Debates ou… públicos delírios?

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José Andrade

Aposentado

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Se debater, significa confrontar ideias, projectos, alternativas, ou mais prosaicamente, esgrimir argumentos, disputar apoios, pelejar com, os debates dos partidos concorrentes às eleições legislativas do próximo dia 30 de Janeiro, não foram um bom serviço.

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Incapazes de esclarecer claramente ao que vão, criaram mais convencimento dos cépticos, e pouco ganharam nos não crentes. E o estado anímico da nossa Democracia, exige mais. Necessita de mais propósitos futuros, e menos propostas velhas envoltas em embalagem nova. Esperança, e confiança nos actores, mas também no enredo. E o que ficou foram delírios, no pouco que quiseram dizer, e do muito, interessante, que não foi sequer ‘alembrado’, como diziam na minha terra. E como a minha terra, como muitas mais, não é Lisboa, nem o sempre queixoso Porto, e composta por pessoas que têm uma vida própria, que exige outro tipo de abordagem na resolução dos seus pequenos/grandes problemas, mais urgentes e interessantes, que os dilemas de uns quantos urbanos desenraizados. Ninguém tocou, candidatos e jornalistas, no tema regionalização?

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Em que moldes vão ser entregues ou concessionados o lítio e o hidrogénio, e o quais as vantagens competitivas para o consumidor pagante e sofredor? O plano em marcha para os caminhos de ferro, são mesmo para continuar a andar? Não foi o SNS que nos acolheu e tratou durante a Pandemia? Porque ninguém questionou quem põem ordem na Ordem dos Médicos, para que mais médicos saiam da formação universitária? É baixa natalidade preocupa? O aumento do peso dos reformados na Segurança Social e Serviços de Saúde não tem outras soluções que não privatizar? É desmedido o peso do aparelho do estado central? E o das autarquias, não é assustador? Preocupados com a economia? Pois claro! Para quando a simplificação do licenciamento industrial? E com a dignidade de quem faz as empresas funcionarem? E o caos da justiça com uma ministra que até é juíza?

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Falaram muito de impostos, mas ninguém questionou como eles são gastos para pagarem as contas dos delírios. Enfim, tantas e tão pertinentes coisas do dia à dia das pessoas que careciam de debate, mas nem nestas trinta sessões de delírio alguém quis tocar.

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Agora, que os trinta debates que deram voz aos partidos que no próximo dia trinta de Janeiro concorrem a um lugar no Parlamento, chegaram ao fim, talvez interesse ao comum dos mortais, com calma, ponderação e sensatez, pacatamente, refletir no que toda esta enxurrada de diz-que-diz, nos deixou. Que foram confrontos, mais ou menos civilizados, que animaram parte das ultimas noites televisivas, ninguém questiona. Com mais ou menos agressividade verbal, consoante a vacuidade dos argumentos, ou a ilusão a vender, isso foi notório bonito de ver. Tudo com desempenho ou serena condescendência dos ‘artistas’ em cena. Houve troca de mimos, e o sempre recurso telegénico, umas vezes conseguido, outras nem tantos, diria traindo, a luminosa generosidade com que nos querem presentear. Só faltou o ‘vote em mim (nós), que as suas 15 virgens no Céu estão garantidas’.

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Com tanta alma a sofrer da cabecinha – e se não for na cabecinha, pode ser no pâncreas, ou até nos dedos dos pés – as consequências, ou os efeitos caseiros, dizem, do confinamento a que o COVID-19 obrigou, é digno de registo os resultados obtidos nas recolhas de opiniões feitas no final aos telespectadores. Opiniões dos telespectadores, já que as dos comentadores de serviço, partidária e politicamente consagradas, apenas serviram para justificar a cadeia de interesses que em nome da diversidade e pluralidade, mais não é que um engana tolos. E eles eram, foram, descarados demais. E houve de tudo no rol do vendedores dos ‘produtos’ em leilão nestes workshops televisivos, que também serviu para uns tantos comentários às gravatas e às bravatas. 

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Mas a campanha eleitoral, já teve o tiro de partida. Com a situação pandémica a impor, a exigir, muito cuidado, o indigenato nacional, confinado por medo, tem agora tempo e condições para uma séria reflexão. Votar é um Direito, mas também um Dever. E só não vai votar… quem não pode, porque não quer.

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