Lendas e Mitos do Brasil: Paraná (4)

ESTADO DO PARANÁ: CASTRO

Vista parcial da cidade de Castro, a partir do mirante do Morro do Cristo

 

Venho afirmando que o Estado do Paraná é rico em tudo que se queira escrever. Inúmeras cidades já mereceram capítulos publicados pelo Jornal Minho Digital, (Viana do Castelo/Portugal),  em espaço cedido pelo Jornalista José Luís Manso Preto.

O seguimento “OPINIÃO”, sob os cuidados de Antônio J C da Cunha, apresentou resenhas sobre: Paranaguá, Curitiba, Foz do Iguaçu, Cascavel, Ponta Grossa, Londrina e Maringá. Tiveram capítulos especiais que mereceram comentários elogiosos, vindos especialmente de Portugal e do Brasil. Merendo os mais sinceros agradecimentos.

GOSTA DESTE CONTEÚDO?

Isto nos anima a prosseguir.

E  nesta resenha irei pesquisar e publicar destacando a  cidade de CASTRO. E nos próximos terei outras, riquíssimas em detalhes para surpreender: São José dos Pinhais, Guarapuava, colombo.

 

Lendas e causos de Castro

Lendas e casos do Município de Castro estão expostos ao final desta resenha e foram extraídos da internet, ilustrando os valores folclóricos da região.

CASTRO

Localização de Castro no Paraná

 

Castro é um município brasileiro do estado do Paraná. Às margens do rio Iapó, tem um potencial turístico devido ao relevo privilegiado (Canyon Guartelá e às belezas próprias da região dos Campos Gerais). Sua fundação ocorreu em 1778 e fez parte do caminho dos tropeiros que iam de Viamão até Sorocaba, tendo forte origem no tropeirismo. Possui o primeiro Museu do Tropeiro do Brasil.

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Conhecida como “Cidade mãe do Paraná, Capital nacional do leite”.

O nome da cidade presta homenageia Martinho de Melo e CastroMinistro dos Negócios Ultramarinos de Portugal, nos anos de 1785 e 1790. Etimologicamente Castro origina-se do latim “Castru” que significa fortaleza.

A história de Castro tem sua origem associada ao ciclo econômico do tropeirismo. Sendo ponto de passagem obrigatório dos tropeiros, quer pernoitavam às margens do rio Iapó – de onde surgiu a primeira denominação do local, Pouso do Iapó. Apenas em 1789 passou a se chamar Vila Nova de Castro.

Castro surgiu às margens do histórico Caminho de Sorocaba, que ligava esta cidade paulista a Viamão, na antiga Província de São Pedro do Rio Grande do Sul. Inicialmente, o atual município de Castro foi um “pouso de tropeiros” à beira da antiga via, ponto de passagem de tropeiros e gado que iam à feira de Sorocaba.

Segundo Milleit de Saint’ Adolphe, esta região era morada de aborígenes (perimitivos habitantes), notadamente os guarapiabas, do grupo tupi. Também há o registro de ataques de índios caingangues aos tropeiros e colonos que circulavam pela região no século XIX.

O local onde atualmente se encontram as pontes rodoviárias sobre o rio Iapó era exatamente o ponto que oferecia vau, onde cruzavam os tropeiros. A boa aguada, pastagens e clima atraíram as primeiras famílias paulistas de Sorocaba, Santos e Itu, que estabeleceram-se a fim de incrementar a criação de gado, dando a uma povoação que se chamou Pouso do Iapó.

Contemporaneamente, ao começo da colonização foram requeridas, por paulistas, as primeiras sesmarias da região.

Pouso do Iapó se firmou como povoação, e, em 1751 foi construída uma pequena capela de “pau a pique“, onde os ofícios religiosos eram conduzidos pelo frei Bento Rodrigues de Santo Ângelo.

Em 1769, os Padres Carmelitas, vindos de uma frustrada experiência na capela do Capão Alto, ergueram uma nova igreja às margens do rio Iapó, para sede da freguesia que pretendiam criar.

Em 15 de março de 1771, o Pouso do Iapó recebeu a visita do tenente-coronel Afonso Botelho de Sam Payo e Souza, ajudante de ordens do governador-geral da capitania e comandante das forças da ouvidoria de Paranaguá, que não mediu esforços para o desenvolvimento do lugar. A partir daí, foi criada a Freguesia de Sant’Ana do Iapó. Depois de cumpridas as formalidades exigidas pelo direito canônico, o frei Manoel da Ressurreição, bispo da Capitania de São Paulo, em provisão de 5 de março de 1775, determinou as novas divisas da freguesia.

Na nova povoação, estabeleceram-se o capitão-mor Rodrigo Feliz Martins, o capitão Francisco Carneiro Lobo, um dos chefes expedicionários da primeira conquista de Guarapuava, Inácio Taques de Almeida, Manoel da Fonseca Paes, doutor Manoel de Mello Rego, Inácio de Sá Arruda, José Rodrigo Betim, Antonio Pereira dos Santos, João Batista de Oliveira e João Batista Pereira.

Martinho de Melo e Castro, Secretário de Estado da Marinha e Ultramar de Portugal entre 1770 e 1796

 

A freguesia de Sant’Ana do Iapó desenvolveu-se a contento, sendo que esta elevação à categoria de vila e alteração na denominação prende-se um fato ocorrido na prisão de Limoeiro, em Portugal. Encontrava-se o capitão Manoel Gonçalves Guimarães, grande potentado, enriquecido no contrabando de ouro e dono de extensa área de terras, tanto na freguesia, quanto na Vila de Curitiba. Em determinado dia, o Ministro dos Negócios Ultramarinos d’aquém e d’além marMartinho de Melo e Castro, fez uma visita à célebre prisão política, lá encontrou Manoel Guimarães, que, ajoelhado, pediu clemência e liberdade. Em troca, informou que morava no Brasil, numa florescente freguesia, na qual não havia justiça, e os crimes ficavam impunes, mas que, se lhe fosse concedida a liberdade, trataria de elevar a freguesia à categoria de vila, e com o nome do ministro português, e melhoraria a vida dos que ali moravam.

O pedido sensibilizou o Ministro, além do que mexeu com sua vaidade, permitindo a libertação de Manoel Gonçalves Guimarães, que, imediatamente, pôs-se a elaborar um plano para cumprir o prometido. Em São Paulo encontrou-se com dr. Francisco Leandro de Toledo Rondon, Ouvidor de Paranaguá, a quem expôs o acontecido. O próprio Ouvidor representou o pedido junto ao Capitão-General Bento José de Lorena. Em 24 de setembro de 1788, a Freguesia de Sant’Ana do Iapó foi elevada à categoria de vila, com território desmembrado de Curitiba e denominação alterada para Vila Nova de Castro. Em julho de 1854, através da lei provincial nº 2, foi criada a Comarca da Vila Nova de Castro, instalada em 21 de dezembro do mesmo ano. Pela lei provincial nº 14, de 21 de janeiro de 1857, a vila ganhou foros de cidade, porém com denominação simplificada para Castro.

Foi grande o fluxo de imigrantes no território castrense, sendo que os primeiros grupos chegaram em 1885. Eram colonos de origem polonesa e alemã, vindo às expensas do governo Imperial.

Posteriormente, vieram imigrantes italianos, neerlandeses e russos. Nominam-se as colônias Santa Cândida, Santa Leopoldina, Santa Clara, Carambeí, Iapó, Agostinhos e Russos. O crescimento da Cooperativa Batavo em Carambeí, possibilitou a vinda de novos colonos neerlandeses para o Paraná e, às margens do rio Iapó, foi fundada a Colônia de Castrolanda, onde os imigrantes construíram casas e estradas, além dos estábulos para os reprodutores bovinos de produção leiteira, o que deu início à Cooperativa Castrolanda.

No período da Revolução Federalista (1893-1894), Castro tornou-se temporariamente a capital interina do Paraná, em decorrência do Decreto Estadual nº 24, de 18 de janeiro de 1894. Este fato deu-se em função de Curitiba ter sido ocupada por tropas gaúchas, é rechaçado o poder estadual, que só voltou à normalidade em 18 de abril do mesmo ano, através do decreto-lei estadual nº 25. A lei estadual nº 1 049, de 4 de abril de 1911 criou o Distrito de Socavão, e em 10 de abril de 1930, pela Lei nº 2 768, foi criado o Distrito de Morros, mais tarde denominado Abapã.

O clima é subtropical úmido, com ocorrência de geadas e ocasionalmente neve, com predominância de baixas temperaturas durante o inverno e o outono e temperaturas amenas durante o verão e a primavera, havendo, portanto, grande amplitude térmica. A temperatura média compensada anual é de 17 °C, podendo ficar abaixo de zero no inverno, durante a incursão de massas de ar polares. Embora as precipitações sejam abundantes durante todo o ano, há uma menor frequência nos meses de inverno.

