«Esta madrugada milhares de foguetes foram disparados da Faixa de Gaza contra Israel, dando início a uma nova operação, anunciada pelo líder do braço armado do Hamas. Primeiro-ministro israelita já se pronunciou. E o ministro da Defesa afirmou que “o Hamas cometeu um grande erro”.
Numa rara declaração pública, Mohammed Deif, líder do braço armado do Hamas, afirmou este sábado que o grupo lançou uma nova operação contra Israel. Cinco mil foguetes foram disparados da Faixa de Gaza contra Israel antes das 6h30 locais, durante uma hora, dando início à ‘Operação Tempestade Al-Aqsa’. “Decidimos dizer basta”, notou Deif, apelando a todos os palestinianos para confrontarem Israel.
O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, afirmou na rede social X, ex-Twitter, que o Hamas “cometeu um grande erro esta manhã” e que Israel “vai ganhar esta guerra”.
Foi declarado “alerta de estado de guerra”, segundo a imprensa internacional.
Segundo o exército israelita, a operação do Hamas aconteceu por terra, ar e mar. E a Força Aérea de Israel anunciou já estar a atacar alvos na Faixa de Gaza, de acordo com
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O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, também já se pronunciou: “Estamos em guerra”, afirmou.»
(Fonte: (SIC) Reuters – internet)
LEMBREMOS A HISTÓRIA RECENTE DO CONFLITO
Corria o ano de 1993 quando Rabin e Arafat assinaram os Acordos de Paz israelo-palestinianos
Foi na manhã do dia 13 de Setembro de 1993 que o então primeiro-ministro de Israel, Yitzhak Rabin, o líder palestino Yasser Arafat, e o presidente americano Bill Clinton assinavam na Casa Branca os tão esperados acordos pela paz naquela região do Médio Oriente.
Bill Clinton, havia conseguido trazer aos jardins da Casa Branca o chefe do governo de Israel, Yitzhak Rabin e seu ministro de Relações Exteriores, Shimon Peres, e o líder da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Yasser Arafat, para assinarem documentos que sinalizariam o início do fim de décadas de conflitos.
Finalmente, haviam sido concluídas as negociações conhecidas como os Acordos de Oslo, negociados secretamente na Noruega durante vários meses entre representantes israelitas e palestinianos.
O mundo foi surpreendido e aqueles que suspiravam pelo fim do conflito rejubilaram com a notícia do consenso.
PUBAs hesitações dos israelitas ficaram patentes quando Clinton teve de unir as mãos dos dois lideres cumprindo-se assim o gesto simbólico do acordo.
E Rabin reconheceu: “Esta assinatura não é fácil para mim. Nem para mim mesmo, como soldado na guerra de Israel, nem para o povo israelita, ou o povo judeu na diáspora, que agora nos observa com um misto de esperança e cepticismo”.
EM NOVEMBRO DE 2004 MORRE YASSER ARAFAT
Em 2004 o líder palestiniano terá sido envenenado até à sua morte com polónio rádio activo, confirmou a sua viúva, Suah, após ter recebido os relatórios de testes feitos na Suíça com o cadáver de seu marido; “ficou cientificamente comprovado que ele não morreu de morte natural, e nós temos a prova científica de que este homem foi assassinado”, afirmou Suah.
Na oportunidade, o governo israelita negou qualquer participação na morte do carismático líder palestiniano.
Ficou então a pairar a dúvida sobre a autoria do assassinato, que, segundo alguns analistas políticos, poderia dever-se a sectores palestinianos mais radicais, a quem não interessava o acordo firmado. E foi isso que provavelmente teria acontecido. A negação prática do que havia sido concebido em Oslo e confirmado em Washington, passou a letra morta.
A MALDIÇÃO DA TERRA QUE CONHECEU OS PASSOS DE JESUS
Uma vintena de anos volvidos, é triste constatar que o conflito volta a conhecer desenvolvimentos novos e sempre mais violentos, depois de mais uma fase de aparente acalmia. Aliás, estas fases têm-se repetido sem fim à vista, o que leva a pensar que este desafortunado estado de coisas entre dois povos vizinhos mais parece fruto de uma maldição. Sê-lo-á realmente?
Daqui nasceu um poema que termina com este verso: Mas estes chãos são de infertilidade!
– Sim, porque não podem haver chãos férteis onde qualquer esperança de paz ali plantada está condenada a não medrar.
Entretanto…
EM MAIO DE 2021 RECRUDESCE A VIOLÊNCIA NO MEDIO ORIENTE
Após o lançamento de centenas de roquetes sobre Tel Aviv, Israel retalia com intensos bombardeamentos aéreos em Gaza.
O conflito entre o Hamas e Israel agrava-se de novo, causando elevado número de vítimas de ambos os lados.
O grupo islâmico confirmou então a morte de vários comandantes e ameaçou com uma nova intifada.
MAS ENTÃO, TAL COMO AGORA, ESTES CONTINUAM A SER…
CHÃOS DE GUERRA
Não há altares que valham, que se bastem
Nem d’Alah as bandeiras esfarrapadas
Que o sangue é rubro e corre plas estradas
Não há perdão que as orações resgatem.
Que céus são esses que a fumaça esconde,
Que estrondos colossais, que vil fragor,
Ofendem tanto a terra do Senhor
Que procura o amor, sem saber onde?
Ódios à solta por trás dos canhões
Homens de negro, raivas sem idade
Chãos semeados só de humilhações.
Pasma-se o mundo de incredulidade
Esgrimem-se vozes, gritam-se razões
Mas estes chãos são de infertilidade!
(Eugénio de Sá)
A raiva é a minha carne; alimento-me de mim mesmo.
E por isso morrerei à fome, a comer.
(William Shakespeare)
1 comentário
BOA NOITE EUGÉNIO! Muito importante para nós acompanharmos o desenrolar da história através de um texto tão bem escrito e detalhado como esse que você apresentou! Li com atenção aos detalhes, mas é difícil aceitar tantos conflitos quando os atingidos são a população que sustenta a nação, perdem a vida de maneira inútil só porque não pertencem a elite que com uma caneta na mão, ordenam a destruição! Um abraço, amigo!
13/10/2023