Clima de Medo

Cabe a todos os meios de comunicação social, informar com verdade, rigor e isenção.

Desde a imprensa local e regional, até à nacional e meios audiovisuais. Há muita desinformação e má informação que entram pela casa adentro de pessoas vulneráveis, crentes, e que por isso levam tudo ao pé de letra o que ouvem, repetidamente, todo o dia. São os idosos, principalmente, os menos esclarecidos que bebem a má informação. E que a dão como boa acrescentando mais nuvens negras aquelas que eles já lhes povoam o resto das suas vidas.

As televisões, companhia única em tantos lares, poderia ser uma boa companhia se não alinhasse nas campanhas de desinformação e demagogia, mas que situassem os acontecimentos e esclarecessem quem os ouve ou vê.

Infelizmente não é isso que assistimos no que diz respeito às alterações climáticas.

Durante o mês de Julho, e seguintes, começamos a ser bombardeados pela informação de que, uma enorme vaga de calor que varria o mundo e a Europa. E continuam com outras. Dito assim, sem nenhuma excepção nem explicação do sucedido.

É um massacre.

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Eu, no meu cantinho, assisto com temperaturas baixas e com períodos de chuva, mas as imagens vindas um pouco de todo o Mundo, mostravam realidades diferentes. Ora com seca, ora com trombas de água. Sempre vi disto. Expliquem as diferenças?

Jornalistas entrevistaram idosos no Alentejo, perguntando-lhe como faziam frente à vaga de calor. E a resposta foi a seguinte: como sempre, isto não é nada novo para nós, já estamos habituados.

Na minha vida já assisti a tudo: desde muito calor, frio, muitas e fortes chuvas e períodos de seca.

Mas, por esses tempos, as pessoas viviam na sua vida, sem que nenhum dos meios de comunicação existentes, achassem que havia alguma anormalidade.

Pesquisando um pouco, deparei-me que, no Brasil em 3 anos consecutivos, 1877-79, um fenómeno extremo de seca que se verificou, terá vitimado entre 400/500 mil pessoas num total de 800 mil que viviam no Ceará, nordeste brasileiro. Morreram de fome, essencialmente. Mas depois tudo se recompôs.

Também a vaga de calor que ocorreu em 1911, no hemisfério norte que matou 40 mil pessoas.

Em Portugal há relatos de secas moderadas ou extremas. No século XIV, 1334-35, 1385-98. No século XVI, 1504-06. No século XVIII, 1733-38, ou 1753.

No século XIX em 1873-78. No século XX desde 1980-81, 1990-02, 1994-95. No século XXI, nos anos de 2004-05, 2011-12, 2017-18, 2021-22.

Quer no mundo, quer em Portugal houve outros períodos de seca moderada ou severa e é isto que as pessoas precisam de ser informadas e não viverem em clima de medo. Hoje temos melhores condições para lhes fazer frente, o que não quer dizer que não haja danos materiais e perdas de vida o que muito se lamenta, mas quase nada se faz para acrescentar algum conforto a tantos lares. Mas para isso, o Estado, assobia para o lado.

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Por outro lado, sempre houve trombas de água e cheias diluvianas. Vejam as que aconteceram a 7 de Dezembro de 1876, em Mértola cuja lápide afixada num edifício junto à Câmara Municipal atesta o nível aonde chegaram as cheias. Só de ver mete respeito.

Ainda criança, assisti, por entre filtros da censura, às terríveis cheias na região de Lisboa e 1967 causaram pelo menos 700 mortos. Ou as inúmeras cheias que tem havido no rio Douro ou do rio Tejo, e outros.

È isto que, também, precisamos de informar, de contextualizar e não entrar pelo caminho da omissão e de falta de rigor histórico, do medo.

Sabemos que, o mundo, está em constante mudança quer ao nível das vagas de calor, quer dos gases com efeito estufa, e não será por causa destes alarmismos que se alterará. A Europa a que pertencemos é responsável, apenas, por 8% dos gases com efeito estufa.  O mal está nos países que se estão borrifando para o problema. A China, a Índia, países que somados têm 1/3 da população mundial e não fazem caso nenhum da gravidade do problema e poluem que se fartam. Mas na lista há muitos mais países poluidores. A culpa também é nossa porque lhe compramos a matéria, por ser barata.

Mas isso não é politicamente correcto informar.

Este tema devia ser tratado com seriedade e não para servir de pretexto para termos mais taxas e taxinhas, ou para seitas de fanáticos que muito gritam, mas nada fazem em prol do ambiente. Os Donos Disto Tudo, deslocam-se para inúmeras cimeiras, em nome do clima, em aviões, muitos deles privados. Não vão de comboio, navio ou de bicicleta. Infelizmente, fica tudo como dantes. A não ser que, por causa disso, acrescentaram mais poluição desnecessária. Podiam fazer essas conferências por vídeo-chamada. Podiam, mas não é a mesma coisa!

Em nome do ambiente, está instalado um loby cujo objectivo é a obtenção do lucro, sem que o ambiente melhore. Muitas das vezes até piora.

Agora pretendem substituir o petróleo pela electricidade. E nós subsidiamos.

O que deve ser dito é a verdade, com rigor e isenção, e não o clima de medo, o alarmismo instalado, apenas para aumentar as quotas dos canais televisivos e os impostos.

* O autor não segue o acordo ortográfico de 1990

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