 

Demografia

Os primeiros moradores que habitaram a região foram os índios. Já a ocupação luso-brasileira se deu a partir dos latifundiários que chegaram para desbravar a região. Os pioneiros que formaram a cidade de Castro eram de famílias descendentes de tropeiros da região. Essas famílias receberam influências de índios e também de africanos e seus respectivos descendentes que vieram habitar os Campos Gerais, bem como de seus mestiços, como caboclos e mulatos.

Em 1855, chegaram ao município imigrantes alemães e poloneses, fundando as colônias de Terra Nova e Santa Leopoldina, sendo que no final deste século Castro recebeu os alemães protestantes, que se instalaram na região de Maracanã, Rio Abaixo e Bulcão. No início do século, em meados de 1911, chegaram os primeiros neerlandeses e fundaram a Colônia de Carambeí, e entre 1951 e 1954, com a vinda de mais 50 famílias, fundaram a Castrolanda que foi batizada assim em homenagem à cidade. Dedicaram-se à industrialização e comercialização dos produtos de origem animal e vegetal.

Os japoneses chegaram em 1958 e impulsionaram a agricultura através de novas técnicas de plantio e produção.

A população do município de Castro em 2010 era de 67 082 habitantes, conforme censo demográfico, e conforme estimativas do IBGE de 2021, era de 72 125 habitantes.

 

Religião

Referente a Igreja Católica, Castro faz parte da Diocese de Ponta Grossa e possui quatro paróquias no município:

  • Paróquia Sant’Ana: fundada em 1774, no centro da cidade, a mais antiga da diocese, atendida pelos padres seculares (diocesanos) – Pároco: Pe. Sandro José Brandt – Vigário: Pe. José Nilton Santos.
  • Paróquia São Judas Tadeu: fundada em 1972, na Vila Santa Cruz, atendida pelos padres da Congregação das Escolas de Caridade (Cavanis) – Pároco: Pe. Valdecir Pavan – Vigário: Pe. Sebastião Adir de S. Bueno.
  • Paróquia N. Sra. do Rosário: fundada em 1967, na Vila Rio Branco, atendida pelos padres da Comunidade de N. Sra. de Sion – Pároco: Pe. Osvaldo Candorin – Vigário: Pe. Faustino Tonini.
  • Paróquia N. Sra. do Perpétuo Socorro: fundada em 2005, no Jardim Colonial, Atendida pelos padres seculares (diocesanos) – Pároco: Pe. Cristiano.

 

Economia

A atividade agropecuária é bastante expressiva no município, com plantação de sojamilhofeijãoarrozcenourabatata, uva, entre outras e possuindo milhares de propriedades rurais, que se dedicam à criação de gado leiteiro, suínos e aves. A bacia leiteira da região é considerada a principal do Brasil em produtividade e qualidade genética com capacidade aproximada de 400.000 litros/dia.

A Sociedade Cooperativa Castrolanda Ltda, mantém um rebanho de gado Holandês PO e PC com alto padrão genético, além da produção e comercialização de grãos e sementes, sendo que esta Cooperativa, juntamente com a CAPAL – Cooperativa Agropecuária Arapoti Ltda e a Cooperativa Agropecuária Batavo Ltda de Carambeí, fornecem matéria-prima para a Cooperativa Central de Laticínios do Paraná industrializar os produtos Batavo.

Castro também se sobressai na exploração mineral, com a extração de calcário e talco e na indústria gráfica, moveleira, alimentícia e de pincéis.

 

Turismo

Paróquia Sant’Ana em Castro

 

Paróquia Sant’Ana

A primitiva capela, de barro socado foi construída por escravos em 1704, em honra a Sant’Ana. Em 1769, foi realizada a primeira missa, tendo neste ano sofrido uma reforma. O primeiro pároco, Frei de Santa Teresa de Jesus, chegou dois anos mais tarde em 1771. Passou por diversas outras reformas, sendo que no ano de 1876 foi totalmente concluída, tomando seu aspecto atual. Um ano depois foi construída uma das torres e a segunda, anos mais tarde, no período entre 1945 – 1960, finalizada por Domiciano de Oliveira, que ao reconstruí-la cometeu um erro, esqueceu de inserir ao lado da segunda torre (construída posteriormente) quatro pilares. Anos mais tarde, Domiciano de Oliveira vinha junto a órgãos competentes requerer a correção da segunda torre, o que não foi permitido, pois essa característica passou a ser considerada um marco na história do município.

