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GRANDE ENTREVISTA – Carlos Guilherme, o Tenor!

É uma das vozes mais admiradas e de referência em Portugal. Fez parte da Companhia Portuguesa de Ópera do Teatro Nacional de São Carlos em Lisboa, mas pelo caminho e à parte, este Tenor teve uma pequena incursão pela música ligeira com a gravação de CDs que rapidamente alcançaram os topes musicais. O MINHO DIGITAL teve o privilégio de conseguir entrevistá-lo e, como conversa puxa conversa, com invulgar simplicidade e simpatia acabou por nos contar a sua vida e até mostrar álbuns de família.

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GOSTA DESTE CONTEÚDO?

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Nasceu em Lourenço Marques (Maputo) a 23 de Abril de 1945. O seu pai era funcionário de Finanças e a mãe trabalhou sempre em casa. Tem uma irmã nove anos mais velha que reconhece com um enorme brilho nos olhos como «minha mãe intelectual (sempre dedicada ao ensino das Matemáticas chegou a professora jubilada da Universidade McGill de Montreal, Canadá)».

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Confessou ter tido uma infância muito feliz «num lar sem mácula». Aos 10 anos, já com a Escola Primária completa, veio de Moçambique para o Continente, onde esteve por 4 anos (até 1959), enquanto a irmã se formava em Fisico-Químicas.

Regressou com a  família a Moçambique (1959), tendo o seu pai sido colocado na cidade da Beira. Aí, aos 14 anos de idade, iniciou a sua carreira de amador, conquistando o 1º prémio no concurso “À procura de  uma voz”, promovido por uma das duas estações de rádio locais, a Emissora do Aero Clube da Beira. Começou logo de seguida uma colaboração em espectáculos naquela cidade onde completou o Liceu.

Em 1963, finalmente de regresso a Lourenço Marques, não havendo Universidade em Moçambique, cursou («eu diria com mais propriedade “chumbou”») Engenharia Electrotécnica na África do Sul na Universidade de Witwatersrand em Johannesburg. .Trata-se de uma Universidade particular, Inglesa, já que não sabia uma palavra de Afrikander.

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Findo esse ano lectivo regressou a L. Marques onde, entretanto, tinham sido fundados os EGUM (Estudos Gerais Universitários de Moçambique), pelo Professor Veiga Simão.

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Com os Pais e Irmã

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Carlos Guilherme com a Esposa

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Casal com os netos

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REGRESSO ÀS ORIGENS

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Já não quer voltar para o estrangeiro e desiste de uma licença militar definitiva que o teria livrado do Serviço Militar Obrigatório e da Guerra Colonial. Reencontra velhas amizades da cidade da Beira, instaladas num lar universitário e colabora como artista amador com a Rádio Clube de Moçambique em programas semanais de Variedades com o maestro Artur Fonseca (compositor da ”Casa Portuguesa”) e quinzenais com a Orquestra Típica, com o maestro António Gavino, fundador da Orquestra Escalabitana e autor da célebre “Marcha Ribatejana” entre muitas outras coisas.

Carlos Guilherme deixa escapar uma sonante gargalhada ao recordar uma serenata noturna às meninas dum colégio de freiras acompanhado por vários colegas. «Fomos ‘corridos’ sem violência, diria mesmo com um certo companheirismo, pela Polícia de Choque e seus cães polícias».

Ao saber disto, o Reitor Veiga Simão manda-o chamar ao seu gabinete e diz-lhe estar interessado em implantar vários costumes coimbrões na sua Universidade, entre os quais as serenatas. «Perguntou-me o que estava a fazer na África do Sul e tenta-me a ficar em Lourenço Marques». Mas os anos lectivos não coincidiam: na A.Sul iam de Fevereiro a Novembro e em L. Marques tinham em conta as datas da então Metrópole. Portanto ele já não poderia inscrever-se na Universidade de L. Marques pois já tinha terminado o 1º período.

«Foi então que Veiga Simão me disse que quem mandava nisso era ele e daí que, se eu estivesse interessado em prosseguir os meus estudos em Moçambique, ele trataria do assunto. E assim se fez.»

