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Viagem musical pelo Vodafone Paredes de Coura 2023

Após duas atribuladas viagens até Paredes de Coura e chegado à entrada do recinto, todas as preocupações e stresses ficaram para trás, e o ambiente de Coura entrou logo animado com a música de Samuel Uria nas Vodafone music session, depois veio a abertura de portas com os Evols no palco secundário e Calibro 35.

A abrir o palco principal, estiveram os Dry Cleaning, antes dos esperados YO LA TENGO. Snail Mail aqueceu o recinto com um som fresco, os maiores fãs dos norte-americanos YO LA TENGO iam-se juntando à espera que o fantástico som psicadélico invadisse o festival, a banda agarrou no público desde o início comovendo alguns, o concerto foi uma mistura de emoções e viagens psicadélicas. No palco secundário e entre concertos no palco principal tocaram os Julie, mas rapidamente o palco principal voltou a encher para ver os poderosos Farnk Carter & the Rattlesnakes, que deram um concerto enérgico bombardeando o público com o seu punk.

Farnk Carter logo de início meteu-se no meio do público levando o mesmo ao rubro. SQUID no palco secundário não deixou o público descansar com o seu rock experimental. Ja Jessie Ware pôs o público no principal a dançar, este mesmo desgastado não arredou pé para o fecho do palco principal com BICEP, que agarraram num público ainda a mexer pelo concerto anterior e não lhes deram descanso com os sons techno e house de Detroit, o duo britânico deixou tudo quentinho para o after com os Special Interest e o veterano Nuno Lopes assim fechou mais um dia no habitat natural da música.

O segundo dia de festival começou tímido e calmo, como o tempo que se fazia sentir em Paredes de Coura. Calmo mas intenso, A Garota Não abriu o recinto com um concerto tão emotivo quanto intimista. De seguida Tim Bernardes contagiou o público que se foi acumulando no palco principal, com um som fresco muito na onda da bossa nova, Tim de violão na mão emocionou o público tocando-lhes o coração. Avalon Emerson & The Charm teve a tarefa de pôr o público a mexer aumentando um pouco a energia no festival. Logo de seguir e já no palco principal, o psicadelismo dos The Brian Jonestown Massacre pôs o público em trance viajando pelos sons psicadélicos de guitarradas intensas e atmosfera pesada. Os californianos Sudan Archive tiveram o público na mão fazendo dele o que queriam ao som do seu electro e R&B com melodias de violino e ritmos intensos, deixando-o muito perto de explodir, conseguindo contudo mudar a vibe evitando a explosão. Os aguardados norte americanos The Walkmen não dececionaram dando um concerto calmo como a maioria do dia, já os canadianos Desire puxaram pelo público com a sua música electrónica. Mas quem nesta noite fez a diferença e pôs todos aos saltos a cantarem foi a surpresa do dia Loyle Carner, que ao som do hip hop agarrou no público e fez o que quis dele; o recinto estranhamente ganhou outra energia que até então ainda não tinha sido vista no segundo dia.

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O público não arredou pé do palco principal até ao cabeça de cartaz Fever Ray, esta agarrou o público quente de Loyle Carner e fê-lo viajar pelo seu característico som inconfundível e hipnotizante; o concerto não foi apenas um momento musical mas também teatral e repleto de energia. Joe Unknown agarrou um público ainda em êxtase sem deixar arrefecer ao estilo de punk MC com ritmos hip hop, drum&bass e electrónica, este foi animando a noite com a sua poesia. Para fechar o dia, houve ainda uma boa sessão de techno, house e EDM com Sofia Kourtesis,e assim terminou mais um dia no habitat natural da música.

Chegando ao 3º dia, a música começou com os portugueses Chinaskee, que no ano passado atearam nas Vodafone music session. Já no palco principal, abriu com Kokoroko a banda britânica ao som do seu jazz e afrobeat com ritmos do caribe que fizeram com que o público não arredasse o pé mesmo com o início da chuva. No fim do concerto, a maioria do público já tinha vestido as gabardines preparando-se para a chuva. Com o fim do concerto, o público dirigiu-se para o palco secundário, este mais abrigado, para ouvirem os lisboetas Expresso Transatlântico, que com o seu rock progressivo aqueceu o público neste dia frio.

