«Não se esqueçam de nós! Somos vossos Irmãos» (Dom Rafael Sako, Cardeal e Patriarca dos Caldeus)

Silere Non Possum (Não me posso calar – Sto Agostinho)

Para destruir um povo é preciso destruir as suas raízes.” (Alexandre Soljenitsyne)

CARTA AOS MEUS AMIGOS (nº 66)

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PAX

 

Decorreu, a semana passada a REDWEEK, a SEMANA VERMELHA, um projecto da Fundação Pontifícia AJUDA À IGREJA QUE SOFRE – AIS –  uma Fundação pontifícia que se dedica ao apoio aos cristãos perseguidos em todo o mundo.

GOSTA DESTE CONTEÚDO?

Estive, em Braga, no dia 23, a assistir à apresentação do Relatório Anual da situação da perseguição aos cristãos, promovida pela Fundação que acima referi e a que presidiu o Senhor Arcebispo Metropolita de Braga e Primaz das Espanhas. Mais uma vez fiquei impressionado por dois factos:

  1. O número impressionante de países onde, de facto, há perseguição constante aos cristãos: «ataques terroristas, vigilância em massa, promulgação de leis anti-conversão e sua aplicação, severas restrições financeiras para apoio a obras sociais e culturais cristãs, restrições à participação política dos cristãos, ataques ao património, nomeadamente igrejas (por exemplo em França!), manipulação de dados demográficos que acabam por penalizar os cristãos). (dados retirados do “Relatório da Liberdade Religiosa no mundo 2023”),
  2. a participação naquele evento foi… desolador! Altamente desolador. Fiquei a pensar o que é que explica este notório desinteresse de Sacerdotes (não vi nenhum) Religiosos (creio que estava uma religiosa) e de Leigos ( uma meia dúzia).

Há uns anos atrás, não sei precisar (talvez 2016), ouvi o actual Patriarca dos Caldeus, Cardeal Dom Luís Rafael Sako, ao terminar a sua intervenção sobre a perseguição aos cristãos, numa sessão que decorreu em Braga, dizer: «Não se esqueçam de nós! Somos vossos irmãos» e pediu com veemência que rezássemos por eles. É verdade, mas muito infelizmente esquecemo-nos destes «nossos irmãos» que todos os dias e há muitos anos se veem perseguidos, assassinados, torturados ou fugir da sua terra e a abandonar os seus (parcos) bens à procura de paz e de um pouco mais de liberdade. Os “arautos” dos direitos humanos não se pronunciam. A comunicação social cala-se. As homilias esquecem o assunto. São os mártires do nosso tempo onde há exemplos de verdadeiro martírio. O egoísmo e egocentrismo de cada um de nós não se manifesta nem reza! Cala-se na indiferença cobarde e pecaminosa.

O apelo que acima referi deu origem a um movimento fundado pela Militia Sanctae Mariae – cavaleiros de Nossa Senhora e que está presente em 2 países ( Portugal e Brasil) :  estou a referir o «Círculo Internacional SHAHBAZ BHATTI», homenageando o cristão paquistanês, ministro das Minorias do Paquistão, assassinado por causa da sua e nossa Fé e ao lançamento de uma iniciativa de oração dedicando o dia 7 de cada mês à oração pelos nossos irmãos perseguidos e à edição de uma Newsletter dedicada ao tema.

Em sintonia e colaboração activa com a FUNDAÇÃO PONTIFÍCIA AJUDA À IGREJA QUE SOFRE – AIS, associação internacional de apoio a estes cristãos um pouco por todo o mundo, a MSM, tem realizado várias acções de sensibilização para estes novos mártires. Não se esquecem os Protomártires nem os mártires de todos os séculos, passando pelo genocídio, no início do século XX, dos arménios (recordo que em 310 a Arménia tornou-se o primeiro Estado cristão no mundo) massacrados pelos muçulmanos otomanos da Turquia, país que ainda hoje nega este verdadeiro genocídio. Ou os mártires do nazismo (não foram só os judeus a serem massacrados, será bom nunca o esquecer) ou comunismo em todo o mundo e até hoje (veja-se o caso clamoroso da China, da Coreia do Norte ou da Nicarágua) ou mártires da Guerra Civil de Espanha onde muitos milhares de cristãos, que estão a ser beatificados, foram torturados, assassinados e deitados em valas comuns como animais.

É impressionante o desinteresse que notamos na nossa sociedade e nas nossas comunidades cristãs, apesar de uma perseguição por motivos religiosos ser sempre um atentado gravíssimo aos “DIREITOS HUMANOS”, cuja Declaração Universal vai fazer 75 anos no próximo dia 10 de Dezembro mas não parece! Caros Amigos-leitores, o que me deixa verdadeiramente estupefacto é o desinteresse generalizado das nossas “comunidades” (escrevi, intencionalmente usando aspas, pois, de facto, de comunidade quase nada têm!). Dou um exemplo, além do que referi acima, quantas igrejas, neste país, que outrora era católico, iluminaram as suas fachadas e de monumentos públicos (alguns fizeram-no no chamado Dia do Orgulho LGBTQI+(?)? Sinto uma tristeza enorme face a este desinteresse colectivo face às agressões diárias contra os cristãos.

Precisamos de nos sensibilizar para a dor e sofrimento por que passam estes nossos irmãos. Contagiemos os amigos. Todos os dias. Convoquemos todos os homens defensores dos Direitos Humanos para a defesa deste direito fundamental – o direito à liberdade de culto.

Não me posso calar face a mais este sinal do eclipse Deus e do colapso da nossa civilização. Não, não me calarei!

SILERE NON POSSUM.

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