Namora nessa altura com a que veio a ser a sua mulher, «Eborense de gema» e está casado já há 54 anos. «Havendo já no mapa 3 preciosos filhos (dois deles já cinquentões), duas mulheres e um homem e 5 netos, 2 rapazes e três raparigas».

Imparável, o Tenor prossegue com o entusiasmo de quem recorda bons tempos. «Sou o primeiro aluno a formar-se integralmente na Universidade de Moçambique, depois de ter tentado Engenharia Química e feito o 1º ano completo. Aproximava-se o tempo de tropa e eu não via hipóteses de acabar um curso a tempo de levar na bagagem para a tropa um modo de vida. O próprio Veiga Simão chumbou-me em Física Atómica, cadeira que tive que repetir».

Surgiu nessa altura um curso de 2 anos apenas, dedicado ao Ciclo Preparatório e que tinha o nome pomposo de Curso de Preparação para Professores Adjuntos do 11º Grupo do Ensino Técnico Profissional. «É maior o nome do que o curso», diz a rir-se. Tornou-se professor na Escola Industrial e mais tarde na Escola do Ciclo Preparatório Joaquim Araújo, passando a pertencer ao quadro permanente.

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Com a cantora Anabela

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Com Isab

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Com José Carreras

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SERVIÇO MILITAR

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Casa em 6 de Janeiro de 1968 e no ano seguinte, beneficiando de 3 adiamentos por estar a estudar, entra para a tropa. Faz 3 meses de recruta, 3 meses de especialidade como atirador e dá 6 meses de instrução a praças africanos. Depois é colocado em zona de acção (100%) onde permanece durante 2 anos e meio (um ano como alferes, um ano e meio como Capitão graduado) tudo isto no Niassa, com uma fronteira de 100 Km para defender com os seus 200 homens, todos eles africanos de pele escura. «Não os trocava por ninguém» – assegura com convicção.

Já na tropa mas ainda no sul de Moçambique é eleito “Rei da Rádio Moçambicana” por votação popular promovida pela Imprensa. Essa mesma Imprensa já o tinha distinguido por 4 anos consecutivos, como “O melhor cantor do ano”. «Guardo cá em casa uma taça e 3 óscares».

Acabada a saga da tropa volta a Lourenço Marques onde passa à disponibilidade em 2 de Fevereiro de 1973. Traz consigo dois louvores a nível de R.M.M. (Região Militar de Moçambique) e «o motivo, de que muito me orgulho, que foi o estabelecimento de uma paz duradora de franca convivência com as populações autóctones. Tive a sorte de não fazer guerra mas sim paz. (Só este assunto daria um livro e estou a escrevê-lo pouco a pouco)».

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Estreia no São Carlos

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Estreia em Itália

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Malcolm

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O amor de 3 laranjas

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Recital em Sesimbra

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Concerto da ONU

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Festival ao Largo

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Eugene Onegim

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Mahagony

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Werther S. Carlos

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O doido e a morte

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Barbeiro de Sevilha

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O elixir d’ amor

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Bardolfo Falsteff

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Carmina Burana

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Madame Butterfly

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Luici di Lamermooc

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O rapto de Serralho

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Recital na Polana

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EMIGRAÇÃO E REGRESSO A PORTUGAL

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Até ao fim do ano lectivo de 73/74 é professor de matemática e ciências na Escola donde tinha saído.

Em agosto de 1974, emigra com a família para a então Rodésia (atual Zimbabwe), para a cidade de Salisbury (actual Harare, capital). «Aí faço, primeiro, serviço de administração no Ministério da Saúde (primeiro emprego que encontrei) e depois vou substituir uma senhora grávida num liceu feminino (Roosevelt Girls High School) ensinando Matemática durante 2 anos lectivos».

Durante aquela estadia nasceu a filha mais nova e teve as primeiras lições de canto (tinha 30 anos). Foi sua professora uma senhora Escocesa de nome Greta Muir que era directora e maestrina de uma de duas Companhias amadoras de ópera de Harare.

«Pela mão dela canto a minha primeira opera: faço o papel principal da ópera ‘Um baile de Máscaras’ de Verdi mas tenho que o fazer em Inglês.»

