Bicadas do Meu Aparo: Arrependimentos

Artur Soares

Escritor d’ Aldeia

 

Creio não haver povo no Mundo que não busque o pão que necessita para sobreviver, bem como a paz para viver.

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Só que, entre os povos, sempre existiram e existirão os fabricantes da política que inventam problemas para os outros, que os distribuem em todos os lados, que os diagnosticam a seu bel-prazer, aplicando normalmente as piores soluções, isto é, o bem próprio e não o colectivo.

Tais actuações, interesses descabidos, egoístas ou capitaneados pelo próprio diabo, levam a que várias nações sobrevivam sob uma impotência política, económica e social. Nós por cá – e Deus queira que esteja enganado – vivemos nesta segunda década do século XXI sob as impotências político/económicas. Assim, se for assim, quem enfrenta o eleitorado para gerir impotências, sabe que face a elas só oferece um fruto: inocência ou falta de sabedoria.

Assim, se for assim – repito – quando Sócrates aniquilou o país com o seu socialismo para totós e tentou engordar economicamente à sua sombra, Passos Coelho ao candidatar-se em 2011, sabia que poderia governar Portugal sob a realidade do desastre económico, então deixado. E governou, e foi subserviente, e afundou mais a vida dos portugueses, e tentou sobrepor-se à Constituição da República, sempre abafado pela inoperância referida. Logo, Passos Coelho – ou outro qualquer jactante – só podia ter um resultado: o caos da governação.

São milhares os pensadores europeus ligados à finança que afirmam a União Europeia não ter actuado segundo a forte Razão para que foi criada: solidariedade europeia, evolução e segurança da Europa.

Sabe-se que há ditaduras económicas e financeiras, como a própria União, o Banco Central Europeu, o Fundo Monetário Internacional etc., que não têm pejo em desestabilizarem governos que buscam a melhoria das condições de vida das populações.E se mais ainda não fizeram contra alguns, é porque ainda não têm os exércitos a seu lado e porque a democracia vai resistindo.

Pelo que se afirma estará desculpado Passos Coelho e Portas pelo garrote que suportamos, profundamente aumentado durante a sua (deles) governação? Por mim jamais serão isentos de culpa. Passos Coelho sabia como estava o país, conhecia-lhe as crateras e conhecia o principal cavador. Perante tal desgraça nacional, tal impotência económica criada, Passos teria sido um salvador da Pátria se, em vez da mentirosa campanha que fez e de ter tomado conta do barco nacional, anunciasse a absoluta necessidade de um Governo de Salvação Nacional, onde estivessem os maiores da Economia, os mais inteligentes, os mais sérios e verticalizados na causa pública e os mais amigos dos sofredores da Nação:

desempregados, pobreza escondida da quase total classe média e dos extorquidos aposentados do Estado, que já Sócrates tinha afundado. Porque gente para a criação de um Governo de Salvação Nacional existia. Só que não se voluntariaram pela neblina (negativa) espessa, que se respira dos políticos egoístas, insensíveis, pedantes e amigos do que podem agasalhar sem trabalho e sem suor.

Em 1963, um grande atleta, campeão por seis vezes seguidas ficou conhecido (também) por ter dito que “falhei várias vezes ao longo da minha vida. E é por isso que tenho sido bem-sucedido”. O então líder dos Social-democratas  – esquecendo o mal que provocou ao país – ao contrário do atleta citado, afirma: “agora o país está melhor; os cofres estão refeitos e de tudo que fiz voltava a fazê-lo e de nada me arrependo”.

O primeiro Governo de António Costa, esquerda fundida com a esquerda radical – sem base real da democracia – teve pelo menos um elemento, Catarina Martins, que publicamente afirmou estarem os Bloquistas arrependidos do apoio dado ao Partido Socialista pelas dificuldades que diariamente tiveram em adquirir o que defendiam, o que reivindicavam. Catarina queria (quer) fez (faz) política ingénua, face à realidade nacional. Mas arrependeu-se.

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Passos Coelho, disse, “voltava a fazer o mesmo que foi feito”: não arrependido. Catarina ficou arrependida do apoio ao PS, porque desistir da incoerência, nunca. ”O que é preciso é que a direita não volte ao poder”, acrescenta. Catarina, a sonante Catarina das lutas modernas e sub-reptícias, só não disse (não diz) como se obtém dinheiro, onde o encontrar ou a quem pedi-lo emprestado. Emprestado pode ser, pensará Catarina, mas desde que não seja da UE, do BCE ou do FMI. Fazer antipolítica é forma de fazer política e, o não arrependido e a arrependida deste texto, estarão com toda a certeza a utilizar armas terríveis contra a democracia e contra o atenuar das dificuldades em que colocaram Portugal.

(P.S. O autor não escreve segundo o novo Acordo Ortográfico).

 

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