A abrir o palco principal, estiveram os Dry Cleaning, antes dos esperados YO LA TENGO. Snail Mail aqueceu o recinto com um som fresco, os maiores fãs dos norte-americanos YO LA TENGO iam-se juntando à espera que o fantástico som psicadélico invadisse o festival, a banda agarrou no público desde o início comovendo alguns, o concerto foi uma mistura de emoções e viagens psicadélicas. No palco secundário e entre concertos no palco principal tocaram os Julie, mas rapidamente o palco principal voltou a encher para ver os poderosos Farnk Carter & the Rattlesnakes, que deram um concerto enérgico bombardeando o público com o seu punk.
Farnk Carter logo de início meteu-se no meio do público levando o mesmo ao rubro. SQUID no palco secundário não deixou o público descansar com o seu rock experimental. Ja Jessie Ware pôs o público no principal a dançar, este mesmo desgastado não arredou pé para o fecho do palco principal com BICEP, que agarraram num público ainda a mexer pelo concerto anterior e não lhes deram descanso com os sons techno e house de Detroit, o duo britânico deixou tudo quentinho para o after com os Special Interest e o veterano Nuno Lopes assim fechou mais um dia no habitat natural da música.
O segundo dia de festival começou tímido e calmo, como o tempo que se fazia sentir em Paredes de Coura. Calmo mas intenso, A Garota Não abriu o recinto com um concerto tão emotivo quanto intimista. De seguida Tim Bernardes contagiou o público que se foi acumulando no palco principal, com um som fresco muito na onda da bossa nova, Tim de violão na mão emocionou o público tocando-lhes o coração. Avalon Emerson & The Charm teve a tarefa de pôr o público a mexer aumentando um pouco a energia no festival. Logo de seguir e já no palco principal, o psicadelismo dos The Brian Jonestown Massacre pôs o público em trance viajando pelos sons psicadélicos de guitarradas intensas e atmosfera pesada. Os californianos Sudan Archive tiveram o público na mão fazendo dele o que queriam ao som do seu electro e R&B com melodias de violino e ritmos intensos, deixando-o muito perto de explodir, conseguindo contudo mudar a vibe evitando a explosão. Os aguardados norte americanos The Walkmen não dececionaram dando um concerto calmo como a maioria do dia, já os canadianos Desire puxaram pelo público com a sua música electrónica. Mas quem nesta noite fez a diferença e pôs todos aos saltos a cantarem foi a surpresa do dia Loyle Carner, que ao som do hip hop agarrou no público e fez o que quis dele; o recinto estranhamente ganhou outra energia que até então ainda não tinha sido vista no segundo dia.
PUBO público não arredou pé do palco principal até ao cabeça de cartaz Fever Ray, esta agarrou o público quente de Loyle Carner e fê-lo viajar pelo seu característico som inconfundível e hipnotizante; o concerto não foi apenas um momento musical mas também teatral e repleto de energia. Joe Unknown agarrou um público ainda em êxtase sem deixar arrefecer ao estilo de punk MC com ritmos hip hop, drum&bass e electrónica, este foi animando a noite com a sua poesia. Para fechar o dia, houve ainda uma boa sessão de techno, house e EDM com Sofia Kourtesis,e assim terminou mais um dia no habitat natural da música.
Chegando ao 3º dia, a música começou com os portugueses Chinaskee, que no ano passado atearam nas Vodafone music session. Já no palco principal, abriu com Kokoroko a banda britânica ao som do seu jazz e afrobeat com ritmos do caribe que fizeram com que o público não arredasse o pé mesmo com o início da chuva. No fim do concerto, a maioria do público já tinha vestido as gabardines preparando-se para a chuva. Com o fim do concerto, o público dirigiu-se para o palco secundário, este mais abrigado, para ouvirem os lisboetas Expresso Transatlântico, que com o seu rock progressivo aqueceu o público neste dia frio.
