22º Aniversário do Club dos Poetas Vivos em Ponte da Barca

José Maria Lacerda e Megre

Inspector Coordenador aposentado da Polícia Judiciária

O Club dos Poetas Vivos, fundado em 1996, logo a seguir ao filme “Clube dos Poetas Mortos”, foi criado pelos principais poetas populares da Barca Terra da Nóbrega e Valdevez e teve sempre as suas manifestações culturais em Ponte da Barca (Bar do Rio, Restaurante Alto da Prova e nas cavalariças da Casa Nobre do Correio-Mor).

Toda esta actividade até 2013 com cerca de 2000 participantes e colaboradores, com relevo para escritores, poetas, declamadores de poesia, tocadores de fados de Lisboa e Coimbra, tocadores e dançarinos de folclore.

Passando para o Porto durante 5 anos, o C. P. V. exerceu a sua actividade cultural em vários locais.

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Primeiro no Monte dos Burgos, na “Taberna do Farrapo Velho”, depois fez o lançamento do livro sobre Pedro Homem de Mello no Palácio da Bolsa, mais tarde na Rua das Flores, na “Jóia da Coroa” e no “55 Presto Pizza” em Cristo Rei. Seguiu-se o bar “Twiggy” em tertúlia com a Associação Porto Histórico e Medieval, e o “Ai quem me dera” em Leça da Palmeira, e por fim há um mês no Monte dos Burgos na “Cafetaria Bom Expresso”.

No entanto e apesar de algumas propostas, entendemos que o 22º Aniversário do Club deveria ser festejado na Barca, quer na Casa Nobre do Correio-Mor, quer no “Restaurante Gomes”, bem conhecido de todos os barquenses.

Para alcançar êxito do Aniversário, durante 2 meses fizemos convites aos antigos e actuais colaboradores, cujas actividades decorrerram nos últimos 22 anos.

 

1 – Iniciamos pelo folclore nos quintais junto da piscina e ginásio da Casa, com os grandes dançarinos do grupo de dança no Porto (Ramalde) com orientação do mais jovem dos irmãos Lacerda e Megre e a concertina do extraordinário Adriano Azevedo.

 

2- Às 20h começou o jantar com cerca de 70 pessoas, destacando-se o Bacalhau à Casa e o famoso Sarrabulho, tudo muito bom como habitual no Restaurante Gomes. Não podia faltar neste aniversário um majestoso bolo de anos, oferecido pela D. Olinda Coelho, que muito agradou a todos os convidados. Ao mesmo tempo, o seu marido Amaro ofereceu uma garrafa de bagaço das suas quintas, com um bordado que diz: “22º Aniversário Club dos Poetas Vivos, Aguardente”. Já é hábito deste casal brindar o Club com surpresas gastronómicas e lembranças excepcionais.

3- Mais tarde iniciou-se declamação de poesia acompanhada de música clássica pela jovem artista Eunice Amorim. A primeira declamadora foi a Doutora Isabel Ponce Leão, que maravilhosamente recitou Pedro Homem de Mello. Após uma música de flauta, recita a Dra Maria Augusta Sarmento (Cuca) um lindíssimo poema sobre Santo António, que despertou o encanto de todos os Antónios presentes: António Megre, António Sarsfield, António Barbosa, António Brandão e António Cacho.

Depois, a Dra Maria José Pestana (Zico) disse dois famosos poemas de seu pai e meu tio Dr José Pio Pestana de Vasconcelos.

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Seguiu-se a D. Flor da Póvoa, que declamou António Manuel Couto Viana, na sua “Canção Tardia”: “Ai amor, ai amor, ai amor, Quem me dera no tempo da flor”. Depois D. Lindita Santos, Eng Francisco Carvalho, César Carvalho e o poeta Fernando Zagalo e por fim o Dr António Cacho, grande colaborador desde sempre do C.P.V., natural dos Arcos de Valdevez.

 

4– Pelas 22h30 iniciou-se o fado com a fadista internacional Maria da Luz, que cantou 4 fados de Pedro Homem de Melo, habitualmente cantados por Amália Rodrigues.

Logo o fundador do Club dos Poetas Vivos falou em 1960 no Casino de Afife numa homenagem ao Dr. Pedro Homem de Mello. Disse que uma jovem fadista cantou “Havemos de ir a Viana”. Então o boémio de Coimbra pediu ao poeta se poderia cantar uma brejeirice e ele disse que sim. Então cantou: “Havemos de ir a Viana, Oh meu amor algum dia… Mas se for uma garota gira, Vai sempre com o Zé Maria”. Pedro Homem de Mellho agarrou-lhe no cachaço e disse: “Estás igual ao teu pai”.

A seguir à Maria da Luz cantou o fadista João Aranha, que aprendeu a cantar com o Carlos Ramos, que o tratava como o maior fadista amador de Portugal.

Seguidamente cantaram mais fadistas, António Barbosa, também declamador de poesia, Fernando Castro, Francisco Carvalho e Kika Archer (filha do grande intérprete de fado de Coimbra) e o fado de Coimbra foi cantado pelo Eng Francisco Lacerda e Megre e depois cantou Luis Megre e a terminar, o grande fadista do Porto António Brandão, que canta fado de Lisboa mas é o melhor a cantar Coimbra, com voz parecida com Dr Luis Gois.

 

5 – A terminar, falando de História e Cultura, foram convidados directores dos jornais da Ribeira Lima – Viana do Castelo, Ponte da Barca, Arcos de Valdevez –  e dado o trabalho intenso ao domingo, só apareceu o grande jornalista Manso Preto com alguns colaboradores e falou da sua arte jornalística.

6 – Dos autarcas convidados felizmente só não faltou o Presidente da C.M. Ponte da Barca, Dr. Augusto Marinho, acompanhado pelo grande orientador de freguesias J. Silva. O convidado Dr. Rui Moreira da CM Porto que quando era presidente do Palácio da Bolsa fomentou o Club, não compareceu.

O mesmo aconteceu quando esteve na Câmara Vassalo de Abreu.

Pena devemos da sua ausência.

 

7 – Para historiografia foram também convidados os historiadores de alto nível Dr Luis Arezes, que nos ia fala sobre matéria dos seus especiais conhecimentos, Terra da Nóbrega e N. Sra da Paz, Dr Jaime Ferreri, professor e escritor de alto nível intelectual, iria falar-nos sobre o Mosteiro Nacional Românico de Bravães sendo o mais competente para esse tema. O Presidente da Associação Porto Histórico e Medieval, José Martins Pereira, iria falar sobre o Porto – Portugal. O único que compareceu foi o grande advogado da CM Arcos de Valdevez e poeta Dr António Cacho, que recitou versos da sua autoria.

A todos os nossos colaboradores, pedimos a Deus pelos poetas falecidos mas sempre poetas vivos, que voltemos à Barca Terra da Nóbrega a fim de festejarmos o aniversário daqui a 10 ou 20 anos com quase todos centenários.

 

 

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