Pelo segundo ano consecutivo, recriação teve lugar no passado sábado à noite, na Praça Deu-la-Deu Martins. Apesar da contrariedade temporal, chuva, chuva e mais chuva, a noite animou-se com elementos da organização a darem corpo a este costume ancestral e populares a participarem ativamente na iniciativa.
Com organização do Grupo Folclórico das Lavradeiras de São Pedro de Merufe e apesar do tempo adverso, com muita água a cair do céu, e interrupções de luz, motivadas pela intempérie, aquela tradição secular, que pela segunda vez desceu ao centro histórico da vila, constituiu um extraordinário momento de defesa da ruralidade e de valorização etnográfica.
Os elementos da organização deram corpo a este costume ancestral e os populares participaram ativamente na iniciativa. Resultado: muita animação e convívio com sonoridade tradicional, cantares populares, vinho tinto novo, e petiscos de puxar a orelha para amenizar o ruído do estômago.
PUBA Praça Deu-la-Deu decorou-se com carros de bois, medas de palha, um canastro e utensílios tradicionais da lida do campo. Na labuta, muita gente de idade respeitável, a recordar outros tempos, e muitos rostos jovens, dispostos a manter a tipicidade. A passagem geracional de costumes e tradições está no bom caminho.
Em espaço coberto, mulheres de têmpera, fieis às vivências e trajes de outrora, confecionavam as bicas, com a calda e a farinha na medida certa, e o caldo de farinha, a sair quentinho de potes de três pernas. Como mandam os ensinamentos de tempos passados mas não esquecidos.
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Os populares “amontoavam-se” nas imediações do coberto. Uns escapavam da chuva insistente mas a maioria vinha com a intenção de provar as delícias gastronómicas e o vinho tinto novo. Docinho. Alguém ficou sem provar? Não. Houve quem repetisse? Sim. E os comentários foram todos elogiosos, gabando a confeção e a simpatia.
Para o ano há mais. Ou deve haver. A organização é que sabe. Se for o caso, talvez não seja má ideia falar com S. Pedro e pedir-lhe uma noite com menos chuva. Afinal de contas, é o padroeiro da freguesia de Merufe. Com jeitinho, vamos ter uma terceira edição sem molhar os pés e com ainda mais populares a participar numa tradição que, em circunstância alguma, deve esmorecer ou exprimir desalento.
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