A emigração portuguesa retratada na banda desenhada

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Daniel Bastos

Professor

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A banda desenhada, um género literário em franco crescimento que assenta numa sequência de imagens (desenhadas e/ou pintadas) que narram uma história, podendo incluir ou não texto (legendas, diálogos ou pensamentos), começa a direcionar através dos seus autores e protagonistas a sua atenção para a temática da emigração portuguesa.

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Um desses exemplos paradigmáticos é a banda desenhada Maria e Salazar, que retrata a história da emigração portuguesa para França. O livro foi lançado, no território gaulês em 2017, pelo autor francês Robin Walter, que desenvolveu a banda desenhada Maria et Salazar a partir do contacto com Maria, uma emigrante lusa que chegou a Paris em 1972, e que trabalhou como empregada doméstica na casa dos seus pais durante 30 anos.

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O livro biográfico e autobiográfico foi editado no ano seguinte em português, tendo Robin Walter, que nesse ano participou no Amadora BD, um dos maiores eventos nacionais dedicados à banda desenhada, afirmado publicamente que a obra foi muito bem recebida “pela comunidade portuguesa em França. Muitas pessoas ficaram emocionadas e disseram-me que era a história dos seus pais e avós. Agora, quero continuar a transmitir esta história franco-portuguesa sobre estes portugueses um pouco nómadas que estão entre dois países”.

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Esta história franco-portuguesa tinha sido já no início da década de 2010 abordada pelo desenhador francês lusodescendente, Cyril Pedrosa, no livro de banda desenhada Portugal. Misturando a ficção com alguns elementos autobiográficos, o autor nascido em 1972, em Poitiers, oriundo de uma família da Figueira da Foz que emigrou nos anos 30 para França, retrata em Portugal a história de um lusodescendente francês sem contacto com o país dos seus antepassados e que resolve tentar saber mais sobre as suas origens.

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Nessa época, e no âmbito da sua participação no Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora, Cyril Pedrosa precisou que aborda no livro “um Portugal imaginário, quer dizer, aquele que eu conheço e que não é o verdadeiro Portugal. É um Portugal ‘emocional’, o das sensações e da afeição que tenho por esse país, por esse povo, por essa língua. Sei perfeitamente que não conheço a realidade do país, para isso teria que viver nele. Mas conheço a beleza da sua língua, a generosidade dos portugueses e também conheço bastante bem a região de onde são originários os meus avós, uma pequena aldeia perto da Figueira da Foz (chamada Marinha da Costa, onde decorre a última parte do livro)”.

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