Silere Non Possum

(Não me posso calar – Sto Agostinho).

Para destruir um povo é preciso destruir as suas raízes.” 

(Alexandre Soljenitsyne)                     Carta aos meus amigos – nº 59

BRAGA, 12 –  OUTUBRO – 2023

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PAX

GOSTA DESTE CONTEÚDO?

«Nos últimos anos, não têm faltado pessoas que procuraram minimizar esta observação (de que não há alterações climáticas). Citam dados supostamente científicos, como o facto de que o planeta sempre teve e continuará a ter períodos de arrefecimento e aquecimento.»

(Papa Francisco, in Laudate Deum, nº 6)

 

CLIMATOLOGIA – é uma Ciência. Não é uma ideologia.

ECOLOGIA – é uma Ciência. Não é uma ideologia.

GEOLOGIA – é uma Ciência. Não é uma ideologia.

PALEONTOLOGIA – é uma Ciência. Não uma ideologia.

Peço a maior paciência aos meus Amigos-leitores de observarem, com a maior atenção este gráfico, sobre a evolução da temperatura desde há 800 000 anos. É Ciência e não ideologia. Este gráfico resulta de observações científicas e não de “palpites” ideológicos. São dados, factos e não suposições, obtidos por Geólogos, Climatologistas, Geofísicos e outros cientistas universitários.

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Os meus Amigos-leitores já viram este gráfico numa das minhas anteriores Cartas e, peço desculpa de insistir em republicá-lo, mas impõe-se que o faça para que a verdade científica não seja maltratada. Gostaria de lhes mostrar outro gráfico, científico e não especulativo ou catastrofista:

Faço o mesmo pedido aos meus Amigos – leitores: Por favor demorem um bocadinho (não precisam de muitos minutos!) a ler este gráfico, sobre a “ciclicidade” das extinções das espécies. Note, caro Amigo que não havia homens sobre a Terra, nem, consequente e logicamente, eram extinções antrópicas. São dados da Paleontologia, que é uma Ciência e não uma ideologia; da Geologia que também não é ideologia, mas Ciência.

Partilho com os meus Amigos-leitores uma particularidade minha: coleciono fósseis há muitos anos e a maioria esmagadora deles, foram recolhidos por mim. Cito alguns exemplos:

  • Tenho ARENITOS ou Grés de Silves, recolhidos há poucos anos em Silves (Algarve). A Geologia, a Petrologia e a Climatologia garantem-me (nos) que foram formados em clima seco, quente e desértico. Como sabe caríssimo Amigo-leitor, o Algarve é território do sul do país que não é desértico quente e seco.
  • Possuo, igualmente, Calcários coralígenos (formados pela acumulação de corais), de Pataias (região de Alcobaça). A Geologia, a Paleontologia, a Ecologia e a Zoologia que são Ciências e não ideologia, garantem-nos que aqueles calcários foram formadas em águas pouco profundas, límpidas, quentes e pouco energéticas. Perto de Alcobaça, há já bastante séculos, que não águas com estas características. Estamos, em termos de geolocalização, mais ou menos no centro de Portugal.
  • Na minha colecção, tenho uns quantos exemplares, belíssimos, de Trilobites, dos fósseis mais antigos que possuo. Pelo seu tamanho, cerca de 30/40 cm, são bastante raros. Recolhi-os em Canelas ( Serra da Freita, Arouca). A Paleontologia, que é uma Ciência e não ideologia, garante que estes animais, altamente diferenciados, viveram em mares profundos e pouco energéticos tendo-se extinguido há cerca de 250 milhões de anos. Ainda não havia homens na Terra. Hoje, os seus fósseis, estão a várias centenas de metros de altitude, no cimo de uma serra. Estamos já a Norte de Portugal, na margem Sul do rio Douro.
  • Não muito longe da Serra da Freita, recolhi vários exemplares de “Pteridófitas”, semelhantes a actuais fetos. Belíssimos fósseis que encontrei perto de Valongo. Diz-nos a Paleontologia, que é uma Ciência e não uma ideologia, que estas plantas primitivas viveram em pântanos de clima tropical quente e muito húmido. Não é esse o clima de hoje da região de Valongo nem de Portugal. E ainda faltavam muitos milhões de anos para que o Homem surgisse na Terra (o “facínora” só teria aparecido há cerca de 2 milhões de anos!) e imagine o Amigo-leitor, que já havia Alterações climáticas!
  • Para não aborrecer mais os meus Amigos-leitores, gostaria de lhes dizer que também tenho fósseis de Graptólitos (extintos há mais 400 milhões de anos). Ainda não havia homens na Terra mas havia alterações climáticas profundas!

Em 2019 foi criada por cientistas, entre um prémio Nobel (Prof Emérito de Geofísica, Guus Berkhout) e um jornalista científico (Marcel Crok) a Fundação CLINTEL. Seguidamente publicaram um Manifesto assinado por cerca de 1800 cientistas, não ideólogos, de todo o mudo e peritos em Ciências e não ideólogos manipuladores ou agitadores imberbes que “avacalham” tudo, partem e danificam pessoas e monumentos. O que defendem? Em resumo:

  1. «A Ciência do Clima deveria ser menos política
  2. As políticas climáticas deveriam ser mais científicas…»

Como geólogo, não embarco em Ciência ideologizada.

Ah! Ia esquecendo de referir, ou melhor, recordar, que mais do que os indígenas cujos ídolos tão cruéis são tão venerados actualmente, o papel inexcedível que, quanto à protecção da Natureza, devo relevar o papel que tiveram, desde o seculo VI, os monges beneditinos, com S. João Gualberto à cabeça!

Obviamente que não me posso calar! Nem devo.

SILERE NON POSSUM

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