 

Museu do Tropeiro

Criado pelas leis 13/75 e 71/76, na gestão do prefeito Lauro Lopes, a casa onde foi instalado o museu foi construída no século XVIII pela família Carneiro Lobo. Sua construção é de estuque, de fiel estilo. Pertenceu ao Padre Damaso, que a comprou de Francisco de Deos Martins e sua mulher Victoriana Alves de Nunciação. Em 1912, foi novamente vendida à Balbina Marques Ribas, que deixou por herança a cinco herdeiros. Em 1975, o imóvel pertencia à Leonilda Madureira e foi adquirido, por compra, pela prefeitura sendo submetido a restauração mediante orientação do Serviço do Patrimônio Histórico do Estado. Seu acervo conta com aproximadamente 400 peças. Além de retratar a vida do tropeiro, apresenta documentos e objetos históricos, peças sacras, aferições e artesanato. Está localizado na Praça Dr. Getúlio Vargas.

 

Colônia de Castrolanda

 

 

 

 

 

 

 

 

“De Immigrant” (O Imigrante), moinho em estilo holandês na colônia de Castrolanda.

 

Em Castrolanda situa-se um dos maiores moinhos de vento do mundo: inaugurado em 2001, De Immigrant (O Imigrante) é um grande monumento de 26 metros de envergadura, possui duas mós conseguindo produzir até 3.000 kg de farinha de trigo, e mecanismos, engrenagens, pinos e encaixes feitos quase que totalmente em madeira. O projeto é assinado e executado pelo holandês Jan Heijdra, especialista em de moinhos de vento, como uma homenagem aos imigrantes neerlandeses da década de 50 que colonizaram a região. O moinho é acionado pelo moleiro. Além do moinho, a construção abriga salão de eventos, museu, restaurante e biblioteca. No local também são expostos e comercializados artesanato e souvenirs da colônia e da Holanda.

 

Casa da Cultura Emília Erichsen

Neste edifício em 1862 foi fundado o primeiro jardim de infância do Brasil por Dona Emília Erichsen. O prédio foi vendido em 1 de agosto de 1905 à Carlos Betenheuser, e posteriormente, em 20 de julho de 1982 foi adquirido para desmembramento e instalações do Banestado (antigo Banco do Estado do Paraná, comprado pelo Banco Itaú). Em 16 de agosto de 1982, parte do prédio foi doada ao município, funcionando hoje como a Casa da Cultura. Localiza-se na Rua Dr. Jorge Xavier da Silva.

 

Morro do Cristo

Situa-se num dos pontos mais altos de Castro, e pode ser avistado de todos os lados da cidade e arredores. Sobre ele está uma estátua do Cristo Redentor e um pequeno parque de diversões. Localizado na Rua Coronel Olegário de Macedo.

 

Rio Iapó

Corta o perímetro urbano e permite a navegabilidade de canoas e lanchas de pequeno porte. Seu leito é sinuoso e bastante piscoso. Encontra-se a 18 km do centro e, nele está a queda do Pulo.

 

Saltos

O município possui um potencial hídrico representativo e de exuberante beleza, com inúmeros saltos, quedas e corredeiras, onde se destacam a queda do Pulo no rio Iapó, os saltos São João, da Cotia e das Andorinhas e as corredeiras do rio Guararema.

 

Prainha – Parque Balneário Dr. Libânio Estanislau Cardoso

Praia do rio Iapó, no perímetro urbano e com total infraestrutura de lazer. É um dos principais balneários fluviais do Paraná e, tornou-se um ponto turístico e de lazer, com cascata d’água, lanchonete, campos de futebol, quadra de esporte, churrasqueira, ringue de patinação etc.

 

Fazenda Capão Alto

A vocação hospitaleira de Castro começou no século XVIII, quando tropeiros que faziam o caminho Viamão – Sorocaba transportando gado encontraram às margens do rio Iapó um pouso seguro. É nesta época, 1704, que se deu a fundação da Fazenda Capão Alto, localizada em terras de sesmaria concedidas a Pedro Taques de Almeida, seus filhos e genros. Por ocasião da morte do patriarca, os direitos da vasta concessão de terras passaram a seus descendentes, ficando Timóteo Corrêa de Góes com a gerência das terras localizadas no Capão Alto.

Em 1749, a fazenda foi levada a leilão e arrematada por José de Góes Moraes que, em 1751 teria feito doação ou venda da mesma, aos religiosos de Nossa Senhora de Monte Carmelo. Os carmelitas ali permaneceram por mais de um século como agricultores e criadores de gado. Em meados do século passado os religiosos deixaram a fazenda em quase completo abandono, sendo que seus inúmeros escravos passaram a tomar conta, organizando um quilombo ordeiro e pacífico. Dentro de um sistema de república altamente democrático, os negros do Capão Alto consideravam-se apenas de Nossa Senhora. Diariamente compareciam à capela, onde oravam, e pediam ordens da Virgem. Sempre sob sua inspiração elegiam semanalmente um diretor para orientar o serviço de distribuição de prêmios e sanções, segundo as necessidades. Em 1864, os “escravos carmelitas” foram vendidos para uma firma de São Paulo, mas quando seus donos vieram buscá-los, recusaram-se a sair da fazenda. Iniciou-se uma revolta que só foi dissipada pela intervenção do chefe de polícia de Curitiba.

Em 1870, Bonifácio José Batista, o Barão de Monte Carmelo, comprou a fazenda, que foi passando para seus herdeiros até chegar à sua neta Evangelina Madureira.

Após 1940 esteve em mãos de dois compradores estranhos à família e em 1979 foi vendida à Cooperativa Central de Laticínios do Paraná. Suas construções refletem a imagem dos casarões coloniais típicos das fazendas de café. A casa central foi erguida em taipa de pilão, uma das únicas do gênero do Paraná, achando-se tombada como patrimônio pelo Estado.

 

Fazenda Potreiro Grande

A casa sede de uma fazenda de gado toda construída em pedra é o local aconchegante e rústico onde são recepcionados os visitantes, admiradores da vida no campo e que podem desfrutar de uma área de 1200ha, incluindo matas nativas, trilhas ecológicas, passeios a cavalo, tanques para pescaria e piscina. Toda a alimentação é preparada com produtos da própria fazenda, como o leite, o pão, os peixes e os legumes. Distante de Curitiba 142 km, o acesso é feito pela BR 376 até Ponta Grossa, pegando a PR 151 por Alagados até o distrito de Abapã em Castro.

 

Sítio Santa Olívia

Situado no Canyon Guartelá às margens do rio Iapó possui pousada com acomodações para 12 pessoas, churrasqueiras, trilhas para passeios a pé e a cavalo em meio a exuberante vegetação. Corredeiras com pequenas cascatas e subida ao morro de São Francisco são algumas opções de lazer que juntamente com a pesca das famosas tubaranas ou tabaranas, proporcionam um excelente ambiente para relaxamento. Existe também um recanto para os esotéricos e místicos exercitarem suas mentes.

Artesanato, gastronomia e folclore

O artesanato local é bastante rico e variado, utilizando como matéria-prima argila, palha de milho, madeira, piri e lã de carneiro.

O prato típico é o “Castropeiro”, uma homenagem aos tropeiros que colonizaram a cidade de Castro. Consiste no feijão tropeiro temperado, carne de gado e de porco, quibebe de abóbora, couve com torresmo acompanhado de pão caseiro.

O folclore manifesta-se através do Grupo Folclórico Holandês de Castrolanda formado em 1953 que visa a apresentação de danças típicas tradicionais das diversas regiões da Holanda. Há também o CTG Querência Campeira, que revive o folclore gaúcho.

 

Seguem algumas das lendas. As mais interessantes.

Lenda é uma narrativa fantasiosa transmitida pela tradição oral através dos tempos, pode ser ficcional, verídica ou uma junção de ambas. Normalmente, é difícil saber em qual dessas esferas uma lenda se desenvolveu, como já falava o ditado popular “quem conta um conto aumenta um ponto”. Por serem repassadas oralmente de geração a geração, as lendas sofrem alterações à medida que são contadas.

No Brasil, há inúmeras lendas influenciadas diretamente pela miscigenação na origem do povo brasileiro. Fora do âmbito nacional, cada município possui suas próprias histórias, estórias e lendas, como é o caso de Castro – PR, cidade do tropeirismo. Vamos conhecer algumas delas?

 

Sucuri

Relatam que na praia da cidade havia uma sucuri presa na gaiola. Após uma enchente muito grande, as pessoas que tomavam conta da cobra não puderam salvá-la. Quando o rio baixou e as águas voltaram ao normal, os responsáveis foram procurar a sucuri e não encontraram. Comenta-se que, por muitas vezes, pescadores enxergaram uma sucuri gigante nadando no Rio Iapó. (Relato feito por Jango Lima Prestes, 80 anos).

 

Lama Negra

A lama negra é encontrada em grandes quantidades nas barrancas do Rio Iapó e ao lado esquerdo do rio, nas proximidades do local denominado Barranco Amarelo. Acredita–se no seu valor de rejuvenescimento.

A cobra

Conta-se que existe uma cobra, com a cabeça na torre da igreja e o rabo no rio. Se a santa que reside na igreja for roubada, a cobra destruirá a cidade. (História contada por Leoni Zampieri, 51 anos e também por Sargento, 50 anos).

Lagoa da Vaca

Num lugar chamado “Lagoa da Vaca”, os índios matavam pessoas, acorrentavam e jogavam na água. Até hoje, ninguém pode pescar no local porque correntes perseguem as pessoas. (História contada pôr Gustavo Aroldo Augustat, 56 anos).

 

Relato do zelador da Escola José Nery

O zelador contou que n ano de 1983, dia 1º de janeiro, foi funesto para certas famílias. Ele estava lá quando, neste mesmo dia, a ponte pênsil sobre o Rio Iapó arrebentou devido à má conservação e ao grande número de pessoas que por ali passavam. O zelador não chegou a cair nas águas do rio, ficou pendurado por um cabo de aço. Outras sete pessoas não tiveram a mesma sorte que o senhor Aírton Barbosa teve.

Assombração no Rio Iapó

Certa vez, dois homens foram pescar no Rio Iapó, próximo da fábrica Tupi. Naquele local, o mato era muito fechado e os dois pescadores ficaram separados, sem ver um ao outro. Um deles começou a pescar, cada vez que jogava a linha e o anzol caía na água, o amigo fazia o mesmo. Assim prosseguiu por algum tempo. João, um dos pescadores, ficou curioso com a coincidência e resolveu comentar com o amigo. Chamou-o várias vezes, sem ouvir resposta. Só então notou que seu companheiro de pesca não estava ali, muito pelo contrário, estava bem longe do local. Tratou de encontrá-lo e correram para casa. Acreditaram ser assombração da alma do alguém que morreu no rio ou até de um pescador. (Relato feito pelo Sr. Luiz Cordeiro da silva, 82 anos).

O Monstro do Rio Iapó

Dizem que no rio Iapó há um monstro de sete cabeças. Um dia, ele se levantou e pescadores cortaram uma de suas cabeças. Portanto agora ele só tem três. Uma delas está na ponte do trem, uma está na igreja Matriz, a última no ambulatório Bom Jesus e seu corpo está no Rio Iapó. Dizem que quando ele levantar, o rio secará.

Morro da Canha

O Morro da Canha ficou conhecido quando a exploração do ouro estava em alta. Pela dificuldade de acesso, a história conta que o ouro não pode ser retirado do morro. Dizem que o baú de ouro é segurado por uma corrente e, quando as pessoas se aproximam, são atacadas por uma cobra e marimbondos. Localiza-se no distrito de Abapan, aproximadamente 35km de distância do centro.

Gruta do pinheiro seco

Conta a lenda que a gruta foi esconderijo de tesouros jesuítas, descobertos por exploradores que seguiram os desenhos deixados nas paredes internas em forma de tucanos apontando em direção ao tesouro. Para chegarem ao tesouro, os exploradores derrubaram algumas paredes da gruta, inclusive as que continham os desenhos.

 

Os relatos dessa matéria foram cedidos pela Prefeitura Municipal de Castro.

 

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Naturalidade Portuguesa

Nacionalidade Brasileira – Ministério da Justiça do Brasil

Cidadão Duquecaxiense – Câmara Municipal Duque de Caxias

Academia Duquecaxiense de Letras e Artes

Associado do Rotary Club Duque de Caxias – Distrito 4571

Coordenador do Banco de Cadeiras de Rodas do RC Duque de Caxias

Membro do Conselho Central da Campanha Nacional de Escolas da Comunidade

Cavaleiro Comendador da Ordem dos Cavaleiros de Santo André

Diretor Proprietário da Distribuidora de Material Escolar Caxias Ltda.

 

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2 comentários

  1. O Sr. Antônio Cunha é um escritor de primeira linha e nos presenteia com estes excelentes artigos que aumentam o nosso conhecimento e enriquecem a nossa cultura.
    Parabéns!

  2. Obrigada por seus textos sempre tão informativos e brilhantes, amigo Antonio.
    Você e um ser humano especialíssimo.
    É sempre muito prazeroso ler seus escritos.

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