Populismos

António Fernandes

Chefe de Serviços em Multinacional de Telecomunicações

A prática continuada de descontextualização Histórica para dar ênfase ao que se diz também é uma prática populista.

GOSTA DESTE CONTEÚDO?

Ou, simplesmente, é ser-se populista!

Como acontece com os diversos analistas; comentadores; uma grande maioria dos jornalistas; e outros; que procuram a sua “janela de oportunidade” para conseguirem o protagonismo necessário que lhes seja útil para a concretização dos seus objetivos.

Acontece que essa prática continuada acaba por ser fastidiosa e por isso geradora de “anticorpos sociais” tendencialmente próximos da “vítima” visada transformando essa em em algo com necessidade de defesa. Coisa a que as gentes são atreitas por simpatia ocasional reativa que resulta em simpatia interativa e, afetiva.

Veja-se a conclusão generalizada na análise do resultado eleitoral da eleição Presidencial onde a abstenção de quase dois terços dos eleitores passou ao lado daquilo que aconteceu no Alentejo omitindo os opinantes o resto do País.

Esquecendo – se, os opinantes, que…

O Alentejo comunista era o Alentejo dos trabalhadores à jorna.

O Alentejo profundo que passava fome.

O Alentejo dos latifundiários com residência na linha de Cascais.

Meio século depois esse Alentejo deu lugar a um outro Alentejo com melhor qualidade de vida e uma classe média pujante.

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As searas deram lugar ao Olival.

As herdades mudaram de dono.

A reforma agrária foi estrangulada no tempo.

Ou seja; as populações Alentejanas já não são as mesmas.

A cultura local já não é a mesma.

Os interesses coletivos já não são os mesmos.

Com a atual crise social os serviços em geral são os que mais sofrem sendo que são os que mais geram emprego o que quer dizer que com a pandemia estão paralisados e por isso a gerar desempregados.

Uma conjuntura de desespero onde as promessas populistas encontram adeptos com muita facilidade tal e qual o futebol arrasta multidões quando apresenta vitórias.

Importa por isso olhar o País à luz da sua realidade social atual sem julgar as populações que sofrem tão só porque alguns  mataram o espírito de Abril ao longo de meio século de democracia.

Assim sendo, o fascismo poderá estar de volta.

O que também acontece na Europa e no mundo perante a incapacidade das democracias em formar líderes políticos identificados com os povos que os elegeram…

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