Em 1976, vem com a família para Portugal e vai fazer o estágio em Estremoz, «ficando a minha mulher com os 3 rebentos em Alcantarilha (nessa altura a minha”metade” era professora do Ensino Primário). A minha filha mais nova tinha 1 ano. O meu Pai morria de cancro em Lisboa. Foi o ano mais difícil da minha vida».

«No ano seguinte conseguimos juntar de novo a família. Ficámos a viver em Lagoa (Algarve) onde fizemos amigos e fui professor efectivo em Silves, onde, no segundo ano de permanência, sou nomeado Presidente do Conselho Directivo.»

Entretanto começou a colaborar com o Conservatório Regional do Algarve, sediado em Faro. Participou em diversos cometimentos artísticos deste Conservatório e a sua Directora, Maria Campina, consegue arranjar-lhe um professor de canto Americano que tinha vindo da Califórnia e se enamorara do Algarve. John Labarge de seu nome era tenor e professor em Santa Bárbara. Foi às instalações do Conservatório pedir um piano para praticar. Conseguiu o que quis a troco de lhe dar lições de canto. «Foi o meu melhor professor», acrescenta.

Em 1979 o S. Carlos (caso raro), sai de Lisboa e vai fazer espectáculos de ópera e concerto no Algarve. O Conservatório apresenta-o como “menino prodígio” da casa e exibe-o perante a Direcção do S. Carlos. Era seu director nessa altura o engenheiro João Paes. «Mais tarde venho a saber que era sobrinho de Afonso Paes, médico que me trouxe ao mundo em Moçambique e filho do famoso Sidónio Paes.»

«Sou convidado a repetir a ‘gracinha’ em Lisboa, em audição aberta ao público. Faço a prova e sou admitido ao então chamado “Coro de solistas”, embrião do Coro Profissional que agora existe em S. Carlos. A decisão de vir para Lisboa foi difícil de tomar, depois de uma descolonização acidentada e com um emprego de professor então em Lagoa, eu a 10 minutos de casa, a pé, a minha mulher a 5 minutos, também a pé. Foi ela a responsável por mais este salto na minha vida».

Em 1980 é destacado para o Ministério da Cultura e integra o tal coro de solistas. Faz apenas um papel como solista, na ópera Macbeth de Verdi e no ano seguinte é promovido à categoria de Solista, deixando o coro. Mais uns meses e é promovido a Cantor Principal. O futuro mostrava-se promissor mas outra ‘pedra’ apanharia pelo caminho.

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O 1º disco de Carlos Guilherme

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CDs gravados pelo Tenor

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Disco Platina em Inglaterra

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Disco Platina em Portugal

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CANTOR RESIDENTE NO S. CARLOS

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«A minha estadia em São Carlos como cantor residente passa-se de 1980 até 1992, quando um político que dá pelo nome de Santana Lopes simplesmente diluiu a Companhia Portuguesa de Ópera do nosso único Teatro lírico, cortando a carreira a toda uma nova e jovem promissora geração de cantores portugueses».

Não querendo voltar a ensinar Matemática, com uma carreira e um nome já respeitável no meio artístico, decidiu ficar a ver se se ‘aguentava’ só com o produto dos espectáculos que fazia, muitos deles em S. Carlos, agora como cantor convidado. «Ao fim de 3 anos de licenças sem vencimento, optei por pedir uma reforma do ensino, a qual me foi concedida pois 12 anos de ensino efectivo mais 3 anos e meio de “guerra” e ainda os 12 anos passados em S. Carlos, grangearam-me uma pensão que, embora muito desvalorizada pelo facto de ter que fazer descontos extra a nível de ordenado mínimo, dava para pagar as contas».

«Será justo dizer que a minha mulher, enquanto estive em S. Carlos fez, como trabalhadora estudante, em 5 anos, os 4 que lhe faltavam na Escola Superior de Belas Artes em Pintura e Cerâmica. Interrompera os seus estudos para casar comigo».

O que se passou desde a sua entrada em São Carlos é do conhecimento público e está resumido no seu curriculum vitae.

