Bicadas do Meu Aparo: Valores e perigos da liberdade

 

 

 

Escritor d’ Aldeia *

 

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Estamos a poucas horas de exercer o direito de voto para as legislativas de 10 de Março deste ano de 2024. Estamos a poucas horas de com a nossa análise e inteligência colectiva pugnar pelo direito à liberdade, pela democracia. Votemos, pois.

Quem ama a liberdade e um Estado de direito, não pode de maneira alguma dar grande valor aos quarenta anos da política de Salazar. Teve valores, Salazar, na governação exercida, mas pecou estrondosamente pela nula liberdade que rapou aos portugueses. Daí, o dizer-se que “Salazar esteve demasiado tempo a governar”.

O Estado Novo nasceu de uma revolta militar.

Os democratas da primeira república, limitaram-se a roubar o país, a perseguir pessoas, a roubar bens móveis e imóveis – estes ainda hoje não foram devolvidos aos seus proprietários – e a anarquizar a sociedade. Salazar, porque imposto ao país pelos militares de então, procurou disciplinar, organizar o povo, apontar a política de que era necessário “produzir e poupar” e, sempre cuidadoso, nem deixou que a coca-cola se vendesse no país.

Assim, a terceira república, esta – embora nas minhas contas estamos a viver a quarta república pelo golpe da “geringonça” – nasce também de uma revolta militar, o 25 de Abril de 1974, como se sabe.

Que nos têm dado desde o terminus do Estado Novo? Pouco, muito pouco. Temos a liberdade de expressão, escolhemos os líderes para governar, mas, os rapaces continuam, a pobreza é real, a anarquia sente-se em qualquer canto do país, o mundo do trabalho está minado de injustiças, os salafrários aumentam como os ratos nos esgotos e o país vive dos milhões emprestados.

Os cofres do Estado têm bolor e não dinheiro e do pouco que, socialmente se tem feito, é fruto da factura que teremos de pagar.

“Produzir e poupar”, ensinava o ultrapassado – que foi – Salazar. Não queria dívidas e quando as fazia, cumpria nos prazos estabelecidos e ás vezes antes dos prazos. Teve dinheiro emprestado dos Estados Unidos da América. Mas sempre honrava os compromissos.

Salazar – apesar de roubar a liberdade ao povo e de perseguir os seus adversários – deu-se ao luxo de construir bairros sociais, o aeroporto da Portela, institutos e cidades universitárias, laboratórios, o Metropolitano, pontes em vários distritos do país, estádios de futebol, auto-estradas e hospitais, monumentos, escolas e liceus, palácios, deixou grandes cidades em Angola e Moçambique, bem como mais de 800 toneladas de barras de ouro nos cofres do Estado, que, com o 25/A/74, desapareceram e muito mais mandou construir.

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E foi com este ditador – com Salazar – que os pais dos políticos de hoje se formaram, se tornaram a elite do Estado Novo, se enriqueceram e hoje… estes políticos falam do Salazar fascista, do fascismo, e tornaram-se os socialistas de Marx e socialistas de Lenine e por aí fora.

Podem ser políticos de esquerda e juntarem-se com a extrema-esquerda. Mas não podem os políticos de direita juntarem-se a políticos de extrema-direita. Eis a democracia rota, minada, narcisista e hipócrita dos filhos das elites de Salazar. É gente que nada faz, nada resolve, tudo tira ao povo e desconhecem o “produzir” em benefício do bem-comum.

E porque o socialismo falhou em quase todo o mundo, por tudo quererem e não produzirem, conta-se que um indivíduo dava a um mendigo da esquerda cinco euros, sempre que o encontrava. Alguns meses depois, passou a dar-lhe somente dois euros e mais meses depois passou a dar-lhe apenas um euro. O mendigo da esquerda perguntou ao cavalheiro: “porque me dá agora somente um euro”? O benemérito respondeu-lhe: “Sabe. Há uns tempos era solteiro e podia dar-lhe cinco euros. Depois casei e só foi possível dar-lhe dois euros. Actualmente nasceu-me um filho e só posso dar-lhe um euro”. Resposta do mendigo da esquerda: “quer dizer que o senhor anda a alimentar a sua família à custa do meu dinheiro”!

Está tudo dito. E eis os valores e os perigos da liberdade de certos políticos, que são filhos das elites de ditaduras e de certos ismos que abafam e abalroam a justiça social e o bem-comum de todos os povos.

 

* O autor não segue o acordo ortográfico de 1990.

 

 

 

 

* O autor não segue o acordo ortográfico de 1990

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