Austrália, Covid e um recorde que vai ficar para a história

Num novo ano, em que várias medidas continuam a ser tomadas para mitigar o COVID-19, no desporto, e no ténis em particular pelas constantes viagens, as medidas têm-se tornado mais rigorosas. Austrália, o primeiro grand slam do ano, decidiu que só estariam aptos a jogar o torneio quem estivesse vacinado, 97 dos atletas do top 100 ATP, assim o fizeram para cumprir com os requesitos.

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No entanto, os três que optaram por não o fazer, cada um com os seus motivos, Tennys Sandgren, decidiu não se vacinar por motives pessoais desistindo do torneio, Pierre-Huges Herbert por outro lado, testou positivo ao COVID-19 e recebeu a primeira vacina 3 meses após, contudo devido à Australia exigir duas vacinas também teve de sair do Open, e por último, Novak Djokovic, por ter contraído Covid-19, num periodo inferior a 6 meses, em Dezembro.

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Requesitos para isenção (fonte Australian Open)

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A história do Djokovic, e embora tenha recebido isenção por parte do Governo de Victoria, de acordo com as 5 isenções possíveis que a Tennis Australia admitiria (foto 1, acima), tornou-se controversa, atingindo uma escala global. Dividindo opiniões acerca da vacina, e se atletas saúdaveis seriam obrigados a tomar a vacina para poderem cumprir a sua profissão. Em causa estaria o quebrar de um recorde, se Djokovic saisse victorioso. Mas este sonho de ganhar 21 Grand Slams terminaria alguns dias após a sua entrada na Aústralia, com a decisão final do governo federal, através da voz do Ministro da Imigração, Alex Hawke, alegando

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“Hoje exerci o meu poder sob a Lei de Imigração para cancelar o visto detido por Novak Djokovic por motivos de saúde e boa ordem, com base no interesse público”.

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Deportação de Djokovic (fonte bbc.com)

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O “Australian Open”, apesar de todo o mediatismo vivido, acabou por ter início, e nos seus “courts” vários jogadores portugueses disputaram por um lugar no quadro principal. João Domingues, cedeu logo na primeira ronda de qualificação, por 6-4 6-2 para Yuki Bhambri. Frederico Silva, resistiu 2 rondas, perdendo por 6-2- 7-2, para o Thomas Fabbiano. Gastão Elias conseguiu mesmo chegar à terceira e última ronda de acesso, mas os seus esforços também não foram os pretendidos, perdendo para Skatov Timofey por 6-4 7-6. João Sousa, similar a Gastão, também se defrontou com uma derrota na última ronda, com parciais de 6-4 6-4, para Radu Albot, contudo, nem sempre os esforços são em vão, e acabou por ser repescado, sendo o único português a entrar no quadro. Numa primeira ronda bastante dura pelo nível que o adversário, Jannik Sinner, tem demonstrado, João deixou tudo em campo mas infelizmente não foi o suficiente para bater o italiano. 

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Jogadores portugueses (fonte ojogo.pt) – (Frederico Silva; esquerda, cima; João Sousa: direita, cima; João Domingues: esquerda, baixo; Gastão Elias: direita, baixo)

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E com a saída de Djokovic, novas portas abriram-se para outros jogadores. Numa reviravolta inesperada, é Rafael Nadal, que se vê na final e que se encontra na posição de quebrar o record que Djokovic tanto ansiara. Nadal, em Agosto do ano passado anunciou ausência do resto da época devido a uma doença congénita no pé esquerdo, denominada Müller-Weiss, que o atormentava já desde 2005. Esta doença é uma deformidade óssea do escafóide, que adquire uma forma de ”virgula”, em vez da natural forma em “barco” (Foto 4).

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Escafóide normal (esquerda), doença Müller-Weiss (direita) (fonte: radiopaedia.org)

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É em Setembro, que Nadal volta a reaparecer, com uma mensagem de esperança, anunciando que recebeu um tratamento para o pé e que esperava voltar aos courts passado algumas semanas. Cinco meses passaram e a foto abaixo (5) mostra o que aconteceu. 

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5 meses separam estas duas imagens (fonte twitter @yazidrygoes)

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Um triunfo que nem o própio esperava ao estar dois sets abaixos, com o parcial de 2-6, 6-7, 2-3 (0-40), para Medvedev. Após um duelo que durou 5 horas e 24 minutos, Nadal saiu victorioso com os parciais de 2-6, 7-6(5), 6-4, 6-4 e 7-5, tornando-se no primeiro jogador a fazer uma reviravolta de dois sets abaixo neste Open e também o primeiro a chegar aos 21 títulos de Grand Slam em singulares masculinos, um record histórico (foto 6).

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Jogadores com maior número de títutlos em Grand Slam

(fonte: timesofindia.indiatimes.com)

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Num momento em que o desporto internacional sente dificuldades, o impossível torna-se possível e os recordes continuam a ser quebrados, sinais da resiliência que a Era Nadal, Djokovic e Federer ainda não terminou e elevando a niveís inimaginaveis. Exemplos a seguir pelas novas gerações, com jogadores já sonantes nos grandes palcos, como “Carlitos” Alcaraz, Sinner ou Berretini. A fasquia é cada vez mais alta, tornando o futuro do ténis ainda mais empolgante! Colocando-se a questão: será que novos records continuarão a ser quebrados?