OLHARES – Antigo combatente perdeu a sua última batalha

A notícia do falecimento do Antigo Combatente, alferes miliciano de infantaria Agostinho Dias de Azevedo, ocorrido no passado dia 2 de março 2024 no Hospital de Braga, correu célere entre os Antigos Combatentes da Companhia de Caçadores 2622 (BCAÇ 2894), que esteve destacada em comissão de serviço militar iniciada no Norte de Moçambique, Cabo Delgado, em Nangade, junto ao Rio Rovuma, em fins de 1969, e que veio a terminar em finais de 1971, na chamada Guerra do Ultramar.

Nascido em Montalegre, na freguesia de Chelo, tinha 77 anos e foi a sepultar no cemitério local, após missa de corpo presente, celebrada na Igreja de Cabril, no passado dia 3 de março.
Na Companhia de Caçadores 2622, o alferes Agostinho de Azevedo comandou o 1.º Pelotão de Combate e era um dos oficiais mais competentes e considerados pelos militares, não só pelas suas qualidades humanas, mas também militares, com quem tive o privilégio de privar, já que também integrei a Companhia com a mesma patente e comandei o 4.º Pelotão.
Por isso, o seu funeral teve uma alargada representação dos seus antigos camaradas da Companhia 2622: pelo seu 1.º Pelotão esteve presente o soldado Luís Gonzaga Oliveira Pimenta, pelo 2.º o cabo Manuel Fernando Teixeira da Rocha, pelo 3.º o cabo António Rodrigues Esteves e o soldado Manuel Francisco Lemos Nogueira, pelo 4.º o soldado Luís António Dias Vieira, pela Formação o soldado António José Barroso Gonçalves e pelos oficiais eu próprio.
No cemitério de Chelo, e após a oração de despedida, coube-me fazer o elogio fúnebre do meu camarada Agostinho de Azevedo, destacando as suas qualidades militares, como a coragem, disciplina, liderança, habilidade tática e trabalho em equipa, aliado a um forte sentimento de defesa da Pátria, enfrentando desafios árduos com bravura e determinação. Mas também, dando nota das suas excelentes qualidades humanas, pugnando sempre pelo bem-estar e segurança dos seus homens, ajudando-os a lidar com situações adversas e de perigo eminentes, como eram as situações de picagem e de deteção de minas para o avanço das colunas que se faziam a Palma.
Qualidades que marcaram profundamente os seus Combatentes, deixando nos seus Homens e nos restantes camaradas um legado imortal que jamais esqueceremos.
Dirigindo-se à Família Enlutada e aos seus conterrâneos presentes desta Terra de Barroso, afirmou que se devem orgulhar de ter tido um conterrâneo tão distinto que soube defender a Pátria Portuguesa, que granjeou a admiração e o respeito dos seus camaradas e que, pelo seu exemplo, merece ser para sempre recordado.
Pessoalmente, perdi um camarada e amigo sempre atento, sempre leal, sempre solidário e com um grande sentido de dever e responsabilidade.
Num dos vários convívios realizados a nível da Companhia 2622, de que era um forte dinamizador, junto uma foto do encontro realizado na Figueira da Foz onde o alferes Agostinho de Azevedo esteve presente, sendo do lado direto, o terceiro da 2.ª fila.
No Convívio 2024, a realizar em Braga no próximo dia 28 de abril, sentiremos a sua falta e evocaremos o seu legado.

Juntamos 6 fotos:
1 – Alferes Agostinho Azevedo;
2 – Insígnia do Antigo Combatente;
3 – Guião da CCAÇ 2622;
4 – Luto pelo Antigo Combatente;
5 – Veteranos;
6 – Encontro Convívio da CCAÇ 2622 na Figueira da Foz.