BICADAS DO MEU APARO: -Tempos de Páscoa – Desassossego

Artur Soares

Escritor d’ Aldeia

                                                                                                                                                                  

 

O Mundo Católico,  vive presentemente os tempos de Páscoa, tempos que os cristãos – uns mais outros menos – vivem, sentem ou passam, espiritualmente, pelos tempos do maior Homem da Humanidade, Jesus Cristo – com Sua morte e ressurreição.

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Quem assim crê e recorda, não tem dúvidas que tal acontecimento na história da Humanidade faz com que se entenda que o Catolicismo não é uma religião de inconscientes ou de malucos, mas sim religião de amor para com Deus Omnipotente e para com a Humanidade.

Assim, quem medita os Evangelhos, quem procura neles ajuda, ou energia para obter mais verticalidade, justiça social ou mesmo para uma vida de apostolado, pode ficar intrigado quando conclui que Cristo usava o silêncio, para através do silêncio falar. Usava as parábolas e as suas relações sociais, servindo tudo para estimular seus incultos discípulos a se tornarem um grupo de vencedores e, capazes de dilatarem o Cristianismo, em prol da Humanidade.

Por isso, é impressionante saber que Cristo, ao dizer “Pai, se possível afasta de Mim este cálice”, não recuou, não hesitou. Expressou sim, a grande e bela poesia de liberdade, resignação e autenticidade! Estava consciente do cálice que iria beber: “que não seja como Eu quero, mas como Tu queres”. Jesus Cristo triunfou, a morte jamais!

Após o presente intróito, fruto das convicções, da fé em permanente crescimento e desassossego do autor, há que reflectir, entranharmo-nos na realidade da vida dos homens, no atafulhamento de preconceitos em que vive, na falta de proteínas cerebrais que têm sido substituídas por ensebadas gorduras do mundo, no desprezo pelos caminhos seguros da vida, trocados por lugares-comuns, onde a banalidade impera, para dizer-se, como se diz hoje, que a busca e a posse de valores e da conquista da liberdade responsável, são coisas dos tempos do paleolítico, da idade da pedra lascada.

Todavia, penso assiduamente na balbúrdia em que o Mundo vive, na louca correria em que se lança à estrada, na maldade e no egocentrismo que crescem em cada dia que passa, nas possibilidades de guerra mundial e das já existentes em conhecidos locais, da pobreza-à-vista – que nunca como hoje se tornou conhecida – e dos ricos ilegais que o Mundo conhece e vê crescer, escravizar.

Tal balbúrdia, tem como cozinheiros – além dos atrás citados – certos formalistas, comentadores, editores de informação, filósofos de bancadas, romancistas de ruas cavadas e, entre outros mais, de realizadores cinematográficos vesgos e com aromas de animalidade, pelas imagens que apresentam ao mundo, pela mentira que pretendem seja a verdade.

É melhor o homem de hoje do que o homem a quem pessoalmente Cristo pregou?

Só Ele sabe. No entanto, o homem do nosso tempo parece diferente daquele que Cristo viu com Seus próprios olhos: parecemos mais educados, polidos, atenciosos, mais caridosos nas acusações feitas aos cristos que nos rodeiam. Sabemos esconder o que não queremos que vejam e, Cristo… sempre Jesus Cristo! – sabe o que somos e sabe o que não deveríamos ser, porque infelicidade dos que nada são, nada querem, nada aceitam, nada pensam.

Assim, aos religiosos e aos leigos do Deus de Jesus Cristo, aos simplesmente crentes e humanistas, aos cépticos e ateus, formulo-lhes votos sinceros de que, pelo menos nestes tempos Pascais, vivam desassossegados espiritualmente, para que a todos não aconteça como aos dois homens na estrada de Emaús: Cristo ia com eles e eles não O conheceram, não O viram, não O sentiram: caminhavam, rigorosamente, despreocupados.

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(O autor não escreve segundo o novo Acordo Ortográfico).

 

 

 

 

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