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Morte de Lobos em Paredes de Coura

Lobo morto

No dia 9 de Abril foi encontrado por Micael Sousa, um jovem de Ponte de Lima, um lobo morto por aprisionamento num laço de trilho, na freguesia de Rubiães, no Monte da Gandra. Micael estaria a pescar na zona de Paredes de Coura com um amigo, quando encontrou o corpo de um animal adulto, tombado junto ao riacho.

“Nunca me tinha deparado com algo do género, foi a primeira vez!” contou ao Minho Digital. Após contactar o 112, a GNR de Paredes de Coura foi reencaminhada para o local onde recolheu o lobo para posterior entrega ao ICNF.

 

 

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O corpo do animal ainda não apresentava sinais de decomposição, pelo que estaria preso, no máximo, há cerca de dois dias. O local onde foi encontrado, referenciado no mapa, corresponde a um local de fronteira entre duas alcateias, o que torna a zona propensa à passagem desta espécie. Para além disso, é também uma zona de caça, habitualmente frequentada por pescadores e caçadores.

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A armadilha utilizada é normalmente o laço de trilho, uma técnica simples e já muito utilizada em zonas de passagem frequentes de animais, especialmente montada para a captura de javalis e raposas. A técnica consiste em amarrar a ponta de um laço bem presa e depois colocá-lo muito bem posicionado no local de passagem do animal, que ao passar aperta o laço. No entanto, conforme o que dispõe do artigo 78.º, do Decreto-lei nº 2/2011, de 6 de Janeiro, a legislação portuguesa expressa a proibição de utilização de meios de caça não seletivos e identifica-os, destacando-se os laços e as armadilhas não seletivas nos seus princípios ou condições de utilização.

           

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A morte deste lobo no último sábado não é caso isolado. Há cerca de duas semanas anteriores a mesma situação já tinha acontecido, também em Paredes de Coura. Neste caso, o lobo que estaria a ser seguido pelo CIBIO também foi apanhado num laço de trilho e será brevemente notícia.

Ainda de forma menos intencional, o Minho Digital apurou a morte de mais 3 lobos, com recurso a arma de fogo. Também à cerca de 3 meses atrás, um residente de Paredes de Coura, afirmou que um lobo morto teria sido colocado na zona paroquial da vila, para que toda a população o visse, possivelmente em forma de protesto. Em Ponte da Barca a história repetiu-se, um lobo macho adulto foi encontrado já sem vida, pendurado numa placa de uma freguesia. Através do contacto com a Guarda Nacional Republicana de Viana do Castelo não foi possível confirmar estes factos.

A caça furtiva é um problema que tem vindo a aumentar, muito devido à falta à falta de vigilância e fiscalização. Já em 2014, o jornal SOL tinha abordado esta questão, onde referia que o ICNF (Instituto de Conservação da Natureza e Florestas) estaria a preparara alterações da lei para a caça, apesar das três maiores organizações de caça em Portugal – CNCP, ANPC e Fencaça se manifestarem contra tais mudanças, junto do Secretário de Estado do Desenvolvimento Rural vigente na altura.

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Desde então, não se verificaram quaisquer alterações na lei de modo a evitar este tipo de situações. Embora o lobo seja uma espécie protegida em Portugal (Lei 90/88 de 13 de Agosto, posteriormente regulamentada pelo Decreto-Lei 139/90 de 27 de Abril), proibindo o seu abate ou captura e a destruição ou deterioração do seu habitat, este continua a ser alvo de diversas ameaças, quer pela perseguição direta ilegal, quer pela redução da disponibilidade de alimento, ambos prejudicados por uma má gestão de caça.

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