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Carlos Guilherme com o locutor Fialho Gouveia

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Carlos Guilherme com o Maestro Vitorino d’ Almeida

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Carlos Guilherme com Eusébio

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AS 13 PERGUNTAS INEVITÁVEIS

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1 – Quando e como apareceu o ‘bichinho’ da música que abraço como forma de valorização cultural e profissional?

Comecei aos 4 anos de idade a imitar o João Maria Tudela a tocar harmónica de boca em concursos levados a efeito nos programas de variedades do RCM (Rádio Clube de Moçambique). Também imitei o Alberto Ribeiro a cantar o “Adeus Lisboa”. Ganhei cigarros para o meu pai, não pela minha qualidade mas pela idade. Daqui se deduz que o bichinho da música esteve sempre presente ao longo da minha vida. Aos 6 anos tive lições de piano com a professora Marcela Matias em Lourenço Marques e fiz os chamados preparatórios. No entanto nunca tive uma formação académica no que diz respeito à música. Em Moçambique não havia conservatório nessa altura.

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2 – Tem referências especiais de pessoas e/ou acontecimentos relacionados com a actividade?

No canto, tive as primeiras lições particulares na ex-Rodésia (Zimbabwe) com uma senhora Escocesa de nome Greta Muir. Já tinha 30 anos de idade. Mais tarde, no Conservatório Regional do Algarve tive como professor John Labarge, Californiano, que me ensinou praticamente tudo o que sei. O resto aconteceu em São Carlos com sucessivos professores em sucessivas Master Classes. Esses eventos eram proporcionados por algumas direcções do Teatro que se esforçaram por ajudar os seus cantores. Tive então professores como Marimi del Pozo (espanhola); ClaudeThiolass (francês), Gino Becchi (grande cantor italiano) Franco Campogalliano (italiano e ex-professor de Pavarotti) e Regina Resnik (russa naturalizada americana)

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3 – Certamente após um percurso académico, chegou a altura de escolha…

O percurso académico que tive nada teve a ver com a música. Na arte dos sons apenas tive professores particulares. Ao colaborar como amador com o Conservatório em Faro tive a dita de ser apresentado como ‘prata da casa’ à então direcção do S. Carlos que me convidou depois a prestar provas em Lisboa para integrar a Companhia Portuguesa de Ópera nascida em 1980.

Fiz provas e entrei. Foi uma escolha difícil pois acabara de me fixar no Algarve e era professor do quadro efectivo do nosso Ensino, leccionava Matemática, e tinha terminado todo o árduo processo de uma descolonização “exemplar”. Tinha 35 anos quando me profissionalizei.

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4 – Onde foi a sua primeira actuação como profissional e que idade tinha?

Cantei o papel co-primário de Malcom na ópera Macbeth de Verdi, em S. Carlos, estava a dois meses de completar 36 anos.

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5 – Qual foi o seu ponto mais alto em termos de actuação pública?

Se falarmos em termos de melhores produções posso eleger o meu papel de Trufaldino na ópera de Prokofiev “O amor da 3 laranjas”.

Se falarmos de qualidade artística pessoal, terei de eleger um recital de canto e piano que fiz, acompanhado pelo maestro João Paulo Santos, no Salão Nobre do Teatro de São Carlos em que cantei Liszt perante um público muito exigente e conhecedor.

Devo também mencionar um recital feito em Roma, acompanhado ao piano pelo Maestro Armando Vidal, em que fiz gala de meter no programa, apenas compositores e poetas portugueses.

É-me no entanto difícil responder cabalmente a essa pergunta depois de ter cantado 89 óperas diferentes em muitos teatros do mundo, além de imensos recitais e concertos.

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6 – Participou em algum espectáculo com artistas reconhecidos internacionalmente?

Sim.  Actuei com grandes estrelas internacionais como José Carreras em Coimbra, Chris Merritt, Sumi Jo e Anna Tomova-Sintow em São Carlos e também a artista de cinema Isabelle Yupert que tinha um papel falado na ópera “Joana D’Arc na Fogueira” de Honnegger.

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7 – Há uma ideia geral da precaridade da profissão? Quer comentar?

