Filipe Anacoreta Correia, conforme deliberação aprovada em Conselho Nacional do CDS, será o cabeça de lista a deputados por Viana do Castelo. Conhecedor do distrito desde miúdo quando acompanhava o seu pai, fundador do Partido, que foi eleito por este círculo eleitoral, juntamente com o limiano João Abreu Lima.
Casado, com 4 filhos, advogado desde 2000, Adjunto da Secretária de Estado Adjunta do Ministro da Economia e depois do Ministro da Presidência (2003-2005). Participou na campanha do referendo ao aborto, tendo fundado um movimento chamado “Independentes pelo Não”.
PUBDepois protagonizou um movimento de renovação partidário, no seio do CDS, designado “Alternativa e Responsabilidade”, tendo sido candidato num Congresso contra Paulo Portas. Filipe Anacoreta Correia é presidente do Conselho Fiscal do IDL – Instituto Amaro da Costa e faz parte da Direcção do Partido (“Comissão Executiva”) desde que Assunção Cristas alcançou a liderança.
Assumiu o cargo de deputado, em substituição de Paulo Portas e, desde 2016, é o coordenador do Grupo Parlamentar na Comissão dos Assuntos Sociais e Trabalho.
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Em 2018 foi eleito deputado na Assembleia de Freguesia de Alcântara «com mais votos que o PCP, que durante 30 anos foi poder naquela freguesia».
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Minho Digital (MD) – Qual a sua ligação ao distrito de Viana do Castelo?
Filipe Anacoreta Correia (FAC) – As minhas ligações a Viana do Castelo são antigas e profundas; não são invocadas agora por oportunismo político. Àqueles que dizem que não tenho ligações a Viana lanço um desafio: venham dançar um vira ou uma chula e logo se verá quem é mais convincente.
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MD – Como sabe, há alguma contestação interna no concelho de Viana pelo facto de Assunção Cristas indicar que o cabeça de lista do distrito às próximas legislativas seja indicado um militante que não eleito pelas estruturas locais, e agora Vitor Mendes que, além de presidente da Distrital, é presidente de uma Câmara Municipal numa terra onde o partido sempre teve uma forte implantação. Quer comentar?
FAC – O CDS aprovou em Conselho Nacional um cabeça de lista que tem ligação ao Distrito de Viana e que simultaneamente é membro da Direção.
Cada um poderá fazer a leitura que quiser, mas parece indiscutível que com essa opção quis-se valorizar o círculo de Viana e fazer uma aposta forte para tentar eleger não apenas um, mas dois deputados como aconteceu em 1976.
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MD – Os que contestam a sua indicação alegam que não está em causa o seu valor, mas sim o modelo de escolha. No passado sempre foi assim, com uma ou outra excepção. Concorda com esse critério que, como sabe, foi aprovado em Conselho Nacional?
FAC – Sempre houve – e em todos os partidos há – uma quota nacional. O que Assunção Cristas fez em relação ao passado foi diminuir essa quota nacional.
MD – Nos outros partidos também tem acontecido o mesmo, ou seja os cabeças de lista têm vindo de outras regiões do país…
FAC – No CDS sempre procurámos candidatos com ligação ao Distrito e eu não sou excepção.
«VITOR MENDES FOI MUITO CLARO E REITEROU-ME EMPENHO»
MD – Sabe como serão escolhidos os restantes elementos da sua Lista?
FAC – Serão indicados pelos órgãos locais e aprovados em Conselho Nacional.
MD – Tem mantido contactos recentes com aqueles dirigentes do Alto Minho que não aceitam o critério dos órgãos nacionais, mais precisamente no seu caso concreto?
FAC – Sim. Devo dizer que Vitor Mendes não se inclui naqueles que não aceitam a decisão. Vítor Mendes foi muito claro e reiterou-me o compromisso de empenho para o sucesso do partido. Uma coisa é podermos discordar – e ele disse-o sem ambiguidades -, outra é não aceitar.
MD – É do conhecimento público e político a inexistência de estruturas concelhias do CDS no distrito, com algumas que alegadamente só existem formalmente, enquanto outras não existem e onde as há não são suficientemente correspondidas em termos de resultados eleitorais. Concorda com esta visão?
FAC – Creio que, no passado, o CDS já esteve melhor, mas também já esteve bastante pior do que hoje está, também no Distrito de Viana do Castelo. Temos de continuar a aprofundar o caminho para que no futuro possamos crescer ainda mais.
MD – O que pensa fazer para procurar aglutinar aqueles que contestam publicamente a sua indigitação, independentemente do valor que dizem reconhecer-lhe?
FAC – Trabalhar. Com eles também, se quiserem.
MD – Como sabe, nas últimas eleições, Abel Baptista conseguiu ser o único eleito mesmo à tangente. Acredita que, no seu caso, será eleito, pese embora se possa admitir um pouco empenhamento na campanha eleitoral por parte de Ponte de Lima e Viana do Castelo?
FAC – Como já referi, acredito que poderemos ambicionar a eleição de um segundo mandato, como já ocorreu no passado. Para isso, terá de contribuir uma boa campanha a nível nacional e muito trabalho a nível local.
MD – Quais são para si os temas mais fortes que servirão de ‘bandeira’ na sua campanha eleitoral?
FAC – Os temas fortes serão os nacionais: aos poucos os portugueses vão percebendo o caminho enganador do Partido Socialista e os perigos de uma maioria de esquerda. O CDS tem feito uma oposição constante, competente e muito determinada. Somos a alternativa a quem não quer seguir este caminho. Para os vianenses há também tonalidades diferentes em temas ou preocupações gerais. Por exemplo, a aceleração do envelhecimento no Distrito é bastante impressionante (30% acima da média nacional). Com essa aceleração vêm inevitavelmente receios de isolamento, insegurança e preocupações com a rede de saúde. Mas só com desenvolvimento económico podemos inverter estruturalmente esse caminho. O tema dos transportes e das acessibilidades é também um tema chave.
«NUNCA EQUACIONO VIRAR A CARA AO CAMINHO TRAÇADO»
MD – A manter-se a contestação, está disposto a seguir em frente, não abdicando da sua indigitação?
FAC – Se não tivesse sangue minhoto talvez pensasse de outro modo, mas nunca equaciono virar a cara ao caminho traçado.
MD – Sabemos da sua participação nas eleições intercalares para a freguesia de Darque em que o CDS só não ultrapassou o PSD por 31 votos, o que foi um resultado surpreendente atendendo a que o terreno local nunca foi fácil para o seu partido. Conta com a militância desses militantes em torno da sua candidatura?
FAC – O CDS teve um ótimo resultado em Darque, que é tradicionalmente um terreno muito difícil para os centristas. Admiro muito aqueles que se dispõem aos combates difíceis. Apoiei Pedro Meira que nasceu e vive no Porto, mas nem por isso deixa de ser vianense e é um autarca comprometido com aqueles que o elegeram. Foi um apoio sincero e que não me constitui credor de apoio algum.
Intervenção de Filipe Anacoreta Correia nas Cerimónias comemorativas do 25 de Abril na Assembleia da República:
https://vimeo.com/332411207?fbclid=IwAR2ZzMUE-joVXch9WF8WH0sMKYPXOuItRBzoshv70UqOgbDPmy-Ju4bgPTA