O Conselho de Ministros consumou, no passado dia 7 de dezembro, a classificação da Paisagem Cultural de Sistelo como Monumento Nacional. Trata-se da primeira paisagem a obter tal reconhecimento em Portugal.
O decreto que classifica os socalcos agrícolas que moldam a paisagem de Sistelo como Monumento Nacional vem no seguimento da anterior distinção como Paisagem Cultural, sem esquecer, noutro âmbito, a eleição de Sistelo, em setembro último, como uma das “7 Maravilhas de Portugal”, na categoria de “Aldeia Rural”.
“A aprovação do decreto que classifica como Monumento Nacional a Paisagem Cultural de Sistelo […] fixa restrições para a proteção e salvaguarda da aldeia de Sistelo e da paisagem envolvente, […] assim como dos imóveis localizados à sua volta”, lê-se no comunicado saído do referido Conselho de Ministros. Além disso, ficou estabelecido um perímetro de cinquenta metros em torno dos limites desta área, passando a mesma a constituir uma zona geral de proteção.
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Recorde-se que o processo de classificação começou em 2015 com a candidatura feita pela Câmara de Arcos de Valdevez e pela Direção Regional de Cultura do Norte à Direção-Geral do Património Cultural (DGPC), que remeteu o dossiê para a Secção do Património Arquitetónico e Arqueológico do Conselho Nacional de Cultura, que o aprovou por unanimidade. De salientar que a proposta que a DGPC fez seguir, formalmente, para o Ministério da Cultura assentou num parecer emitido pela antedita Secção.
PUBA paisagem que acaba de ser elevada a Monumento Nacional, com séculos de ocupação humana, engloba um amplo espaço ambiental e natural (fronteiro ao PNPG) constituído por diverso património etnográfico e histórico, com realce para o conjunto de socalcos de produção agrícola.
Três perguntas a Sérgio Rodrigues, presidente da Junta de Freguesia de Sistelo
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“Mais um passo para a caminhada do desenvolvimento sustentável”
1 – Os socalcos de Sistelo são a primeira paisagem portuguesa com o estatuto de Monumento Nacional. O que é que representa para a freguesia este reconhecimento?
Para nós, que ansiávamos por esta classificação (com um desfecho, talvez, mais célere do que esperávamos), é muito importante. Este reconhecimento vem valorizar o trabalho iniciado há anos e é um marco para Sistelo e para o concelho. É mais um passo para a caminhada do desenvolvimento sustentável.
2. Para além do turismo, que setores podem vir a ser impulsionados com esta classificação inédita?
PUBO futuro passa por aliar o turismo à reinvenção da agricultura e dos setores tradicionais para gerar rendimento e combater o isolamento e o despovoamento. Digamos que o turismo pode alavancar o setor primário (cultivo do feijão…), a restauração e o alojamento. Com esta nova realidade, será reforçada, por consequência, a oferta turística e as infraestruturas em torno da restauração e do alojamento. Há projetos a germinar que vão criar vários postos de trabalho.
3. A ecovia, a classificação dos socalcos como Paisagem Cultural e a eleição como “Maravilha de Portugal” já tinham colocado Sistelo na ribalta. Quantas pessoas visitam a freguesia por semana?
Em média, mesmo em época baixa, há, pelo menos, quinhentas pessoas que visitam Sistelo por semana. Há sempre dois ou três autocarros a cada fim de semana… E o projeto de prolongamento da ecovia até Padrão aumentará a visitação, atraindo ainda mais forasteiros para a sustentabilidade de Sistelo.