É bem verdade que se torna muito difícil fazer carreira como cantor lírico português em Portugal. O país está cheio de escolas de música, algumas delas produzindo cantores e outros músicos de alta qualidade. Cá fora, no entanto, a vida é difícil nomeadamente para os cantores. Não existe uma única Companhia de Ópera em Portugal. Antigamente tínhamos uma no S. Carlos e no Porto o C.P.O. (Círculo Portuense de Ópera) agia como segundo polo operístico do país. Ambos estão reduzidíssimos nos seus cometimentos artísticos. Estreei vários papéis no C.P.O. que depois vim a fazer em S. Carlos. No sul do país, a ausência de polos artísticos é muito escassa. Em S. Carlos, um Secretário de Estado de nome Santana Lopes, de visão muito curta, acabou com a Companhia Portuguesa de Ópera deixando no edifício apenas a Orquestra e o Coro. Um teatro lírico sem cantores líricos é como o leite sem lactose ou o vinho sem uvas. Tornámo-nos o único país da Europa a não ter com que encher a única sala de nível mundial que temos. Na altura do fecho da Companhia os cantores residentes ganhavam ao nível dum professor do ensino secundário. Não me digam que isso afetava as divisas do país!… Além disso, um Teatro que se intitula Nacional, deve sair do conforto da sua sala principal e ir ao encontro de outro público igualmente merecedor de ouvir e ver o que de melhor nesse campo se fazia no país.

Os cantores líricos no nosso país não têm sequer o estatuto de pedras de monumentos e não são considerados património artístico de Portugal. É deplorável.

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8 – Em termos económicos compensa ser músico/cantor em Portugal?

Claramente não. Por isso muitos dos nossos valores estão no estrangeiro ou é aconselhável que emigrem.

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9 – Acha que a juventude actual se sente atraída para esta espécie de música?

Acho que sim. Pese embora o esforço que o Estado faz para distrair a juventude deste género. Vejam-se os concursos levados a efeito na televisão estatal para tornar ídolos pessoas que ainda estão a começar e que são depois votadas ao esquecimento pela falta de oferta de oportunidades para prosseguirem o seu sonho. Não se pode brincar com o ser humano desta maneira tão fútil.

Colaboro assiduamente com vários agrupamentos orquestrais e há-os disseminados pelo país e de qualidade muito apreciável, nomeadamente com Bandas Filarmónicas onde estão representadas as diversas camadas da nossa sociedade e noto um entusiasmo particular quando com elas colaboro, recebendo dos elementos, por vezes muito jovens, carinho, curiosidade e até admiração pelo meu trabalho. Nunca vi um canal televisivo – e aqui refiro-me especialmente aos canais do Estado -, que se dê ao incómodo de aparecer nestes eventos e mostrar algo de muito positivo que se faz, especialmente nas camadas jovens, pelo gosto pela música. Chega a ser ofensivo. Dêem-nos menos políticos e mais cultura.

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10 – Os que mais se distinguem ficam por Portugal ou procuram valorizar-se e lutar por melhor estabilidade profissional e financeira no estrangeiro?

Creio que a minha resposta a esta pergunta está implícita nas respostas que dei anteriormente.

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11- Sabemos que faz parte da Orquestra do S. Carlos. Não acha que seria uma boa alternativa ´descentralizar’ as suas actuações, pois, como compreenderá, não é fácil e motivante em termos financeiros para quem vive na província ter acesso a um concerto. Hoje em dia temos, espalhadas pelo país, salas de espectáculos com boas condições acústicas.

Aqui há um erro. Nunca fui músico de orquestra e por isso não pertenço a qualquer orquestra, muito menos à do São Carlos que é a Sinfónica Nacional.

Quanto ao seu papel descentralizador, também já fiz alusão anteriormente. A descentralização que é dever de um Teatro dito  Nacional. Todo o público português tem o direito de ver e ouvir o trabalho artístico que se desenvolve num teatro que financia mediante o pagamento dos seus impostos. Seria até uma oportunidade de revelar novos talentos.

