De (in)gestão em (di)gestão… carnaval a todo o tempo!

O tema desta crónica, necessariamente dos tempos que correm, podia bem até ser outro, mais ‘doce’, menos ‘carnavalesco’, quiçá, fora da ‘moda’.

Iisto é, nada que implicasse tourada político/partidária, escroques financeiros e seus correlactivos, assaltantes bancários encartados, ‘indisposições’ e ‘sobressaltos’ policiais, ou tão simplesmente, ‘mercearias’ presidenciais, camarárias, clubisticas ou do Estado. Pouco importa. E porque não um titulo do género, ‘vivemos em (con)gestão’?. Se não é, e é mesmo, legal e constitucionalmente, quer isso dizer que ‘todos’ podem ‘chorar’ por ‘tudo’.

Chegamos à época de caça ao voto. O terreno de caça, a coutada é curta para tantos atiradores, e quanto a ‘peças’, tudo serve para fazer tiro, justificar a barulheira. Os media celebram o bodo oferecido pelos políticos, ou pro-candidatos a serem-no. Já tínhamos partidos devidamente (re)partidos para todos os gostos, recheados de ‘boas almas’, gente sempre pronta a poder sacrificar o seu estômago por um lugar na gamela do Orçamento. Sempre, mas sempre, pelo Povo, pelo bem do povo. Fartos de mandar às malvas, para não dizer a outro mal cheiroso lado, tudo o que de bom estes cinquenta anos de Liberdade nos proporcionou, entre uma tirada do Presidente Marcelo, um dichote do Ventura, essa alma alegre que até tem uma cadelinha, o que faz derreter a senhora do partido, agora da natureza, todavia, nós por cá, zangados, ou talvez simplesmente invejosos, fazemos de conta que somos ‘ricos’, que não fomos perdulários, estragamos e consentimos que estragassem o que de bom se foi construindo. Mas! O indígena portuga tem sempre um mas, aproveitando, que no aproveitar é que está o ganho, em passe de mágica, ou engenharia gramatical, lá fazemos da cobardia uma virtude e, com sublime egoísmo, da parte dos que protestam, e olímpica hipocrisia dos decisores mandantes, vá de à molhada, protestar. Não interessa o quê, com quem, contra o quê. Os media agradecem, os partidos fora do poder, rejubilam, o ‘bom povo’ aplaude, e os governantes, para comporem o papel na representação em cena, usam a desfaçatez da humildade piedosa, popularucha q.b. e, juntos, todos se reclamam carentes e credores da liquidação de ‘direitos’, apontando o dedo ao ‘outro’, seja quem fôr, esquecendo-de de têm quatro apontados para si lembrando os seus ‘Deveres’. Alegres, uns e outros, bailam, porque temos eleições. Mais cedo, fora do prazo, mas mais uns intervalo de festa. Em Democracia, no viver democrático, todos são chamados a escolher e participar na vida colectiva. Quer queiram ou não, a história é uma constante que se repete, com intervalos, é certo, mas repete-se. Aos mais dados a não gastarem os neurónios, não adianta tentar reescreve-la. Ao repetir-se, o desconhecimento tem custos de impensável dor e inestimável sofrimento. A História dos Povos, dos Países é incontornável. O seu desconhecimento, um grave erro. A sua repetição, nas consequências, é fatal para muitos. E se na morte alguns encontram alivio, o viver dos que depois sobrevivem, é sempre terrivelmente penoso e doloroso.

Vivemos, cá pelo jardim à beira-mar plantado, e também pela Europa, para não dizer um pouco por todo o mundo, depois de setenta anos de paz, um tempo presente de permanente de apoplexia, de desencanto, em que os mais incapazes reclamam por um ‘poder capaz de impor ordem’. Estão fartos de estar bem!

É natural que estejamos saturados de casos de roubos descarados de uns tantos, a tantos tansos. Que sintam nojo, asco até, pelos registo diário nas crónicas policiais tão em moda nos meios de Comunicação Social, de casos impensáveis de gente (fina) a encher os bolsos, próprios e dos amigos. A gamela do Estado, das Câmaras Municipais, dos Organismos públicos, dos Fundos Europeus, vai ficando cada vez com menos espaço para sustentar tanto inquilino da pocilga. É incompreensível a lentidão da Justiça.´, hoje com muitos mais meios humanos e técnicos. Aliás, o que acontece na maioria dos casos que envolve a tal ‘gente fina’ é gozarem o dinheiro que roubaram, e gozar com os tribunais. E ninguém quer tocar, ou pegar o assunto pelos cornos. Umas piedosas palavras de justificação, desculpa, ou incompreensível sobrançaria! Não fazem, nem deixam fazer. Em nome da ‘independência e serenidade’, o que na maioria das vezes quer dizer, conivência e pesporrência, quando devia ser, Ética, Competência, Justiça. Mas o desencanto não é ou será resolvido por gente transfega. Gente que sob a melhor das palavras apenas e só querem também um lugar na gamela do Estado, fazer parte do rebanho para poder pastar com segurança garantida. Vingar frustrações. Esta dor que hoje uns tantos alimentam, é uma enxaqueca que a Democracia e a Liberdade podem resolver. Se estes demónios são fruto e consequência do viver em Democracia, e são-no, é dentro deste tipo de regime que se tem de encontrar o modo de os travar, dando fim ao stress em que puseram o nosso viver presente. É em Liberdade que se tratam estes ardores. Coisas e casos que não passam por vezes de uma simpática comichão, um ardor, que a miséria humana de uns tantos tenta elevar a dilema que uma qualquer ‘autoridade com bota cardada’, pela força, substituirá como melhor e boa solução. E se os ‘incautos’ não sabem o que isso é, informem-se, porque essa informação aparece também nas crónicas do crime, e auto-interroguem-se… quem são, onde andavam, o que procuram, quem paga, o que têm de sensato para oferecer. E depois, e já agora, porque não também auto-interrogarem-se! Qual foi a minha contribuição para isto? Para o bem e para mal. Sim! Não basta reclamar só por Direitos. O Viver em Sociedade, mesmo entre os povos mais primitivos, tem regras que a todos compete contribuir, seguir e cumprir. E a tal Ordem’ tem que vir de cima como exemplo, sob pena de estarmos a fazer mais umas descargas de resíduos urbanos (excrementos) não tratados para lamaçal em que a maioria do PS (Partido Socialista), sim, dos rapazes que navegam pelos corredores da agremiação agitando o cartão, que estupidamente transformaram o natural campo de golf da governação nos últimos dois anos, num tempo mais mal cheiroso e com mais buracos que uma estação tratamento primária.  A ganância, a arrogância e a ignorância, nunca foram boas virtudes. Se a isso juntarmos a incultura, confirmado está o ditado, ‘Deus dá nozes a quem não tem dentes’. E se os dentes dos demónios também se partem, e as (con)gestões também se tratam.

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