Uns têm a fama, outros o proveito

O líder do maior partido da oposição abanou o governo de Costa com a proposta razoável e exequível, no sentido de baixar os impostos em sede de IRS, de imediato, em € 1.200 milhões de euros.

Foi algo que criou desconforto no governo e no PS, mas que agradou, sobretudo, aqueles que se esfalfam a trabalhar para, apenas, pagar impostos e empobrecerem ano após ano.

Nunca pagamos tantos impostos como agora. E vai piorar muito.

Se olharmos oito anos para traz verificamos que o Orçamento de Estado para o ano de 2015, quando ainda havia vestígios da troica, previa uma despesa de € 63. 167 milhões de euros, cerca de 35% do PIB.

Este mês, o governo apresentou o Orçamento de Estado, (OE) para 2024, em que criou a ilusão de esmagar a proposta do que foi apresentado pelo líder da oposição. Mas tal não é verdade em nada.

Em primeiro lugar vejamos as comparações em oito anos.

GOSTA DESTE CONTEÚDO?

Este OE prevê uma despesa de € 124.334 milhões de euros, ou seja:45% do PIB. Quase que duplicou a despesa (inútil) sem que se veja investimento em infraestruturas, ensino, saúde, justiça, ou apoio ao sector exportador, motor da economia, que tanto precisa, agora que está a arrefecer. .

Mais uma vez, o governo criou a ilusão de que vai baixar impostos. Até pode parecer verdade, à primeira vista. Mas há sempre um mas e este mas tem a ver, por exemplo, com o fim do IVA zero e o aumento dos impostos indirectos o que vai anular a descida do IRS e continuar a aumentar os impostos na sua globalidade.

E o que dizer especificamente do Imposto Único de Circulação, ou o selo do automóvel, o (IUC), imposto, que já não existe em alguns países mas que, com este OE a carga fiscal imposta prevista é de um aumento de 200% ou 300% ou mais. Esmaga todos, mas de uma forma especial, aqueles que tendo um carrito de € 500 euros, suficiente para suprir as suas necessidades, e sem possibilidade de comprar um carro novo, serão cilindrados em nome do ambiente. Que costas largas tem o ambiente.

Nestes oito anos de desgovernação socialista,  António Costa,  foi sacudindo o discurso do empobrecimento, tentou descolar de algo feito com a sua participação( anos da troica)  enquanto ministro de Sócrates,  e começou a sublinhar, até à exaustão, chavões como os da redistribuição, o das contas certas, o da reversão de contratos, nacionalização da TAP, etc, ao mesmo tempo que congelava o investimento publico, ultrapassando, pela negativa,  os investimentos públicos, nos tempos da troica, com as famosas de cativações do ex-ministro, Mário Centeno, o tal   Ronaldo das Finanças mas os impostos foram subindo.

E uma mentira repetida até à exaustão, durante oito anos, às tantas, passa a ser verdade.

Quis dar a entender que, com ele, os portugueses passariam a viver na terra do leite e do mel, como se a vinda da troica não fosse chamada pelos socialistas, com o país em pré-falência, e paga com o sacrifício dos portugueses do costume, não todos.

Só que, com Costa, os impostos bateram todos os recordes.

Sejamos honestos. Assim, mesmo gerando despesa inútil, qualquer um de nós é um excelente gestor, ou ministro das Finanças, e tem sempre um superavit ao fim do ano. Basta, neste caso, o primeiro-ministro, dar ordem ao ministro das Finanças para fechar a torneira aos ministérios e fazer do OE letra morta.

É a governança de um homem só, e o criado, Medina, claro.

PUB

Durante estes oito anos, Costa, foi alimentado a clientela pública, distribuindo benesses pelos de sempre, por uma franja que jamais pagou impostos, mas que votam. Uma espécie de chavismo à portuguesa. Ora em eleições a decisão em votar em alguém que promete cortar esses subsídios e o mesmo que lhos deu e até lhos promete aumentar, a opção é bem clara.

Neste orçamento prometeu baixar o PIB para os 98,9%, nível que já devia ser sido alcançado há anos, se não houvesse tanta despesa inútil, e hoje a meta seria bem melhor. Mais uma vez não lhe reconheço nenhum mérito.

Vejamos.

  • As exportações que agora começam a abrandar, mas que durante anos foram decisivas para as contas do Estado e do emprego, e que precisavam de ajuda, neste OE não tem nenhuma ajuda;
  • O desinvestimento público em todos os sectores incluindo o calamitoso Serviço Nacional de Saúde.3– O brutal aumento da carga fiscal, sempre bem dissimulado. 4- A inflação que por essa via, o Estado encheu os cofres e continua. Tudo isso, contribuiu para o excedente orçamental que se tem verificado, e não por alguma medida ou decisão ou mérito do Estado.

Desta forma, até o derrotado Medina é um figurão.

Pois é, uns têm a fama, outros o proveito!

* O autor não segue o acordo ortográfico de 1990

  Partilhar este artigo

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *