Bicadas do Meu Aparo: Os sovas de Rita Pereira

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Artur Soares

Escritor d’ Aldeia *

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Embora não tenha a certeza, penso que foi há mais de cem anos que mulheres Afro-americanas inventaram fazer dos seus cabelos, cordas-de-cabelo extensas, penteados que hoje se vêem quer nas mulheres quer nos homens, sobretudo nos de raça negra.

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Pessoalmente, é penteado que não me seduz. Mas quem sou eu para dizer que o cabelo é mais bonito, se penteado naturalmente ou se optarem por penteados artísticos? As modas são modas e passam; e as ondas do mar formam-se e também se esvaem praia-fora.

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Este intróito para dizer que há poucos dias, a actriz Rita Pereira, apresentou-se publicamente com os seus cabelos em cordas-de-cabelo extensas, tal qual como entre as mulheres negras se vê com frequência. Até acredito que este artístico penteado, nestes tempos de calor, seja verdadeiramente mais fresco para quem assim o usa.

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Ora Rita Pereira está casada com um cavalheiro mulato, o pai da sua filha, e é fácil deduzir que a actriz fez tal penteado para agradar ao marido, para lhe provar carinhosamente de que nunca foi racista e que sempre lutou contra o racismo, como é público. Vai daí, uns sovas de mau hálito, descabelados talvez – não sei se negros, se brancos, vermelhos ou amarelos, nem importa a raça desses sovas – acusaram a actriz de que tendo colocado daquela forma o seu cabelo, que usou a “apropriação cultural”.

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Os sovas, acusadores de Rita Pereira, provam que não têm nada que fazer, provam que talvez vivam de subsídios ou à custa dos pais e provam ainda outra coisas: que não têm cultura ou são desbocados. Eu justifico-me.

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Quem desconhece os milhares e milhares de pessoas, que usam piercings ou berloques nas orelhas, nos mamilos, na língua, no umbigo e até mais abaixo, material que só era colocado nos lábios dos porcos para que não destruíssem as hortas? Piercings nos lábios, patelas de marfim encaixadas nos lábios em homens e mulheres de África, era como na Europa se usar barbas ou camisa com gravata.

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Sendo assim, é assim, por que razão os sovas de Rita Pereira não acusam os milhões de pessoas que fazem com o cabelo, cordas e, dos piercings, decoração, mas acusando todos de “apropriação cultural”? Não será apropriação cultural aos povos antigos do Egipto, das Américas e até mesmo do Japão, que usavam as tatuagens para demonstração de poder, de força e até mesmo para se esconder ferimentos já cicatrizados das guerras? E actualmente as tatuagens não se banalizaram?

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Deve dizer-se, isso sim – e não como o que os sovas de Rita Pereira disseram – que a arte de colocar piercings, bem como tatuagens a que povos antigos e agora actuais colocam, são modas perigosas, pois sabe-se que em qualquer canto se colocam essas decorações no corpo e, como é evidente, podem trazer problemas – se não houver rigor e saber –  de sisa, da hepatites, infecções virais e bacterianas, alergias, abcessos cerebrais e, mortes, como já aconteceu.

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Agora maldizentes, críticos sem medula, ou sovas das vielas e das esquinas sem luz, sabe-se que são pincéis que nunca se amansam, nunca se calam, nunca se saciam com as suas lanças devidamente envenenadas, a não ser diante de defuntos bem consumados e devidamente amumiados.

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  • O autor não segue o acordo ortográfico de 1990
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