A PÁSCOA
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Maior que o Natal pra cristandade
A Páscoa é o evento essencial;
Cristo ressuscitou já divindade
E foi juntar-se ao Pai primordial.
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Depois da morte a vida se refez
Daquele que por amor se imolou
Vítima de traições e sordidez
Em holocausto o sangue derramou.
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Cinquenta dias dura a celebração
Até se encerrar em “Pentecostes”
Em festa com andor e procissão.
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PUBÉ então tempo do Espírito Santo
Derramar sobre nós as Suas graças
E delas todos nós carecemos tanto.
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A Páscoa
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Meus Amigos,
Estamos na Páscoa. É, portanto, tempo de nós, os cristãos, celebrarmos o evento maior do calendário da nossa religião; a Ressurreição de Cristo; a vitória da vida sobre a morte. Um acontecimento ainda de maior importância e significado que o Natal.
No poema aqui inserido, está sinteticamente explicitado e evento e os preceitos religiosos que o caracterizam. Mas é de outra ressurreição milagrosa que hoje vos venho falar. De outra vitória; a da vida sobre a morte, aquela que é hoje possível, graças à evolução da ciência médica, mais precisamente dos transplantes de órgãos humanos.
Deus, na sua infinita misericórdia, dotou o homem de inteligência para lhe fosse possível evoluir como ser superior e potenciar a melhoria da vida humana sobre a terra. Foi, inequivocamente, essa a intenção do Criador. E, por isso, assiste-se hoje a autênticos milagres no campo da medicina e da cirurgia e outros nos vão maravilhar no futuro e encher de mais esperança. Falo de regeneração de células, de códigos genéticos e tantas outros avanços, sobretudo no âmbito da bio-genética.
Pena que alguns homens não tenham intuído toda a nobreza da intenção divina e tenham aviltado essa intenção, a ponto de fazer perigar toda a existência de vida no planeta. Mas isso são contas de outro rosário, não deste que me motivou a falar-vos nesta data.
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Cultura da vida e da solidariedade
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Da lógica da fé cristã, a doação de órgãos inscreve-se no âmbito dos actos cujo sentido mais profundo é o de afirmar uma cultura da vida através da solidariedade.
Órgãos vitais que se degradariam num corpo irremediavelmente perdido para a vida são ofertados e transferidos para salvar vidas periclitantes e reabilitar saúde e alegria de viver a outros seres humanos. Está-se assim em presença de uma corrente solidária apoiada na ciência.
Doar um órgão, vital (ou não), não é simplesmente dar “alguma coisa”; é dar algo de si. E esta é a expressão maior do amor, ainda que involuntariamente assumida, quando o decisor não pode ser o próprio.
E perguntamo-nos; porque seria estranho doar e receber órgãos? – Nas palavras do Apóstolo Paulo; “somos membros uns dos outros, constituímos um único Corpo, cuja cabeça é o próprio Cristo”.
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A mística da regeneração do corpo humano
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No estrito sentido do termo, a ressurreição consiste no retorno da alma ao corpo, após a morte. Não é disso que se trata, uma vez que um transplantado não chegou, de fato, a abandonar a vida, senão que a viu muito difícil ou quase impossível de ser prolongada sem que essa prática clinica fosse uma realidade.
O corpo humano é a via para que o espírito interaja com o mundo material. Com a morte, esta “máquina” que somos, embora de concepção divina, desagrega-se, tornando-se inútil ao “ser”, que até então a animava.
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Já a técnica adquirida e praticada, com êxito, na realização de transplantes de orgãos doentes foi-nos concedida como um dom e, portanto, pode ser vista à luz mística da regeneração do corpo humano, ampliando-lhe a vida e furtando-o assim a uma precoce morte anunciada.
E esta capacidade da ciência médica deve ser também assumida como uma vitória da vida sobre a morte, do bem e do amor sobre tudo o mais.
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A todos vós, meus leitores e Amigos; os meus votos de uma Santa e Feliz Páscoa.