O Fórum Económico Mundial(WEF) acaba de lançar o Relatório de Capital Humano com o subtítulo “Preparando Pessoas para o Futuro do Trabalho”.
O relatório afirma que “muitos dos sistemas educativos de hoje não vão de encontro às competências necessárias para o mercado de trabalho atual”. Sublinha ainda que as escolas tendem a concentrar-se principalmente no desenvolvimento das competências cognitivas das crianças em vez de promover competências como a resolução de problemas complexos, a criatividade ou a colaboração.
Tal como se pode observar na imagem, no conjunto das dez competências necessários com a chegada da Quarta Revolução Industrial, figuram nos três primeiros lugares: a resolução de problemas, o pensamento crítico e a criatividade, estas são as três habilidades mais importantes que uma criança ou jovem necessitam, de acordo com o Relatório do Futuro do Emprego.
Preparar as crianças para o futuro exige redefinir conceitos e conteúdos de aprendizagem e da educação. Saber ler, escrever e efectuar cálculos matemáticos continua a ser essencial para as crianças, mas este mundo está cada vez mais dinâmico e interligado, o que significa que as novas gerações vão na sua maioria mudar de emprego várias vezes durante as suas vidas e muitos mudarão para empregos que não existem hoje em dia e que podem ser eles mesmos a inventar.
“Se concordarmos com a necessidade urgente de desenvolver habilidades de resolução de problemas complexos, pensamento crítico e criatividade, teremos também de reconhecer que essas competências são construídas na infância e juventude, mas também pela aprendizagem ao longo da vida” (WEF).
Uma das formas de adaptarmos a Escola a estes novos tempos é a utilização de novos Métodos Ativos de Aprendizagem, tal como o “Project Based Learning” (PBL), que significa “aprendizagem baseada em projetos“, que aposta na construção de conhecimento por meio de trabalhos de investigação que respondem a uma pergunta complexa, problema ou desafio lançado pelo professor. A partir dessa questão inicial, os alunos em diferentes grupos de trabalho, envolvem-se num processo de pesquisa, elaboração de hipóteses, procura e construção de uma solução ou produto final, semelhante ao processo de trabalho do futuro.
A primeira revolução industrial foi a da mecanização da produção usando como energia o vapor. A segunda revolução industrial passou à produção em massa tendo a electricidade como energia. A terceira veio com a revolução do digital e da utilização dos computadores.
A quarta revolução industrial ou indústria 4.0 é a do mundo que combina numerosos fatores como a internet das coisas, a “big data”, as Fábricas Inteligentes e mesmo a Inteligência Artificial. Esta revolução pode destruir, segundo um estudo do WEF cinco milhões de empregos nos próximos cinco anos.
Quanto melhor o Sistema de Ensino Português conseguir preparar os seus jovens para enfrentar um mundo cada vez mais complexo e em transformação permanente, melhor enfrentará o país estas mutações das sociedades nos próximos anos.
