Falso sol

É estranho viver sem o Sol.

É estranho viver por baixo de luzes que simulam o Sol, mas falham miseravelmente. Mas, ao contrário das comuns luzes elétricas ditadas por interruptores que se controlam com um simples clique, as luzes a que me refiro não são assim tão fáceis de controlar. Aliás, são demasiado difíceis de desligar.

Felizmente, a maioria das pessoas vive debaixo do autêntico Sol. Um Sol livre, democrático. Quanto às pessoas que vivem por baixo de luzes elétricas, a situação é diferente. Elas vivem em salas fechadas e constantemente iluminadas, umas com mais intensidade e outras menos, mas sem nunca fundirem. E é isso que as luzes têm em comum, nunca se desligam, nunca fundem. Quando isso acontece, são rapidamente acesas. E assim são forçadas as pessoas que vivem por baixo dos falsos sóis a viverem sem liberdade, sem espaço para poderem pensar um novo Sol ou poderem sair, sem meios para poderem escapar.

As pessoas que vivem a idolatrar falsos sóis têm alguma consciência. Há quem dedique a vida a olhar somente para aquelas míseras cópias, mas também há quem olhe para os lados e observe a sala enclausurada e iluminada para encontrar uma fuga. Elas, mesmo que não saibam a natureza do Sol verdadeiro, têm a noção que o “sol” que veneram não é o certo.

E para que serve o Sol? O Sol é a definição da mais pura liberdade de ser e pensar. Ele fornece um planeta inteiro para se vaguear e aproveitar, Ele transmite valores íntegros e capazes de construir uma sociedade sólida, Ele não cerra pessoas em salas nem se esconde por detrás de uma simulação.

Por outro lado, os sóis querem ser vistos como deuses. Afinal, querem ser olhados de baixo para se sentirem superiores. Fecham as vítimas num espaço limitado à sua vontade, à sua maneira de estar e de pensar. E assim governam numa tirania eterna.

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Tenho a liberdade de poder afirmar que vivo debaixo do Sol. Há quem não tenha a liberdade de poder dizer que vive debaixo de um sol.

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