“Lendas são narrativas transmitidas oralmente com o objetivo de explicar acontecimentos misteriosos ou sobrenaturais. Para isso há uma mistura de fatos reais com imaginários. Misturam a história e a fantasia. As lendas vão sendo contadas ao longo do tempo e modificadas através da imaginação do povo.”
As estórias folclóricas, na maioria, começam assim:
Era uma vez…
Era uma vez uma velha muito gulosa chamada “Ceiuci”: Um dia ela estava pescando, quando viu um rapaz dentro da água. E, por malvadeza, atirou a rede, mas nada pegou, pois ali estava apenas a sombra do moço. Este, ao ver o engano da velha, soltou uma boa gargalhada. E continuou a pescar.
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A velha ficou irritada e disse às abelhas para atacarem o rapaz. Mas este quebrou um galho de uma árvore e, com o mesmo, espantou as abelhas. A velha, então, mandou as tocandiras (*) para ataca-lo. O moço, não podendo defender-se das horríveis formigas, atirou-se no rio. A velha lançou a tarrafa e conseguiu pegá-lo. Em seguida levou-o para casa e foi buscar lenha, no mato, para o fogo. Este, ao ver que estava sozinho, gritou por socorro e foi ouvido pela filha de Ceiuci, que correu para atendê-lo. Ao ver o que estava acontecendo, deparando-se com o moço, ficou com pena dele, e soltou-o. Colocou em seu lugar, na tarafa, um pilão com cera de abelha. E disse para o rapaz:
– Fuja daqui para muito longe … Quando ouvir o cã-cã, esconda-se bem, que é minha mãe que está por perto. Leve estes paneiros. Se não puder esconder-se, atire-os em cima dela.
O moço agradeceu e partiu. A velha voltou com a lenha e acendeu uma fogueira. Quando as labaredas estavam altas, jogou a tarrafa no fogo. Estranhou não ouvir nenhum gemido. E quando sentiu o cheiro de mel, percebeu que o rapaz tinha fugido. E saiu imediatamente em seu rasto.
Cansado de correr, o moço deitou-se debaixo de uma árvore. Nisto ouviu o cã-cã. Levantou-se e passou a fugir novamente. Mas os gritos ficavam, a cada instante, sempre mais próximos. Lembrou, então, dos conselhos da moça, e atirou, para trás, um paneiro que se transformou em um porco-do-mato. A velha devorou o bicho e continuou a perseguir o rapaz. Outros paneiros foram atirados e outros porcos foram comidos pela velha malvada e insaciável.
O rapaz não sabia mais o que fazer. Nesse momento, avistou uns macacos e pediu-lhe que o escondessem de Ceiuci. Os macacos meteram-no dentro de um pote de mel. A velha apareceu. Cheirou, cheirou e sentido apenas o odor do mel, foi-se embora.
O moço continuou a correr pelo mato. Já se julgava livre da velha, quando ouviu, novamente o cã-cã ….
Viu, perto uma grande cobra, e pediu-lhe proteção. A serpente escondeu-o em sua cova. Mas o rapaz escutou a velha dizer para a cobra –
– Deixa a velha passar e vamos come-lo !
O rapaz saltou para fora e pediu auxílio ao cauã. Este com uma forte bicada, matou as cobras.
PUBO rapaz agradeceu a cauã e partiu. Daí por diante, nunca mais ouviu o cã-cã.
Depois de muito caminhar chegou à beira de uma grande lagoa. Consegui atravessá-la, graças ao auxílio de um tuiuiú, que o carregou no bico.
Já era noite ! Cansado da longa viagem, o rapaz deitou-se sob uma árvore e dormiu profundamente. Quando acordou o sol brilhava no céu. Levantou-se e seguiu pela margem do riacho. Pouco depois, viu uma casinha branca, e perto dela, uma velhinha plantando mandioca.
Aproximou-se e cumprimentou a velhinha. Esta deu-lhe algo para comer. Depois o moço contou sua história. Então, a velhinha reconheceu seu filho desaparecido há muitos anos. Saíra muito jovem e estava agora de cabelos brancos. Desse dia em diante, os dois viveram muito tranquilos e felizes.
(*) O termo tocandira é a designação comum das formigas da subfamília dos poneríneos, exclusivamente carnívoras, caracterizadas pelo grande tamanho e pela presença de fortes ferrões. Wikipédia
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Naturalidade Portuguesa
Nacionalidade Brasileira – Ministério da Justiça do Brasil
Cidadão Duquecaxiense – Câmara Municipal Duque de Caxias
Academia Duquecaxiense de Letras e Artes
Associado do Rotary Club Duque de Caxias – Distrito 4571
Coordenador do Banco de Cadeiras de Rodas do RC Duque de Caxias
Membro do Conselho Central da Campanha Nacional de Escolas da Comunidade
Cavaleiro Comendador da Ordem dos Cavaleiros de Santo André
Diretor Proprietário da Distribuidora de Material Escolar Caxias Ltda
3 comentários
Salve, Antonio Joaquim!
Sei , agora, que você possui dupla nacionalidade. Talvez essa condição explique o seu gigantismo cultural: você pode carregar duas pátrias em seu coração.
Eu o parabenizo por sua vitalidade encontrada nos textos produzidos e publicados. Aplaudo o “Minho Digital” por abrigá-lo.
Há mérito nisso!
Saudações Rotarias
Como estas meu amigo.
Excelente conto
Excelente conto, prendendo muito a atenção do leitor. A velha tem fôlego de 7 gatos. Parabéns pela escolha e pela nerrativa.