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Professor de Ponte de Lima continua a dormir em carrinha em luta por melhores condições para a classe docente

Rui Garcia, tem presentemente 57 anos e continua contratado, auferindo rendimentos relativos ao primeiro escalão remuneratório da carreira docente (aproximadamente 1.200 euros mensais).

É professor desde 1986, iniciando a sua carreira muito jovem, sem habilitação própria. Ainda no secundário, foi aluno da área de desporto e seguiu a sua paixão, tendo, já casado e com 2 filhos a cargo, frequentado e concluído o curso para lecionar a disciplina de Educação Física, na ESE de Viana do Castelo.

Nascido em Angola, já casado, radicou a sua residência em Ponte de Lima, onde lecionou vários anos. O seu percurso como professor não foi linear, pois em alguns períodos, devido à precariedade e  instabilidade da sua profissão, optou por outras vertentes profissionais. Decidiu lecionar no 1º Ciclo do Ensino Básico, por não conseguir colocação no seu grupo de docência, mantendo sempre a expetativa de voltar um dia a lecionar a disciplina para a qual se sente mais vocacionado. Regressou ao seu grupo de docência no presente ano letivo, arriscando, para isso, ficar deslocado. Ficou colocado a 450 km de casa, em Elvas, tendo aceite a vaga na esperança de que o governo cumprisse o que tem vindo a prometer aos professores deslocados, ou seja, a atribuição de apoios ao arrendamento durante o período em que se encontrem deslocados dos seus locais de residência. Procedeu a todos os tramites legais  exigidos, para poder beneficiar do referido apoio, enquanto estiver deslocado, já que entende que não deve pagar para trabalhar. Subtraindo o valor das despesas de habitação, aproximadamente 500 euros (com água, luz, aquecimento e internet incluídos) restar-lhe-iam 700 euros para fazer face às suas despesas mensais. Entende que, nas atuais contingências de vida, estas são condições infra-humanas e pouco dignas para uma  profissional qualificado, particularmente para quem, como ele, se encontra deslocado.

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Decidiu viver na sua carrinha, tendo assumido esta situação como um processo de luta contra a precariedade da carreira docente, em especial para os professores que se encontram deslocados. Tem participado ativamente nas diversas ações de luta a nível nacional, contra a precariedade dos profissionais da educação, que ainda se encontram contratados, como é o seu caso, lutando pela melhoria das condições laborais dos mesmos e, no geral, da Escola Pública, alertando, de forma particular, para a necessidade de se criarem incentivos, sob a forma de suplementos remuneratórios ou outros, para todos os que se vêem forçados a  concorrer para fora das suas zonas de residência.

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Por diversas vezes foi entrevistado pela imprensa nacional, na TV e rádios, fazendo questão de realçar os problemas existentes no setor educativo, propondo, também, algumas medidas para solucionar estes problemas, em linha com as propostas de alguns grupos de docentes, constituídos para lutar contra a precariedade crescente do setor educativo e da Escola Pública, que atualmente enfrenta a maior crise, em termos de falta de recursos e condições, de que há memória.

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Percalços com Pedro Nuno Santos durante a campanha eleitoral

O Professor Rui Garcia, que optou por dormir numa carrinha como forma de protesto contra a precariedade na Educação, sobretudo relativamente aos professores deslocados, foi novamente notícia nacional. Durante a campanha eleitoral, esta semana, numa arruada liderada por Pedro Nuno Santos, o Professor Rui Garcia tentou falar com o político, buscando um diálogo sobre as questões que afetam a Educação. No entanto, a tentativa foi frustrada, pois foi rudemente afastado pelos seguranças do evento, gerando indignação entre muitos profissionais da educação e na população em geral. 

O incidente ressalta a aparente falta de disposição do candidato Pedro Nuno Santos em dialogar com a população e abordar os problemas da Educação e os problemas em geral. A recusa ao diálogo é apontada como um exemplo negativo por parte de alguém que aspira ser Primeiro-ministro, destacando a importância do envolvimento direto com a comunidade para resolver questões relevantes. Este episódio tem suscitado críticas e levantado alguns debates sobre a abordagem de Pedro Nuno Santos relativamente aos desafios educativos e à situação crítica que a Educação atravessa atualmente.

Põe-se a questão: É desta forma que Pedro Nuno Santos quer governar Portugal, afastando quem quer dialogar e evitando os problemas, com uma postura, aparentemente, anti-diálogo e pouco democrática? Mau exemplo e fraco prenúncio.

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