A elite feminina resultante da sua autoridade

Como acontece todos os anos, também neste dia 8 de março se invoca o dia da mulher e se enaltecem os mais rasgados elogios, levando a crer que a mulher vive num mundo de rosas e felicidade!

Neste momento em que me debruço sobre este tema, quantas mulheres não estarão a ser vítimas de violência doméstica sob as mais diversas formas?

Tem-se conhecimento que os agressores em Portugal, em 2019, mataram 33 mulheres, algumas das quais sob os mais cruéis processos, porque não é só a violência física, mas também a psicológica, a violação sexual e até a humilhação pública, são sempre formas de eliminar, a curto ou médio prazo, uma mulher. Assim, o crime de violência doméstica, em 2020 ceifou a vida de 27 mulheres; em 2021, foram assassinadas 26; no ano de 2022 perderam a vida 24; em 2023 ocorreu a morte de 17 mulheres.

Entretanto, sabe-se que em muitos casos os agressores nem sequer são condenados, outros aplicam-lhes o famoso “termo de Identidade e Residência” e outros há que nada lhes acontece de mal e ainda ficam em casa, porque a mulher tem de fugir para casa de familiares ou casa abrigo.

Tais indivíduos, ignoram, contudo, que hoje, terceira década do século XXI, a mulher está cada vez mais a revelar-se mais importante que a maioria dos homens e, não restam quaisquer dúvidas que o mundo não pode prescindir delas, porque é a partir das mulheres que se tornará possível habitarmos um planeta mais seguro, mais harmonioso e com valores mais consentâneos com a nossa civilização humanista.

Com efeito: «O futuro do mundo passa, igualmente, pelas mulheres e pelos homens. Ninguém poderá afirmar, com rigor científico, qual dos géneros vai ter mais influência e/ou importância, sabendo-se, contudo, que ambos vão ser decisivos para o bem ou para o mal. As instituições públicas e privadas ao não praticarem a discriminação sexista só terão a ganhar, como de resto já afirmaria ROMÃO, (2000:32): «Ao difundir que a sua empresa pratica uma política de igualdade estará a aumentar as possibilidades de atrair uma gama mais vasta de candidatos/as qualificados/as e de conservar o seu pessoal. Tornar-se-á também mais competitiva, porque reduzirá os custos de recrutamento e formação inerentes a uma grande rotação de pessoal.”» (BÁRTOLO, 2010, in: http://igualdadegenero2010.blogspot.pt/ em 04.03.2020.

GOSTA DESTE CONTEÚDO?

Hoje, primeiro quarto do século XXI, a Mulher não se circunscreve, apenas, ao mundo, com todas as suas faculdades e exuberância, em todo o seu esplendor e sedução, cada vez mais acentuados. Podemos considerar, a partir de agora, que a Mulher pertence, efetivamente a uma elite, no sentido em que: «Uma elite é constituída por pessoas que pelo seu valor, pelo seu trabalho, pela sua inteligência, se notabilizam e se diferenciam das restantes. Têm uma autoridade, não um poder.» (BALDAQUE, in: CANHA, 2010:214).

 

Bibliografia:

BÁRTOLO, Diamantino Lourenço Rodrigues de, (2010). Liderança Feminina Empresarial, in: http://igualdadegenero2010.blogspot.pt/ 04.03.2020).

CANHA Isabel, (2010). As Mulheres Normais Têm Qualquer Coisa de Excecional, histórias inspiradas de vidas extraordinárias, Lisboa: Bertrand Editora

ROMÃO, Isabel, (2000). A Igualdade de Oportunidades nas Empresas. Gerir para a Competitividade. Gerir para o Futuro. Lisboa: Comissão para a Igualdade e para os Direitos das Mulheres – Presidência do Conselho de Ministros. Coleção Bem-estar, Nº 1

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