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Domi & JD Beck tocaram a seguir, o duo invadiu o recinto com o seu jazz  experimental com influencias hip-hop e fusion criaram uma atmosfera única e imersiva. Seguiram se Thus Loves com o seu post-punkpop que não deixaram os festivaleiros arrefecerem nesta numa noite um pouco chuvosa, Yung Lean o rapper sueco chegou ao palco e rebentou com a plateia com bass lines poderosas notava que a plateia conhecia bem as musicas que passaram o concerto a cantar, o rapper diz que adorou Portugal para a sua primeira experiência. A surpresa do dia foram os Maquina, a banda portuguesa que veio substituir The Last Dinner. Fizeram as delícias do público, que passou o concerto a fazer moche ao som do seu pós-punk, noise, shoegaze, psychedelia e música avant-gard, este concerto cheio de power deixou tudo quente para os Black Midi. Estes não fizerem por mesmo, e puxaram o público fustigado pela chuva, mas mesmo assim ninguém arredou pé, e ficou até ao fim do concerto. A chuva tal era, e a energia que a banda os fazia sentir, que Littele Simz, mesmo com a chuva a cair de forma intensa, deu um espetáculo de hip-hop que os mais resistentes não levantaram pé e aguentaram até ao fim apesar da chuva que caía durante o concerto, talvez o concerto com mais chuva esta edição de Paredes de Coura.

Para os mais resilientes ainda houve MADMADMAD  no palco secundário, e Kenny Beats terminou o dia de festival no palco secundário em que os poucos resistentes ficaram até ao fim.

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O último dia começou como acabou o anterior. A chuva abrandou apenas para o início dos concertos, a corrida pela vida às capas de chuva marcaram a manhã, as galochas voltaram a aparecer em Paredes de Coura… mas quando o post-rock dos Índignu começou a ser sentido, tudo melhorou, a chuva abrandou e quase desapareceu. Os Lee Fields aos 73 anos abriu o palco principal com o soul e blues, o público aderiu ao som e não parava de bater palmas ao ritmo da música. Os YIN YIN deram um concerto fresco, o rapper britânico Sleaford Mods subiu ao palco principal para pôr tudo a mexer e deu um concerto sempre a abrir cheio de mensagem, o som era uma espécie de punk-rap com batidas poderosas e aceleradas.

No palco secundário seguiram-se os Crack Cloud que mantiveram o público aceso, mas a maioria aguardava pelos muitos esperados Explosions in the Sky, o público viajou ao som das suas melodias espaciais características da banda de post-rock. Os festivaleiros aproveitaram o interregno entre concertos para jantar, voltando para o palco principal para ouvirem os WILCO, mas o concerto mais maluco do festival iria acontecer logo de seguida no palco secundário com os Lee Savy Fav em que o vocalista andou pelo meio do público cantando, bebendo, e cuspindo caipirinha como se estivesse a cuspir fogo. No fim do concerto, todo o público se deslocou para o palco principal para ver a aguardada Lorde, esta começou com uma das músicas mais conhecidas e o público aderiu logo passando grande parte do concerto a cantarem com a artista, foi algo bonito de se ver mas principalmente de se ouvir, um coro que acompanhou a artista quase em todas as músicas, neste dia claramente o recinto esteve mais cheio que nos outros dias tornando o ambiente ainda mais caloroso.

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Ainda houve tempo para a organização, como é habitual, lançar balões, confetis e anunciar as datas do próximo Paredes de Coura, que decorrerá de 14 a 17 de agosto de 2024. Mas o festival ainda não tinha acabado e ao som de Ascendant Vierge que com o seu Hardcore melódico incendiou o público que dançou até não poder mais; os mais valentes ainda ficaram para Antal, que ao som do disco pôs fim ao festival no recinto, e depois o after continuou na praia. Alguns foram do recinto para lá, outros que já tinham acordado, também foram bater um pé de despedida, e assim terminou a 30ª edição do Vodafone Paredes de Coura.

 

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