As Primárias são um logro! (Parte 2)

António Fernandes

Chefe de Serviços em Multinacional de Telecomunicações

 

Ainda é, dos diversos Estatutos partidários, a eleição dos seus dirigentes políticos Distritais e Concelhios, assim como de toda a hierarquia operacional nos diversos setores da sociedade de forma a expandir a sua vocação e princípios de orientação política, ser efetuada através de ato simples: eleição direta para cargo.

Eleição onde só votam os militantes desse partido que constam no Caderno Eleitoral e que, por isso, tem a sua condição de militante em situação regularizada.

No entanto já se ouvem vozes concertadas defendendo “Primárias” para a eleição Distrital e Concelhia.

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Importa por isso repensar todo o trabalho que há que fazer no sentido da defesa da organização politica partidária que cresce ou decresce em sintonia com o  descontentamento popular uma vez que a estabilidade financeira quotidiana destes últimos  influi com clareza na sua afluência às urnas ou de distanciamento dessa sua responsabilidade civil dando um sinal inequívoco de aval ao prosseguimento das politicas que lhes garante essa sua estabilidade ou então, de desinteresse e de desresponsabilização social ostracizando o agente político partidário e o desempenho dos partidos políticos na organização do Estado e de interação na articulação do todo nacional de avanço e desenvolvimento contínuos das sociedades organizadas.

Importa também repensar toda a estratégia do posicionamento político anterior no domínio do tempo necessário para que uma campanha eleitoral surta o efeito que se pretende e os agentes envolvidos dignifiquem o cargo cumprindo o que prometeram.

Importa também sensibilizar as Direções nacionais dos partidos políticos para o facto de que, os problemas internos com que se debatem, resultado do somatório dos problemas derivados de questiúnculas locais para as quais o âmbito local – por dimensão de influencia nacional – deve abordar e assumir liderança sobre essas questiúnculas no meio que lhe deu origem de forma clara para que não restem duvidas ou nebulosidades que prejudicam a imagem da organização ao nível de todos os cidadãos do território nacional assim como as consequências derivadas implícitas.

Importa por isso, sobremaneira, virar os partidos do avesso dando mostra de que os problemas se resolvem das bases para a cúpula e nunca o contrário mesmo sendo certo de que o ónus da responsabilidade política subjacente recai sempre sobre a organização no seu todo mesmo nos casos em que são conhecidos os atores, em ocorrência local ou de Governação, por infração de regras deontológicas de ética política e de comportamento social de abrangência criminal ou outro.

Porque esta conduta é a primeira responsável pelo afastamento dos eleitores dos partidos políticos e, se pensam que a solução para este problema endémico do sistema político partidário é a eleição dos seu dirigentes através de eleições primárias estão enganados. Não só não o minimizam como o aumentam.

A eleição “Primárias” tira a legitimidade representativa ao universo da organização partidária instalando o desinteresse e desresponsabilização político partidária dos seus militantes e por arrastamento, dos cidadãos eleitores.

Ou seja: a movimentação organizada de cidadãos em defesa dos seus legítimos interesses desfalece e, a consciência de que serão as únicas vítimas morre no desnorte do discernimento.

Porquê?

– Porque quando os partidos políticos perderem a sua identidade ideológica, o que vem acontecendo, perdem a sua base de apoio que são os seus militantes unidos na comunhão identitária desse primado ideológico; perdem também o crédito popular e, em última instância, a sua razão social de existência, dilui-se… deixa de fazer qualquer sentido.

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