Um Ministério da Cultura que se preze deve preocupar-se em gravar em CD ou qualquer outro suporte, as vozes dos cantores que vão fazendo história em Portugal. Se eu quiser falar aos meus netos de alguns insignes artistas portugueses com que partilhei palco, não tenho meios para o fazer porque, já retirados do tablado, não deixaram os seus dotes artísticos gravados em qualquer suporte. Só o Estado tem Orquestras que possam dignificar aquilo que digo.

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12 – Profissionalmente sente-se realizado ou falta qualquer coisa?

Confesso que já ultrapassei em muito aquilo que eram os meus desígnios como cantor.

Comecei por desejar cantar no S. Carlos – fi-lo durante 40 anos; Almejei fazer aí papéis principais – já fiz 54; quis cantar no estrangeiro – isso já aconteceu em Espanha, França, Itália, Bélgica, Estados Unidos, Canadá, China, África do Sul, Moçambique, Brasil; quis cantar com grandes orquestras – já o fiz com todas as Orquestras portuguesas, com a Filarmónica de Moscovo, a Sinfónica de São Francisco, a Sinfónica de Pequim e de Xangai, a Orquestra do Teatro Comunal de Bolonha, a de Câmara de Pádua e, para mim não menos importante, a Orquestra do Norte quando dirigida pelo Maestro Ferreira Lobo.

As metas foram sendo estabelecidas à medida que a vida avançava. Cheguei a estar convidado para fazer um papel co-primário no Teatro Alla Scala de Milão numa estreia de temporada, na ópera Falstaff de Verdi. Esse sonho não se concretizou porque a dita ópera foi trocada por outra. Ficou-me a honra do convite.

Em suma, tendo-me já demitido do espectáculo Ópera em São Carlos, ficou-me como última e mais importante meta a de me retirar daqui a 3 anos, nessa altura com 80 anos de idade, ficando de mim uma imagem de cantor honesto que deu sempre o melhor de si para agradar ao seu público. Esta era a meta inicial que me propus a mim mesmo quando abracei a carreira profissional. Agora é a meta final.

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13 – Há valores jovens a despertar para esta área musical?

Muitos e dos bons. Espero que Portugal cuide deles pois vão pertencer ao nosso património.

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VÍDEOS DO TENOR CARLOS GUILHERME

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https://www.youtube.com/watch?v=yh2crBNXo7o

Carlos Guilherme & Dulce Pontes – Quando um Coração Chora (1992)

https://www.youtube.com/watch?v=3GPfcMDDcOo

Olhos Negros – Carlos Guilherme

https://www.youtube.com/watch?v=3_9o6_Ph2bA

Concerto Carlos Guilherme

https://www.youtube.com/watch?v=v5nY0ooF1W0

Carlos Guilherme, Casino Estoril, Memória das Canções, para Misericórdia de Cascais

https://www.youtube.com/watch?v=RFY9ivDvIpo

The Prayer – [Voz: Cláudia Sousa & Carlos Guilherme]

https://www.youtube.com/watch?v=xpoe4ybzAQc

Concerto de Natal com Carlos Guilherme Montijo

 

https://www.youtube.com/watch?v=9WnpvNk4JAw

Nabucco – G. Verdi – [Voz: Cláudia Sousa, Carlos Guilherme & Vânia Fernandes]

 

https://www.youtube.com/watch?v=Iw4tBa65exM

Carlos Guilherme e Intempore Clássica

 

https://www.youtube.com/watch?v=5lAfBHJAZo8

Anabela e Carlos Guilherme – A minha quinta sinfonia

 

https://www.youtube.com/watch?v=emZTrDGGFbw

Carlos Guilherme Tenor ( O Sole Mio)

 

https://www.youtube.com/watch?v=b65Mp7WE1bQ

Tenor Carlos Guilherme nas Festas de Carnaxide 2008

 

https://www.youtube.com/watch?v=_rwHB-aK7mE

Carlos Guilherme – Guitarra Toca Baixinho

 

https://www.youtube.com/watch?v=zLw7KRj9Xhk

Carlos Guilherme – O meu alentejo

 

https://www.youtube.com/watch?v=RnnGR2JlNHg

Giestas – Alves Coelho by Carlos Guilherme

 

https://www.youtube.com/watch?v=u7EIcxK59YI

Banda Musical de Arouca com Carlos Guilherme – Nessum Dorma

 

https://www.youtube.com/watch?v=AKbZd-O5r4A

Concerto com Carlos Guilherme e Banda de Música de Antas, em Antas – Esposende

 

https://www.youtube.com/watch?v=1GooENjNgT4

Anabela & Carlos Guilherme – Encontro

 

https://www.youtube.com/watch?v=tsTNCajIAKY

Carlos Guilherme Tenor (Granada )

