Aumento de 100% no transporte público rodoviário de Viana do Castelo para o Porto

Desigualdade da mobilidade em Portugal – transporte público rodoviário de Viana do Castelo para o Porto sofre aumento de 100 %.

Um país a três velocidades…

A partir de 01 de janeiro de 2024, as deslocações de Viana do Castelo para o Porto em Transporte Público (TP) rodoviário vão ficar por mais de 200 euros mensais!

De acordo com a Sr.ª Vereadora da Mobilidade, Eng.ª Fabíola Oliveira, por uma questão de coerência, a Câmara Municipal de Viana do Castelo (CMVC), avançará com um apoio de 40 % tal como é aplicado aos demais passes para os transportes no concelho.

Quando a referida carreira tinha passe social (130 €) com o apoio de 40 % da CMVC, os utilizadores pagavam 78 €. (custo do passe era igual em Viana e em Esposende)

Quando acabou o passe, a CMVC, seguindo o exemplo da Câmara Municipal de Esposende, passou a dar um apoio por bilhete de modo a que no final do mês fosse sensivelmente o valor do passe com o apoio, 88 €. Valor que se manteve até ao mês de dezembro de 2023.

De 88 € mensais (22 dias x 2 viagens x 2 €) o custo com o TP para um utente de Viana do Castelo, passa para 171,60 € (22 dias x 2 viagens x 3,9 €) acrescido de 30 € ou 40 €, valor do passe andante para os trabalhadores, (atualmente a carreira já não tem paragem no centro do Porto) disparando assim para mais de 200 € mensais!

A Câmara Municipal de Esposende, em 2024 continua a apoiar os seus munícipes de igual modo, pelo que os utilizadores têm uma despesa mensal de 88 €.

A Câmara Municipal de Esposende vê o apoio ao TP como um investimento e não como um custo. Investimento na qualidade de vida dos seus munícipes, contribuindo de modo a que efetivamente o “transporte público seja a primeira alternativa”. Os utilizadores de TP de Esposende, são já mais do triplo dos utentes que se deslocam a partir de Viana do Castelo. (município de maior dimensão)

Em contraciclo, a Câmara Municipal de Viana do Castelo, está a promover a redução do número de passageiros em TP, contribuindo antes para a utilização do automóvel particular (fluxo diário na A28 aumentou 246%), a migração para a área metropolitana do Porto, a suspensão dos estudos e o aumento do desemprego por incapacidade de se poderem deslocar para o local de trabalho.

Com este brutal e injustificado aumento (100%) como é que podemos exigir aos cidadãos do Alto Minho que elejam o Transporte Público como primeira alternativa?

Numa época em que as políticas de promoção dos TP se multiplicam por toda a Europa e também em Portugal, com passes multimodais de baixo custo nas áreas metropolitanas alargadas de Lisboa e Porto e com avanços significativos na generalidade das CIM, no já discriminado Alto Minho, a situação piorou ainda mais.

Desde o dia 01 de janeiro, os munícipes do Alto Minho, não dispõem de passe social, passe único, passe ferroviário nacional (um grande número de municípios já negociou redução do valor dos passes em 60 %) ou passes gratuitos para estudantes, como dispõe a grande maioria dos restantes portugueses.

Desde o dia 01 de janeiro, os munícipes de Viana do Castelo, para além do aumento das taxas de juro, das rendas, da energia, do cabaz alimentar, como todos os portugueses… vai ter ainda de suportar o aumento brutal da despesa com transporte público, ao contrário do que se verifica no resto do País.

Temos assim um país a três velocidades…uma nas áreas metropolitanas, outra no resto do país e marcha atrás em Viana do Castelo.

Os representantes dos utentes,

Tiago Bonito

Conceição Bonito

António Veiga

Avelina Costa

Hugo Moreira

Sandra Belo

Luís Macedo

Jorge Araújo

Marco Parente

Ana Santos

Margarida Martins

Marina Pereira

Carlos Afonso

Manuel Amado

Luísa Capitão

Maria José Cunha

José Costa

Aida Barbosa