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Saiba como serão os 100 primeiros dias do Perseverance em Marte

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O rover Perseverance pousou na cratera Jezero, em Marte, às 17h55 (horário de Portugal) na quinta-feira do dia 18 de fevereiro.

O objectivo é esclarecer ainda mais o que se sabe sobre o planeta, com explorações mais precisas.

A missão irá envolver coletas e análises de solo, além de material visual para a compreensão do planeta.

 

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Mas a aterragem é apenas a primeira parte de um longo cronograma de exploração.

 

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Uma vez na superfície de Marte, o rover terá uma longa lista de tarefas a cumprir, de testes iniciais de todos os seus sistemas às primeiras missões científicas.

 

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Assim que pousar, o Perseverance irá disparar dispositivos pirotécnicos para ejectar as tampas que protegem as lentes de suas 23 câmaras e fotografar o local onde pousou usando as objectivas, frontal e traseira. As imagens serão enviadas para a Terra através dos satélites Mars Odyssey, que orbita o planeta desde 2001, e Trace Gas Orbiter (TGO), que chegou em 2016.

 

Segundo Jennifer Trosper, vice-gerente de projeto para a missão no Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da Nasa na Califórnia, depois disso o rover irá ‘tirar uma soneca’ até o dia seguinte para recarregar suas baterias.

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Ao longo dos dias seguintes, a equipe na Terra irá “determinar as funções base do veículo, como energia, aquecimento e comunicações. Se qualquer uma destas funções não estiver funcionando, o veículo pode ser colocado em risco muito rapidamente”, afirma Trosper.

 

O Perseverance também irá observar a posição do Sol no céu para determinar onde está a Terra e estabelecer comunicação direta, e depois fazer a checagem de outros instrumentos e sistemas. Tudo isso enquanto envia para nós mais fotos de seus arredores.

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Todo este processo deve levar cinco dias. Nos cinco dias seguintes o rover fará a transição do software usado no pouso para o que será usado para operar na superfície de Marte. Ele também irá testar o braço robótico que será usado para coletar amostras e dar seus primeiros ‘passos’ para testar suas seis rodas.

 

Dentro do Perseverance está o Ingenuity , um pequeno helicóptero com quatro rotores que tentará realizar o primeiro voo nos céus de outro planeta, numa demonstração tecnológica que poderá abrir o caminho para o uso de drones para reconhecimento de terreno em futuras missões humanas.

 

O voo do Ingenuity exigirá que a equipa encontre um local plano para a decolagem, a até 1 quilômetro do local onde o rover pousou. Com o local determinado, o Perseverance irá até lá e descarregará o Ingenuity, que está armazenado na sua ‘barriga’. O helicóptero será cuidadosamente baixado ao solo e receberá uma última carga de energia antes de ser desconectado do rover.

 

Segundo Joshua Ravich, diretor de engenharia mecânica do drone no JPL, embora o processo de ‘desembarque’ leve apenas alguns minutos, a equipa responsável irá proceder com “extrema cautela”, tirando múltiplas fotos de cada passo, o que fará com que toda a operação dure “cerca de uma semana”.

 

A partir daí a equipa responsável pelo Ingenuity terá 30 dias para realizar até cinco voos, cada um durando 90 segundos. Os primeiros serão curtos e em baixa altitude, mas ele gradualmente irá voar mais longe e mais alto. Ravich afirma que “o quinto voo pode ser algo tão complexo quanto decolar, voar uma certa distância, escolher de forma autónoma um local de pouso e pousar lá”.

 

Será possível realizar apenas um voo por dia, e o helicóptero usará painéis solares para recarregar suas baterias entre os voos. O Perseverance estará observando tudo, fazendo fotos e talvez vídeos de cada tentativa.

  

Há uma flexibilidade no cronograma para todas estas atividades, e elas podem terminar no 60º dia ou durar até o 100º, no máximo. A partir daí a primeira fase da missão do Perseverance se encerra e seu controle será passado para a equipe científica, que já terá escolhido um local para iniciar a exploração.

 

“Dependendo de onde pousarmos, teremos um menu de locais para escolher”, diz Katie Stack Morgan, vice-cientista do projeto Perseverance. “O que eu espero estar fazendo será planejar uma investigação científica do fundo da cratera antes de nossa investigação do delta do rio, porque a cratera pode ter rocha vulcânica, que é ótima para obter datas absolutas”, algo que serviria como uma base para a datação de futuras amostras coletadas pelo rover.

A Nasa acredita que há bilhões de anos a cratera Jezero era um lago onde desembocava um rio, como mostrado na ilustração acima. Imagem: Nasa/JPL-Caltech

 

Nos dias seguintes o Perseverance irá coletar as primeiras amostras do solo marciano, armazenando-as em tubos metálicos do tamanho de um charuto que poderão ser coletados por missões futuras e trazidos à Terra. Instrumentos como o Moxie, que irá gerar oxigênio a partir do dióxido de carbono na atmosfera, Meda, que irá analisar a dinâmica climática, e Rimfax, que irá procurar água congelada no subsolo, estarão prontos para entrar em operação.

 

A partir daí, começa a missão mais importante: a busca por evidências de que Marte, no passado, já abrigou formas de vida. O que será que o Perseverance irá encontrar?

 

Fonte: Scientic American

Fonte: undefined – iG @ https://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/2021-02-18/saiba-como-serao-os-100-primeiros-dias-do-perseverance-em-marte.html

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