barras pretos com a extremidade volumosa e colorida. Para além disso, possui uma lista preta ao longo do dorso que termina no início da cauda.

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Geneta, possui aparência de um gato grande e alongado, provisto de uma cauda comprida com anéis muito evidentes, pêlo malhado irregularmente, patas curtas e focinho afilado. Tem um ouvido extremamente apurado e uma visão penetrante capaz de atuar em pouca luz.

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O Corço, é o mais pequeno mas também o mais gracioso e abundante dos cervídeos europeus. Este herbívoro, assim como outros do seu género, ocupam um dos papéis ecológicos chave. A sua capacidade para transformar a cobertura vegetal em energia, torna-os consumidores primários que, por sua vez, são apetecidos pelos carnívoros a consumidores secundários, como é o caso do lobo. As galhadas ou hastes só ocorrem nos machos, e neste exemplar mantém-se pequenas, ainda cobertas com pele, o que indica a idade aproximada de 1 ano.

O Javali apresenta um aspeto maciço e corpulento, com uma cabeça muito volumosa e cónica que se alonga num focinho proeminente. O corpo é muito mais compacto do que o dos porcos e está coberto por pêlos fortes e longos. As patas, muito curtas, ficam rematadas por cascos fendidos e largos. As crias apresentam, até aos 6 meses, uma pelagem estriada em tons amarelos, funcionando como camuflagem perante possíveis predadores.

O Lobo, é o maior, o mais vigoroso e popular dos mamíferos predadores da Europa. Robusto e, ao mesmo tempo, esbelto, a sua silhueta revela o corredor infatigável e o matador eficiente. É um superpredador por excelência e preside a pirâmide ecológica, exercendo um papel como controlador das populações de herbívoros que, sem a sua presença, chegariam a ser numerosos e poderiam pôr em perigo os recursos vegetais.

Vídeos:

Através destas imagens pode confirmar-se a riqueza biótica existente nos nossos montes, coexistindo entre todos os animais uma estrutura hierárquica funcional e independente, a todos os níveis (familiar, alimentar, territorial). Estes valores naturais devem ser preservados e reconhecidos por todos, de modo a dar continuidade à sua subsistência.

O Minho Digital reconhece e felicita todos os envolvidos pelo fantástico trabalho aqui feito, digno de ser partilhado pelo enorme valor ecológico aqui envolvido. Nesse sentido, futuros artigos serão apresentados pelo nosso jornal, acompanhando novas aventuras e descobertas deste grupo fantástico. Fique atento, e um bem-haja a todos aqueles que trabalham em prol da Natureza.

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