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Domi & JD Beck tocaram a seguir, o duo invadiu o recinto com o seu jazz experimental com influencias hip-hop e fusion criaram uma atmosfera única e imersiva. Seguiram se Thus Loves com o seu post-punkpop que não deixaram os festivaleiros arrefecerem nesta numa noite um pouco chuvosa, Yung Lean o rapper sueco chegou ao palco e rebentou com a plateia com bass lines poderosas notava que a plateia conhecia bem as musicas que passaram o concerto a cantar, o rapper diz que adorou Portugal para a sua primeira experiência. A surpresa do dia foram os Maquina, a banda portuguesa que veio substituir The Last Dinner. Fizeram as delícias do público, que passou o concerto a fazer moche ao som do seu pós-punk, noise, shoegaze, psychedelia e música avant-gard, este concerto cheio de power deixou tudo quente para os Black Midi. Estes não fizerem por mesmo, e puxaram o público fustigado pela chuva, mas mesmo assim ninguém arredou pé, e ficou até ao fim do concerto. A chuva tal era, e a energia que a banda os fazia sentir, que Littele Simz, mesmo com a chuva a cair de forma intensa, deu um espetáculo de hip-hop que os mais resistentes não levantaram pé e aguentaram até ao fim apesar da chuva que caía durante o concerto, talvez o concerto com mais chuva esta edição de Paredes de Coura.
Para os mais resilientes ainda houve MADMADMAD no palco secundário, e Kenny Beats terminou o dia de festival no palco secundário em que os poucos resistentes ficaram até ao fim.
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O último dia começou como acabou o anterior. A chuva abrandou apenas para o início dos concertos, a corrida pela vida às capas de chuva marcaram a manhã, as galochas voltaram a aparecer em Paredes de Coura… mas quando o post-rock dos Índignu começou a ser sentido, tudo melhorou, a chuva abrandou e quase desapareceu. Os Lee Fields aos 73 anos abriu o palco principal com o soul e blues, o público aderiu ao som e não parava de bater palmas ao ritmo da música. Os YIN YIN deram um concerto fresco, o rapper britânico Sleaford Mods subiu ao palco principal para pôr tudo a mexer e deu um concerto sempre a abrir cheio de mensagem, o som era uma espécie de punk-rap com batidas poderosas e aceleradas.
No palco secundário seguiram-se os Crack Cloud que mantiveram o público aceso, mas a maioria aguardava pelos muitos esperados Explosions in the Sky, o público viajou ao som das suas melodias espaciais características da banda de post-rock. Os festivaleiros aproveitaram o interregno entre concertos para jantar, voltando para o palco principal para ouvirem os WILCO, mas o concerto mais maluco do festival iria acontecer logo de seguida no palco secundário com os Lee Savy Fav em que o vocalista andou pelo meio do público cantando, bebendo, e cuspindo caipirinha como se estivesse a cuspir fogo. No fim do concerto, todo o público se deslocou para o palco principal para ver a aguardada Lorde, esta começou com uma das músicas mais conhecidas e o público aderiu logo passando grande parte do concerto a cantarem com a artista, foi algo bonito de se ver mas principalmente de se ouvir, um coro que acompanhou a artista quase em todas as músicas, neste dia claramente o recinto esteve mais cheio que nos outros dias tornando o ambiente ainda mais caloroso.
PUBAinda houve tempo para a organização, como é habitual, lançar balões, confetis e anunciar as datas do próximo Paredes de Coura, que decorrerá de 14 a 17 de agosto de 2024. Mas o festival ainda não tinha acabado e ao som de Ascendant Vierge que com o seu Hardcore melódico incendiou o público que dançou até não poder mais; os mais valentes ainda ficaram para Antal, que ao som do disco pôs fim ao festival no recinto, e depois o after continuou na praia. Alguns foram do recinto para lá, outros que já tinham acordado, também foram bater um pé de despedida, e assim terminou a 30ª edição do Vodafone Paredes de Coura.
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