Escritor d’ Aldeia
No passado mês de Março do presente ano (1921), completaram cem anos de existência, os comunistas portugueses, que fizeram festas e comemoração a nível nacional. Foi possível ver-se a cidade de Lisboa devidamente engalanada com as bandeiras do partido (não intermediadas com bandeiras de Portugal) de cem em cem metros pelas praças e cangostas. O frenesim esteve à altura do frenesim desejado.
A Comunicação social fez o eco deste aniversário, e vários intelectuais fizeram sobressair as virtudes comunistas, principalmente a luta contra o Salazarismo, a falta de liberdade, da nula democracia e a luta em prol da independência das províncias ultramarinas. “Tanta luta efectuada!…” – diziam os colunistas – tanto sofrimento dos seus militantes e tantos meses de prisão sofridos, bem como de mortes a registar, devido ao nazismo/hitlerismo português!
Por causa disso, obrigado foi Álvaro Cunhal e outros, a viverem na Rússia e esta União ter de lhes pagar casa, ordenados e funcionários ao serviço da causa: liberdade e a libertação dos povos do império português, colonialista/fascista.
O 25/A/74 foi, por isso, a luz enviada aos comunistas portugueses. Rapidamente regressados, organizados, bem colocados nos corredores do poder, nacionalizam tudo e o próprio Alentejo é sacado aos seus donos para ser entregue aos Kamaradas, entre eles ao pai das irmãs Mortágua, pelo seu passado de assaltante ao Banco de Portugal – que “foi um assalto só para chatear o Salazar, e o assalto até rendeu pouco, trinta mil contos”, disse a filha Mariana Mortágua – e ao barco Santa Maria. Pelo que, programaram não haver eleições legislativas em Portugal porque “seriam eleições burguesas”, afirmou Cunhal. Apetrecharam-se com armas para combater possíveis reacções fascistas, minaram as Forças Armadas na pessoa do “Companheiro Vasco”, abandonaram os povos do Ultramar, colocando militares Cubanos a enxotar os colonialistas brancos; abençoaram os fuzilamentos na Guiné, Angola e Moçambique, por terem colaborado com o Governo português derrubado… tudo isso controlado/abençoado pelos comunistas da União Soviética; pensaram na “matança da Páscoa no Campo Pequeno”; apoderaram-se de vários órgãos da Comunicação Social; quase provocaram uma guerra civil em Portugal continental- e, muito mais se podia escrever – porque era em prol da liberdade e da democracia!
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Comemoração dos cem anos dos comunistas portugueses!!! Não sei bem,concretamente, o que comemoraram, o porquê das festas, mas gostaria de sabermelhor.
Dizem-nos que é um partido que tem futuro. Talvez festejassem nestes cem anos de vida os cem milhões de mortos que a União Soviética fez para impor o comunismo, como Hitler queria impor o nazismo, ao fazer vinte milhões de mortos. Talvez tivessem festejado neste aniversário do comunismo português, a ainda meia dúzia de países em todo o mundo que têm governos comunistas e onde esses povos anseiam e morrem pela liberdade, pela democracia. Talvez festejassem os nossos comunistas, os comunistas suspensos e expulsos do partido, que fizeram, por terem ideias social-democratas. Talvez festejassem as grandes vitórias que têm conseguido em todas as eleições desde o 25/A74. Talvez festejassem os resultados eleitorais que têm obtido em todos os candidatos à Presidentes da República. Talvez festejassem o Congresso Nacional do Povo, na China, para darem poderes à Comissão Eleitoral e poder eleger deputados fiéis, em Hong Kong. Talvez festejassem a democracia que Vladimir Putin impõem e os envenenamentos feitos à oposição, seus concidadãos.
Confesso que não sei bem o que festejaram os comunistas portugueses, mas gostaria de saber melhor.
“Este Partido Comunista Português tem futuro”, publicitaram. Mikhail Gorbatchov, que foi o último líder soviético a partir de 1985, que se tornou grande líder na história, no seu país e no mundo, fez há dias noventa anos de idade. Foi cognominado de “brilhante” na influência que teve perante o mundo, por ter acabado com o garrote a vários povos, amordaçados pelo regime soviete de então – o comunismo. Proporcionou a liberdade, a democracia, a independência a vários que, são hoje, países livres. Acabou Gorbatchov – ao criar a perestroika – com a chamada guerra fria e a par do santo João Paulo II ajudou a derrubar o Muro de Berlim. Este estadista, no seu aniversário, respondeu, quanto ao que conseguiu fazer: “O mais importante que conquistamos foi que o povo conquistou a liberdade, acabamos com o sistema totalitário”.
Quanto longe estão os comunistas portugueses, de Mikhail Gorbatchov! Perdoe-se-me a repetição, mas não sei bem, e gostaria de saber melhor – aceitando ser informado – o que festejaram neste seu centenário os comunistas portugueses.
(O autor não segue o novo Acordo Ortográfico)