 

https://www.youtube.com/watch?v=36lp3I3IMEc

Concerto de Natal: Teresa Tapadas, Carlos Guilherme, Pedro Vieira de Almeida

 

https://www.youtube.com/watch?v=bSI1cZTVVJA

2019 Coimbra – Tenor: Carlos Guilherme – Filarmónica União Taveirense

 

https://www.youtube.com/watch?v=fROykMBBOBc

SERENATA – Fado de Coimbra e Canções Napolitanas com Carlos Guilherme

 

https://www.youtube.com/watch?v=ILW6pbIWHwQ

Carlos Guilherme em Azeitão

 

https://www.youtube.com/watch?v=1eVS0jRWXXA

Banda Filarmónica da ACULMA e Carlos Guilherme – Giestas

 

https://www.youtube.com/watch?v=PJK-vswbjZ0

Anabela e Carlos Guilherme – Noites da Madeira

 

https://www.youtube.com/watch?v=a2XrZ_eC-eU

Anabela e Carlos Guilherme – Estrela da tarde

 

https://www.youtube.com/watch?v=CykTM61O1Ew

Se Os Teus Olhos

 

https://www.youtube.com/watch?v=iB3dy0MO7tk

Carlos Guilherme ; Pagliacci ária

 

https://www.youtube.com/watch?v=bJNPAyqffZs

Pomba Branca – Carlos Guilherme & Orquestra de Bandolins da Madeira

 

https://www.youtube.com/watch?v=nU3C3NnPB2I

Anabela & Carlos Guilherme – Aquela janela virada para o mar

 

https://www.youtube.com/watch?v=e139FKQSgvk

Recital de Natal em Arruda dos Vinhos Tenor Carlos Guilherme

 

https://www.youtube.com/watch?v=5I9xfXVcpc0

Anabela e Carlos Guilherme – Flor sem tempo 

 

https://www.youtube.com/watch?v=FrgZPCRt9Go

Carlos guilherme

 

https://www.youtube.com/watch?v=UM_bcyPt9fI

AMOR AMOR AMOR – CARLOS GUILHERME

 

https://www.youtube.com/watch?v=7YSX-Wvqzxc

“CORAL LISA TODI/CARLOS GUILHERME” – PERDIDAMENTE 18-06-2022

 

https://www.youtube.com/watch?v=NoMmDCebJrE

Carlos Guilherme – Amor de amar (Arlindo de Carvalho)

 

https://www.youtube.com/watch?v=ibkBw-RIl1c

El Dia que Me Quieras – Camerata Atlântica & Carlos Guilherme

 

https://www.youtube.com/watch?v=N2G07lN44wQ

Carlos Guilherme interpreta «Regresso» com música de Resende Dias

 

https://www.youtube.com/watch?v=0iGDELHO1gA

CARLOS GUILHERME “O Amor é Cego e Vê” 1990

 

https://www.youtube.com/watch?v=dM1ySVccU0s

CARLOS GUILHERME “Olhos Castanhos” 1990

 

https://www.youtube.com/watch?v=9WnpvNk4JAw

Nabucco – G. Verdi – [Voz: Cláudia Sousa, Carlos Guilherme & Vânia Fernandes]

 

https://www.youtube.com/watch?v=oNbgNpc88T8&list=PLahyN357vGgBUx1EhsKRoiNROnqP5nSZR

Carlos Guilherme – “Maria Leviana”

 https://m.youtube.com/watch?v=yAM0a31s2WY&list=PLahyN357vGgBUx1EhsKRoiNROnqP5nSZR&index=

carlos guilherme_la donna è mobile

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