O Governo de António Costa exonerou o embaixador António José Alves de Carvalho em Doha, mas o Chefe de Missão, que prestou declarações polémicas que mereceram a condenação do Ministro João Cravinho (Negócios Estrangeiros), continua em funções.
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O diplomata António Manuel Pires Gomes Samuel (na foto), nas suas declarações, procurou justificar com a cor da pele as precárias condições de trabalho e de vida a que estão sujeitos os estrangeiros que procuram aquele país, pensando ser um ‘Eldorado’ para ganhar dinheiro.
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PUBNo entanto, contrariamente ao que tem sido divulgado na comunicação social, nós inclusive e de que nos penitenciamos pelas dificuldades de comunicação, o embaixador demitido sempre se manteve em silêncio. O que, no entanto, não deixa de ser condenável a sua aparente passividade perante o drama de César Ferreira, um ex-trabalhador da Qatar Airlines que está impedido de abandonar o país, sendo-lhe apreendido o passaporte e o telemóvel, tal como MINHO DIGITAL tem vindo a noticiar https://www.minhodigital.com/news/exonerado-embaixador-no .
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Por nós solicitado a comentar a situação após estes acontecimentos, César Ferreira continua abandonado, sem que alguém o tenha contactado.
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PUB«As minhas condições continuam na mesma e em sentido a degradar. Condições desumanas, sem privacidade, num pequeno contentor de obras, mesmo à porta de entrada da Embaixada Portuguesa. Há mais de três meses que estou como um animal em exposição, em condições degradantes e humilhantes, com humidade e água a escorrer pelas paredes e o tecto, sobre as instalações eléctricas com fios à vista».
E prossegue: «Ninguém da Embaixada fala comigo. No dia 23 de julho, um funcionário da Embaixada que me tem alimentado a título particular, por humanismo, comunicou-me que tinha ordens de só poder ser alimentado por mais 3 dias, mas possivelmente pelos últimos acontecimentos [exoneração do Embaixador], felizmente continuo a ter alimentação, embora apenas uma pequena refeição por dia que é uma caixa de arroz co um pedaço de frango e um pouco de sumo diluído em água. Tenho alertado as entidades oficiais em Portugal, os partidos políticos, o Presidente da República, a Assembleia da República e deputados, bem como os Europeus. Mas também tenho comunicado com entidades e jornais estrangeiros, recordando que este é o país que vai receber este ano o Mundial de Futebol. O que pensará o mundo, ao verem o Governo de Portugal a tratar os seus cidadãos desta forma deplorável?» – conclui, amarguardo, César Ferreira