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Centenário da Morte de Mário de Sá-Carneiro assinalado na Vitalivros Antiquário

A Vitalivros Antiquário, situada na Rua da Pallha, no nº 66, em Viana do Castelo, tendo como anfitrião o seu proprietário, Vitor Almeida, assinalou o Centenário da Morte do Poeta Mário de Sá-Carneiro com uma Tertúlia, realizada na tarde do dia 23 de Abril, sábado, a partir das 16h00.

A organização esteve a cargo do conhecido Carlos Júlio (Calitos Charlie Brown) e contou com a presença de três amigos de longa data: Francisco Carneiro Fernandes, João Vilas e José Carlos Viana.

Mário de Sá-Carneiro nasceu em Lisboa a 16 de maio de 1890 e morreu em Paris em 1916. Foi poeta, contista e ficcionista português, um dos grandes expoentes do modernismo em Portugal e um dos mais reputados membros da Geração de Orpheu.

Ao longo de duas horas, foram declamados e comentados muitos dos textos de Sá- Carneiro mas também de outros autores seus contemporâneos e co-fundadores do Modernismo em Portugal, como Fernando Pessoa, José de Almada- Negreiros e Santa- Rita Pintor.

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Vitor Almeida pretende dar continuidade a iniciativas literárias e culturais deste género, prometendo organizar tertúlias e encontros temáticos sempre que possível.

 

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Aqui transcrevemos três dos poemas do Grande Mário de Sá-Carneiro:

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7

Eu não sou eu nem sou o outro,

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Sou qualquer coisa de intermédio:

Pilar da ponte de tédio

Que vai de mim para o Outro.

 

Fim

Quando eu morrer batam em latas,

Rompam aos saltos e aos pinotes,

Façam estalar no ar chicotes,

Chamem palhaços e acrobatas!

 

Que o meu caixão vá sobre um burro

Ajaezado à andaluza…

A um morto nada se recusa,

Eu quero por força ir de burro.

Feminina

Eu queria ser mulher pra me poder estender

Ao lado dos meus amigos, nas banquettes dos cafés.

Eu queria ser mulher para poder estender

Pó de arroz pelo meu rosto, diante de todos, nos cafés.

 

Eu queria ser mulher pra não ter que pensar na vida

E conhecer muitos velhos a quem pedisse dinheiro –

Eu queria ser mulher para passar o dia inteiro

A falar de modas e a fazer «potins» – muito entretida.

 

Eu queria ser mulher para mexer nos meus seios

E aguçá-los ao espelho, antes de me deitar –

Eu queria ser mulher pra que me fossem bem estes enleios,

Que num homem, francamente, não se podem desculpar.

 

Eu queria ser mulher para ter muitos amantes

E enganá-los a todos – mesmo ao predilecto –

Como eu gostava de enganar o meu amante loiro, o mais esbelto,

Com um rapaz gordo e feio, de modos extravagantes…

 

Eu queria ser mulher para excitar quem me olhasse,

Eu queria ser mulher pra me poder recusar…

                                                                 

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